Quando planejei minhas férias, Steve Jobs ainda não havia anunciado o iPhone 3G e tão pouco sua data de lançamento mundial para dia 11 de julho. Ocorre que coincidentemente viajei para a Europa exatamente no dia 11, e por conseguinte estava em Londres na semana de lançamento do iPhone 3G. Não estive na loja da Apple no dia 12 e não me atreveria. Há muita coisa interessantíssima para se fazer na Europa e não haveria nada que me faria ir loja da Apple lotada de gente querendo comprar um telefone antes de todos os museus e outros planejamentos que eu fiz para essa viagem.
Por outro lado, não havia a possibilidade de ir a Londres e não visitar a loja da Apple. E dia 18 lá estava eu subindo a Regent Street, depois de um delicioso almoço no SOHO. Essa rua tem algumas características interessantes, lojas muito famosas estão representadas lá e os prédios são antigos e muito parecidos uns com os outros.
Ou seja, subindo a rua pelo lado esquerdo só é possível distinguir a loja da Apple pela bandeira preta com a maçã que avança para fora da fachada.
Ao chegar não encontrei uma fila enorme na porta e com exceção de todos os banners publicitários, nenhum vestígio de que um produto super desejado estava sendo vendido ali.
A loja estava lotada como todas as que já fui, mas o iPhone estava sendo comercializado no segundo andar numa fila especial com, digamos, atendimento VIP.
Cadeiras para todos na fila e bajulações como água entregue em mãos pelos funcionários da Apple. No final da fila várias bancadas com iMacs e funcionários Apple atendiam cada cliente para fazer a habilitação e demonstrar as principais características do telefone. Fiquei sabendo que o tempo de espera variava de duas a três horas.
Eu comprei apenas um Shuffle de 1GB que tenho utilizado nas minhas corridas diárias, uma capa de couro para o meu iPod Touch e um Radio Remote para minha esposa que desde que lhe presenteei com o primeiro iPod reclama da ausência de um rádio. Agora ela está feliz. Fui lá com a intenção de comprar esses três itens e quase saí com a sacola lotada de parafernálias eletrônicas.
Nas lojas da Apple é possível degustar quase tudo e isso ajuda a te convencer que é preciso comprar mais e mais e mais. Outro detalhe interessante é o Wi-Fi liberado, que te faz ficar dentro da loja por um tempo muito maior. De lá com a ajuda do Touch respondi diversos e-mails e coloquei algumas mensagens no Twitter. Mas consegui me conter e comprei só o planejado.
Um dos itens em exposição era o tão badalado iPhone. Já estava com o update 2.0 e com alguns dos aplicativos e jogos demonstrados na última apresentação de Jobs. Brinquei um pouco com o aparelho e tenho que confessar que não gostei muito do design desse novo modelo. Acho o modelo antigo muito mais bonito. Mas gosto não se discute, certo?
O modelo 3G tem poucas diferenças em relação ao primeiro modelo. As novidades apresentadas na WWDC 2008 incluem a rede 3G, o update do software para a versão 2.0 e um GPS. O update permite também a utilização do serviço MobileMe, uma espécie de Exchange para pessoas comuns e abre as portas para a App Store, a loja centralizada da Apple para venda de aplicativos. Mencionei tudo isso em detalhes no episódio 82 do meu podcast.
As novidades não são muitas, mas são importantes. O 3G vai ajudar uma legião de usuários a desfrutar melhor o Safari, que diga-se de passagem é uma ótima ferramenta no iPhone e iPod Touch. O GPS também vinha sendo solicitado por muita gente e o MobileMe, que anda bastante instável desde seu lançamento, será um recurso bem interessante para integrar vários Mac e iPhone/Touch e ao mesmo tempo permitir a integração com o mundo Windows.
Mas de todos os lançamentos, o mais importante para o iPhone é sem dúvida alguma a App Store. Diferente de tudo que já vi no mercado de aplicativos mobile (Palm, Windows Mobile, Symbian e BlackBerry) a loja da Apple centraliza a venda de aplicativos e torma o processo de compra ridiculamente simples. O usuário pode comprar pelo iTunes ou direto do iPhone/Touch. E melhor que isso, os diversos aplicativos gratuitos também estão lá a um clique.
Já andei comprando alguns e baixado outros tantos gratuitos e tenho que confessar que o processo é bastante viciante. Assim como acontece quando se entra em uma loja da Apple, a App Store quase te obriga a comprar tudo que está ao alcance dos dedos. Até o momento são mais de 500 aplicativos, mas há muita coisa que gostaria de ver por lá e ainda não vi. Por exemplo, um bom editor de textos e planilha de cálculo. Mas é questão de tempo. Agora que a loja está aberta imagino que novos aplicativos aparecerão semanalmente.
O iPhone agora está completo em termos de ferramenta de comunicação. É uma plataforma poderosíssima rodando uma versão do sofisticado OS X, uma interface multi-touch absurdamente simples de se utilizar, conta com um navegador web de primeira linha, rede 3G, Wi-Fi e um mundo ilimitado de aplicativos que estão por vir.
Some-se a todas essas característica, a quantidade de países que venderão o iPhone e confesso que estaria muito preocupado se fosse um concorrente da Apple. [Webinsider]
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Uma resposta
Gostei do seu post Vladimir, mas está parecendo quase que um diário de bordo. Mesmo assim gostei. Acho que se estivesse na sua situação teria comprado o iPhone rs.. Gostaria de saber coisas como o preço e a obrigatoriedade de vinculação com uma operadora.
[]´s