Em sete e oito de agosto foi realizado no Brasil o evento SMX (Search Marketing Expo), um dos maiores eventos de Search do mundo. Uma das palestrantes, a Sara Holoubek, disse em seu blog que esperava que o Brasil estivesse em 2001 em relação à Search, mas, após o evento considera o Brasil em 2005.
O Brasil ainda tem um mercado imaturo de buscas, algumas empresas ainda não estão convencidas do retorno de boas estratégias de SEO e links patrocinados.
Assim, em um país em que é uma missão quase impossível convencer desenvolvedores a utilizar códigos otimizados para buscas e em acordo com padrões internacionais do W3C, imagine utilizar modificar os códigos para conter semântica, os micro-formatos.
Contudo, o desenvolvedor que otimizar seus códigos e também utilizar os micro-formatos, vai facilitar a criação de mash-ups e angariar a preferência na audiência do usuário.
Diversos motivos confirmam esta tendência. Alguns serviços novos que se aproveitam desta tecnologia já estão em desenvolvimento ou em uso:
- Search Monkey do Yahoo: pequenos aplicativos que extraem informações dos sites que aparecem nos resultados de busca e exibem em um formato mais detalhado, podendo conter fotos, mapas entre outros dados;
- Aurora: projeto futuro da Mozilla Foundation que vai revolucionar a navegação na web e no desktop;
- Ubiquity: projeto já existente, em fase alfa, que modifica a integração entre serviços na internet, permite a criação de mash-ups por qualquer usuário sem a necessidade de conhecimentos técnicos através de uma linguagem bem próxima da linguagem natural.
O Ubiquity é um add-on para o Firefox que uma vez instalado é acionado via atalho de teclado. Permite que se digitem comandos como e-mail this to mim (este comando enviará um e-mail e o conteúdo será escolhido pelo comando this; se for um texto selecionado, enviará um texto, se estiver em uma página a URL da página será enviada, etc. O comando to seleciona o destinatário da mensagem).
Como o Ubiquity funciona: se estiver em uma página, é capaz de extrair os dados e/ou endereço da página aberta, buscar um endereço de e-mail na lista de contatos do Gmail, enviar o e-mail pelo Gmail, buscar localização no Google Maps, consultar definição de termos na Wikipédia, buscar avaliação de restaurantes no Yelp, etc, e incluir tudo isto no e-mail que está sendo redigido, tudo dentro da mesma interface.
A internet se revoluciona a cada cinco anos aproximadamente:
- Em 1990 tivemos a criação da www, a tecnologia que revolucionou a internet;
- Em 1995 o lançamento do Netscape, primeiro navegador web;
- Em 2000 o estouro da bolha;
- Em 2005 a chamada Web 2.0, colaborativa, onde os conteúdos são gerados pelos usuários;
- Em 2010 é prevista a chamada Web 3.0, semântica, o conteúdo passa a ser organizado, passa a ter significado.
É neste contexto de evolução que a utilização de padrões prepara a informação para ser utilizada de maneira otimizada e mais útil para os usuários.
Sites em tableless, Web 2.0 e Web 3.0 podem ser tópicos polêmicos, com discussões acaloradas, mas um fato é inegável: a internet está mudando, o comportamento dos usuários também. Onde a informação do seu site fica nesta história?
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Pequeno glossário:
- Mash-ups: pequenos aplicativos que extraem informação de sites e mesclam a informações de outros sites ou transportam para aplicativos online;
- W3C: Consórcio de empresas que regulamentam os padrões da internet: códigos, práticas etc.;
- Micro-formatos: marcações especiais nos códigos das páginas para identificar as informações ali contidas;
- SEO: Otimização de sites para os mecanismos de buscas como o Google, o Yahoo e o MSN, por exemplo.
[Webinsider]
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Giordani Pasqualon
<strong>Giordani Pasqualon</strong> (pasqualon@gmail.com) é analista de SEO da <strong><a href="http://www.mediacontacts.com.br" rel="externo">Media Contacts</a></strong>, usou TK3000 e PC-XT, programa em Assembly mas não se considera nerd.
4 respostas
A web 2.0 surgiu em 2005 para quem estava olhando para os sites como se eles fossem catálogos digitais. =)
Queria adicionar um link interessante que foi publicado hoje sobre o possível browser que está sendo desenvolvido pelo Google e que pretende revolucionar a história da internet – algo como um browser preparado para a web 3.0:
Chrome is being framed as a browser for applications instead of just web pages
http://blogoscoped.com/archive/2008-09-01-n47.html
Abraços
Olá Mark de Souza Costa, obrigado pelo comentário.
Note que eu disse que é quase impossível, o comentário foi baseado em minha experiência pessoal ao conversar com os clientes sobre SEO. E a maior barreira, que poderia ser administrativo não é, encontremos dificuldades com o pessoal de TI que não quer mexer na plataforma, no sistema. Mas o site está funcionando desse jeito! Foi pensado para a Web 2.0 e no cliente! são algumas respostas que recebemos.
Não se dizer o porquê dessa postura: se é má formação do profissional de TI, se é falta de conhecimento ou de perspectiva de negócio, se é preguiça mesmo, não sei. O fato é que os custos envolvidos na adequação do projeto pode significar a própria sobrevivência do cliente que depende do da internet como negócio, e curiosamente é nesses clientes que a resistência de TI é maior… Enfim, foi neste contexto que fiz a afirmação acima.
Eu não diria que é impossível convencer desenvolvedores … conter semântica porque o que se vê cada vez mais é o mercado amadurecendo e com eles os seus desenvolvedores, e a comunidade brasileira de desenvolvedores é sim muito ativa nesse ponto.
A tendência dos browsers é mesmo agregar cada vez mais serviços de integração. O IE8 Beta já traz embutido nele estes tipos de funcionalidades que você citou e algumas outras mais.