O papel do designer instrucional no e-learning

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Empenhado e convicto de que a união da tecnologia com a educação só trará bons frutos para nossa sociedade, vejo na democratização da informação e da tecnologia um futuro de oportunidades iguais.

No artigo anterior, comentei sobre o educador no papel de roteirista e diretor criador do storyboard, nosso roteiro para cursos online. Conforme citei, quero apresentar o designer instrucional responsável pelo storyboard no e-learning.

Vamos considerar que o designer instrucional durante a criação do stroryboard tem o propósito de construir uma estrutura que fragmente o conteúdo em porções que possam ser transmitidas facilmente. Ou seja, aplicar didática.

Diferente do educar, o instruir permite o estudo com ou sem a presença do professor/orientador. Instrução é um processo de ensino/aprendizagem planejado para atingir objetivos específicos e pré-determinados. Instruir é mais do que informar; é orientar de forma que as necessidades do indivíduo sejam supridas, aplicar a prática e apresentar um retorno (feedback).

Vamos começar:

  • 1) Análise das necessidades, do suporte ou mídia (mp3, CD, internet) e definição do objetivo;
  • 2) Definição dos objetivos, seleção das estratégias e fixação do cronograma;
  • 3) Desenvolvimento, criação ou adaptação de material;
  • 4) Implementação e
  • 5) Avaliação sobre a eficiência. Esse passo pode ser responsável por melhorias e principalmente pela continuidade do trabalho.

Um pouco da história: por volta de 1890, Thorndike conduzia as primeiras investigações sobre o fenômeno da aprendizagem humana e durante seus estudos formulou a teoria Conexionista, segundo a qual a aprendizagem equivale ao estabelecimento de conexões entre estímulos e respostas.

Em 1950, Bloom formulou a Taxonomia, que influencia ainda mais o modelo atual de design instrucional, onde criou uma linguagem comum e padronizada para identificar e classificar as atividades educacionais. Os seis níveis definidos por Bloom estão divididos em abstratos (avaliação, síntese, análise) e concretos (aplicação, compreensão e aquisição de conhecimentos). Muito parecido com modelo que citei no inicio do artigo e válido na maioria das empresas.

Mas foi em 1965, que Robert Gagné publicou The Conditions of Learning, no qual descreveu cinco tipos de resultados de aprendizagem:

  • Informação verbal;
  • Habilidades intelectuais;
  • Habilidades psicomotoras;
  • Atitudes e estratégias cognitivas.

Para quem anotou esse nome, aqui estamos retomando sua importância e influência.

Gagné descreveu mais nove eventos:

  • 1) Estimular a atenção;
  • 2) Informar aos alunos os objetivos;
  • 3) Estimular a recuperação de pré-requisitos;
  • 4) Apresentar o material de estímulo;
  • 5) Proporcionar ajudas pedagógicas (guiar a aprendizagem);
  • 6) Elicitar a execução (fazer a aprendizagem acontecer);
  • 7) Propiciar retroalimentação informativa;
  • 8) Avaliar a execução e
  • 9) Promover a retenção e a transferência.

Devemos encarar esses parâmetros como metas em nosso storyboard.

O item sete conduziu Skinner, 1950 e 1960, dentro do movimento da instrução programada, a contribuir para a formulação e/ou renovação dos padrões inserindo o ?feedback? imediato, o que fazemos hoje com programação no curso online.

O AIDA, de Advanced Instrucional Design Advisor, é patrocinado pela Força Aérea dos Estados Unidos, um dos principais usuários de treinamentos via computadores (ou CBT, de Computer Based Trainning) ? do mundo.

As Forças Armadas do Brasil e órgãos do governo também utilizam CBTs. AIDA reúne uma equipe de especialistas nas áreas de psicologia cognitiva, inteligência artificial, sistemas de computadores e design instrucional, formada por Robert Gagné, Henry Hallf, David Merril, Robert Tennyson, Harry O?Neil, Martha Polson e Charles Reigeluth, entre outros. Os interessados aqui encontram nomes que reforçam as possibilidades e conhecimentos da área e podem comprovar a importância de um time multidisciplinar com um único propósito.

A justificativa para criar essa equipe foi automatizar o processo do design instrucional (já havia planos e métodos de ensino aplicados em mídia gráfica, radiofônica e televisiva), para torná-lo mais eficaz e aplicá-los nos CBTs (na época novos e sem referências). Anos depois notamos que pouca coisa mudou e os critérios definidos no passado aplicam-se tranqüilamente sem restrições, apenas devemos sempre colocar em contexto a nossa realidade.

O resultado foi o seguinte modelo criado pelo AIDA:

  • Informação sobre os alunos, o ambiente e as tarefas;
  • Informação quanto ao conteúdo;
  • Executivo AIDA;
  • Componente das estratégias;
  • Mecanismo de disponibilização e componente de avaliação.

A evolução desse modelo se dá na contextualização e na aplicação das estratégias e teorias instrucionais citadas também no artigo anterior.

O design instrucional é a ligação entre a teoria de aprendizagem e a prática educacional e pedagógica, o que conhecemos como didática e são equivalentes. As teorias são a base, o designer instrucional o meio e a tecnologia funciona como suporte da prática.

Ainda temos muito para conhecer e explorar. Por exemplo: algumas escolas possuem rádios internas. Alguém conhece um exemplo? Esse assunto merece atenção também.

Em nosso próximo encontro vamos comentar sobre tecnologias de apoio, ferramentas de autoria, dicas e mais orientações para por a mão na massa… [Webinsider]

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Avatar de Ricardo Carvalho

<strong>Ricardo Alves de Carvalho</strong> (r.carvalho@uol.com.br) é designer, coordenador de desenvolvimento web, professor e especialista em ensino a distância.

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3 respostas

  1. Boa noite Ricardo.

    Sou Viviane, Pedagoga graduada e Especialista em Pedagogia Empresarial.
    Achei muito interessante este assunto, e estou vendo que é novo no mercado educacional.
    Gostaria de atualizar-me, como a Letícia do comentário anterior ao meu.

    Aguardo contato.

    Abraço.
    Viviane

  2. Olá Ricardo, gostei muito do seu artigo!
    Sou pedagoga Especialista em EAD, estou buscando material sobre designer instrucional para me atualizar.
    Gostei da sua contribuição e caso tenha algum material para me indicar ficarei muito grata!

    Abraços,

    Letícia

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