2,7% das verbas publicitárias vão para web. E se fosse mais?

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Números de março de 2008 do projeto Inter-Meios, divulgados pelo Meio&Mensagem, mostram duas informações muito importantes em relação à internet.

A primeira informação é que a web se tornou no Brasil o terceiro veículo em alcance, atrás apenas de rádio e TV. O segundo dado é que apenas 2,77% do total das verbas publicitárias são usados na internet.

As duas informações são aparentemente conflitantes. Afinal, como pode um meio com tanto alcance e tantas vantagens ter investimentos tão baixos? Não são os brasileiros os líderes tanto em navegação quanto no uso do Orkut e do Messenger?

O que aconteceria se, de repente, as agências e empresas resolvessem dobrar a verba usada na web? Se esse valor passasse dos atuais 2,8% para 6%? Imagine uma agência que fatura anualmente R$ 50 milhões (no Brasil temos pelo menos 100 agências assim). Se hoje a verba usada para internet é de R$ 1,4 milhão (2,8%), imagine que de repente essa verba suba para R$ 3 milhões (6% do total).

Para absorver esse aumento de verba, sendo bastante ?econômico?, seria preciso ampliar a equipe em, no mínimo, 5 profissionais (um gerente de projetos, um mídia, um redator, um diretor de arte e um producer). Se 100 agências contratassem 5 profissionais cada, teríamos uma demanda de 500 profissionais. Isso contando apenas as agências médias/grandes. Se está difícil hoje achar um bom profissional, imagine 500.

Haveria também fatores externos: será que os fornecedores conseguiriam atender tanta demanda? Será que os veículos teriam espaço para tantos anunciantes? Em dezembro de 2007, por exemplo, foi difícil encontrar espaços disponíveis para anunciar online.

Além desses problemas de estrutura, existem dois outros motivos para a baixa participação da internet nas verbas publicitárias: o modelo de negócios das agências, que privilegia as mídias mais caras, e a acomodação em usar os meios que dão certo sem risco, como TV. Devido a esses fatores, tudo indica que a internet deve continuar crescendo muito em relação a ela mesma, mas pouco em relação aos outros meios. Será que vamos precisar de um PAC online? [Webinsider]

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Avatar de Cezar Calligaris

Cezar Calligaris (cezar@gmail.com) é consultor de projetos digitais no Reino Unido.

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14 respostas

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  9. Oi Cesar! Grande reflexão. A fatia do bolo já está aumentando. Lá fora, a solução dos gringos tá sendo vir buscar os talentos brasileiros para trabalhar com eles. Qual será a solução brazuca? =)

  10. Concordo muito com o que Renato e Luiz disseram.

    O modelo está mudado, a comunicação web nao aceita mídia de interrupção – como diz Seth Godin – e é preciso entregar ao consumidor algo relevante e sem mentiras.

    Além do mais, encontrar anunciantes e publicitários aptos a arriscar dentro do novo modelo é muito raro, por isso o investimento ainda muito pequeno em internet.

    Publicidade na internet está virando parte do conteúdo. É a vez do marketing de relacionamento, viral e da assessoria de imprensa.

    Não vejo um futuro tão milionário para a mídia paga.

  11. Já pensaram se conseguissem medir o resultado independente do clique de mouse e mesmo que o usuário fizesse a compra fora da internet e mesmo assim você conseguisse medir? Bem, eu desenvolvi este modelo de negócios e ainda não consegui foi um investidor para o projeto 🙁

    Abraços
    Eduardo

  12. Creio que um novo modelo de fazer publicidade é que deve ser adotado para sua veiculação na iternet. Como o leitor Renato Shikarski expôs em seu blog, que os links patrocinados fazem sucesso, pois entenderam que o momento em que o usuário está propenso a ser atingido por publicidade é quando está buscando algo.

    De fato, comprova que a Internet está aberta a publicidade, mas deve-se buscar formas de veiculação. As agências de publicidade estão acostumadas com um modelo invasivo de disseminar os produtos, porém tal modelo cai por terra quando se trata de internet. Daí esta dificuldade, ou até mesmo um certo abandono, numa adoção mais contundente das propagandas on line.

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