É possível imaginar que tem mídia que ainda é concebida para só chamar sua atenção? Se pensarmos no meio online, não temos esta prática desde a época em que os pop-ups polvilhavam as homes dos portais e os usuários os fechavam sem muita atenção, não é mesmo? Portanto já vivemos e medimos a ?era da atração? há algum tempo.
A ?era da atração? pode ser explicada como a aplicação de conceitos voltados aos usuários, provocando sua interação e participação através de uma peça ou campanha.
Podemos concluir que já passamos há algum tempo da era anterior, a ?era da atenção?, mas ainda aplicada pelas nossas mídias tradicionais, com campanhas lindas e chamativas, mas nada interativas. Ainda bem que os usuários das outras mídias não podem ?fechá-la? como a um pop-up , mas podem mudar de canal ou folhear a revista, mas aí dá no mesmo, podemos mudar de um site para outro ou de uma campanha para outra.
O que importa é a relevância, o que provoca interação e causa a permanência que nosso meio possibilita, com propriedade e ainda possibilidades infinitas de aferição através de inúmeras métricas: tempo de interação com a peça, cadastros, roll-over, mouse-over, envio para os amigos, etc.
Portanto, empresas com o DNA digital e interativo estão mais propensas a este tipo de atividade.Também é necessário este pensamento inserido nos profissionais, que devem estar capacitados a aplicar seu know-how e a agir de forma surpreendente.
É como um job description ou uma característica a ser detalhada no resumé. Quando analisamos a mudança no comportamento dos usuários, vemos que eles amadureceram e que já estão preparados para ir além disto. Querem colaborar além de entreter-se e ainda opinar sobre tudo. Esperam que o escutem e preencham suas expectativas sobre um produto ou serviço, que lhe ofereçam muito mais, além daquilo que ele já esperava e do que estava pronto para não esperar.
O sucesso da web 2.0 está aí: ela possibilita o compartilhamento de conteúdo próprio, tanto que no mundo são 420 milhões de consumidores, que se dedicam à blogs, wikis, comunidades de relacionamento como Orkut, Myspace, Linkedin, YouTube, Flickr e ferramentas como podcasting, videocasting e widgets.
Entre 2003 e 2006, o número de usuários com menos de 18 anos que possuem blogs, sites ou publicam fotos na internet cresceu de 6,2% para 21,1%, onde 55% afirmam que suas comunidades virtuais são tão importantes quanto os relacionamentos reais, segundo pesquisa realizada em dez/07 por Jeff Cole, PHD pela Universidade da Califórnia.
Esta economia é caracterizada pela vivência e experiência embasada de consumidores do Canadá à Coréia do Sul, onde possuem uma longa lista de expectativas onde eles as aplicam a cada coisa boa, que preste um serviço ou proporcione uma experiência. Estes novos usuários foram treinados por anos de hiper-consumismo, são descolados, estão por dentro das tendências mundiais, possuem variada fonte de informação e são muito seletivos no que acreditam.
Esta é a ?era da expectativa?, que tem como desafio a aferição dos resultados. Não se pode mais ser quantitativo nas análises, é necessário aferir o comportamento, o estado de espírito, a aspiração do indivíduo causado pela marca e ainda, tudo é viralizável; portanto exponencialmente espalhável.
Há ferramentas de buzz tracker, sim, mas como cruzá-las com os resultados das campanhas e saber da conversão para o site, que resultou em vendas? Qual foi o ROI no final das contas?
Cris Rother
Cris Rother é sócia e diretora de mídia e métricas da LOV e presidente de métricas da IAB Brasil.
Uma resposta
muito legal o artigo cris.
a muito tempo penso sobre isso e procuro ao máximo entender o que o público quer e espera das mídias que ele interage.
os profissionais devem desde o início do planejamento do projeto, incluir uma espectativa de ROI e medir o retorno da audiência para comprovar uma boa ação.
interação com o usuário é como a fundação de um arranha céu: base para um bom empreendimento!