Manter um blog seu na empresa é trabalho?

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Depois da palestra que fiz na Transpetro, agora no início de novembro, me perguntaram sobre a relação dos empregados com blogs.

No fundo, a inquietação é: blog corporativo é trabalho?

?Se já não tenho tempo para nada, ainda vou blogar??.

A idéia de uma máquina para cada pessoa, ?meu HD?, ?meus arquivos?, está desaparecendo na web, com a chegada das ferramentas do Google Desktop e similares.

O meu micro será em rede, os aplicativos rodarão lá e meus arquivos ficarão ali. Este é o caminho mais provável, pois é mais barato, dinâmico e eficiente.

Bom, então não haverá tanto mais a minha máquina, mas, sim meu espaço em rede.

A outra constatação é de que a presença do empregado em rede ainda não está consolidada nas organizações.

Hoje, as empresas vivem ainda o período pré-web 2.0, no qual não há ?redes de amigos?, aquilo que o Orkut (e as redes sociais) trouxeram de melhor para a web.

Essa personalização e essa explicitação de forma fácil das redes de contatos e da minha produção resumem tudo que o pessoal da gestão de conhecimento sempre sonhou? e que a rede deu uma resposta simples: redes sociais, ou como os donos do My Space estão preferindo chamar, portais sociais.

Falei um pouco aqui sobre camadas inteligentes, sugiro ler depois.

Eu sou fulano, minha foto, meus amigos, meus interesses, meus arquivos. Note os nomes de alguns sites: Facebook, ?minha cara lá?, ou MySpace, o ?meu espaço lá?.

O trabalho intelectual que é feito pelos empregados que trabalham diante de um computador passará por esta fase.

As redes de pessoas começarão a invadir as empresas, tirando-as das ilhas e colocando-as em contato com os outros. A idéia, assim, da minha máquina e da falta de visibilidade em rede tende a diminuir gradualmente.

O ambiente corporativo terá o link para o blog de cada um com todos os dados, localização física, onde a pessoa trabalha, o que está fazendo hoje, o que fez ontem, o que produziu no último ano, quem são seus contatos mais usuais, o que ela gosta, o que está estudando, o que vai estudar, o que lê, o que fotografou a serviço, que links sugere, que vídeos, que cursos fez ou quer fazer?

Tudo isso em rede, com possibilidade de comentários, acompanhamento, links, interação etc. Basta olhar a web aqui fora hoje? o que está bombando aqui vai para dentro das empresas amanhã, como já ocorreu com o e-mail e os portais. Há empresas já trabalhando assim e vamos ter esse ambiente como padrão no Brasil nos próximos cinco anos?

Aqui no país um bom case é o da IBM. Vejam, por exemplo, o blog do Taurion. Sugiro também algumas apresentações do software colaborativo da IBM, o Lotus Conection.

Ou seja, o nosso trabalho intelectual tem um resultado final: uma apresentação, um relatório, uma planilha, um documento, qualquer coisa.

E esse trabalho será feito da mesma maneira, mas o resultado será publicado no seu espaço, e/ou da sua equipe, e/ou no do seu setor, em uma ambiente de conhecimento em rede.

Note bem, o que produzimos basicamente são registro digitais.

Estes registros hoje não são bem trabalhados, não entram de forma inteligente em um fluxo, não só para rápida recuperação, o que até tem avançando com as ferramentas atuais de disseminação, mas ainda carecem de uma rápida e eficiente colaboração.

A informação tem que rolar o tempo todo, tendo a cada momento sendo acrescida de ?pitacos? por cada um dos participantes da rede para ir aumentando a sua relevância para quem vai chegar depois.

E ainda uma melhor coordenação de esforços para evitar que tarefas repetidas e pouco inteligentes (para não dizer burras) sejam cada vez mais evitadas, pois é dinheiro sendo jogado fora pela janela. O capital intelectual é caro!

Assim, o blog de cada um não será o de dois espaços: um, o trabalho e outro a colaboração. Essa é uma visão precipitada do processo.

Eu produzirei e publicarei no meu blog, dentro de uma rede social da minha empresa, na qual todos estarão trocando e colaborando, como uma colméia, de forma mais eficiente do que é hoje, aumentando o uso do capital intelectual.

Assim, o blog será o que é hoje o nosso HD, com a possibilidade, a gosto de cada um, de poder escrever também suas experiências, como estou fazendo aqui depois dessa palestra.

Usando este espaço para reflexão, possíveis interações e documentando idéias que, talvez, se não tivessem sendo colocadas em rede, se perdessem no dia-a-dia.

Por fim, o que vale agora é a nossa capacidade de pensar, se articular e transformar tudo isso em algo de valor. Esse é o desafio dos novos ambientes de conhecimento corporativo?

Concordas? [Webinsider]

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Avatar de Carlos Nepomuceno

Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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4 respostas

  1. Parabens pelo artigo!
    Acho que realmente estamos caminhando para algo do genero.

    Acho que iremos ter uma comunicação mais dinâmica e eficiênte, mais tudo depende de um bom gerenciamento.

    Já trabalho diarimente com algumas ferramentas parecidas com as mensionadas, mais o seu bom funcionamento depende muito do Gerente de Projetos, sem ele a coisa não anda.

  2. Achei sensacional o texto, mas não se pode esquecer que para tirar o máximo proveito de blogs corporativos é essencial uma gestão empresarial dinâmica, antenada, que estimule a participação e o crescimento dessa rede social e tire dela idéias para o crescimento da empresa.
    É necessário supervisionar as participações dos funcionários, mas que isso seja feito de forma a não tirar deles a vontade de participar, e ainda mostrar que a participação de cada um é essencial para o bom desenvolvimento do negócio.

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