Quanto mais somos no planeta, mais necessidades temos de comer, vestir, morar, consumir. Isso nos leva a necessidades de informação e comunicação para preencher esses desejos.
Mais ações são colocadas na roda do mundo e mais fatos ocorrem.
Os meios de comunicação e de informação tentam, ao longo dos séculos, dar conta desse grande universo demandante. Na incapacidade de resolver o problema de uma forma, pula para outra, criando novas camadas de inteligência.
A mídia tradicional (rádio, TV, jornais?) era completamente ineficaz de cobrir tudo que acontecia nos quatro cantos do planeta.
Os fatos, os detalhes, os nichos, os pontos de vistas eram muito maiores, diversos e amplos do que o volume de microfones, câmeras e bloquinhos dos jornalistas permitiam.
A rede veio cumprir esse novo papel: iluminar as sombras deixadas pela mídia tradicional, permitir que novas idéias entrassem na roda e gerar debates entre pessoas, compatibilizando o volume de cabeças pensantes com o ambiente de conhecimento disponível.
Como mostra a figura abaixo, na qual o off-mídia (produção independente de usuários ou grupos de usuários), agregando relevância ao planeta:
Assim, um blog eficiente não é aquele que tenta ser um espaço a mais onde a mídia coloca luz, mas deve procurar trabalhar nas sombras, nas brechas que essa deixa.
Ou caminha para uma especialização, ou apresenta um novo ponto de vista, ou dá detalhes que os outros meios não conseguem, entrando na roda da informação relevante, aumentando o significado e gerando valor.
Um blog que repete é barulho, ruído, sem valor e tende a ser ignorado pelo público, que vai procurar a sombra do off-mídia.
Há em cada leitor a procura de um balanço e uma necessidade de preencher as suas necessidades de informação, com relevância para que possa tomar as decisões e seguir adiante.
Toda vez que uma nova mídia, seja blog, Twitter, listas de discussão ou o que seja, não vem para agregar luz à sombra, tende a ser ignorada, pois entra no rol dos ruídos.
Quem tem Twitter, por exemplo, e passa a seguir alguém espera que aquela pessoa ao dizer onde está e o que está fazendo, lhe dará dicas importantes e preciosas, no caso da procura por interesse profissionais.
Mas se o cara twitta de um engarrafamento, que está com fome, que comeu farofa, o que isso está trazendo luz à sombra?
É mais um a trazer barulho, onde queremos silêncio e bons toques?.
Há uma sabedoria e um equilíbrio entre todas as novas e velhas mídias.
Se você observar os blogs com trânsito verá que eles estão atuando muito bem em algum tipo de sombra, cumprindo um papel de pequena lanterna que dá luz ao todo, seja informando na escuridão, ou juntando diversas partes, que mesmo na luz, não faziam sentido.
O objetivo de agregar informação ao mundo, é sempre de levar relevância, o resto é entropia.
Essa é a nova dialética em que estamos: mais vale o silêncio do que a abobrinha. E quando vem a abobrinha, que seja de uma forma a colaborar na salada.
Estamos na passagem do mundo da escessez (quem gosta do termo é o Clay Shirky) para a abundância e temos que ser sábios em agregar para complementar e não para gerar ruído.
E essa capacidade de transitar sempre gerando valor, é o que fará a diferença no mundo atual e futuro, seja uma pessoa, ou empresa, ou país.
O texto é um amadurecimento de outros posts do meu blog, destaco este. [Webinsider]
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Carlos Nepomuceno
Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.
7 respostas
Estes são não meus surprising anymore, mas agradecimentos.
Claudia,
nas empresas há os blogs externos e os internos.
Na verdade, já escrevi o post sobre a cabeça de HD:
http://cnepomuceno.wordpress.com/2008/11/21/cabeca-de-hd/
Tem ainda outro quando fiz uma palestra na Transpetro:
http://cnepomuceno.wordpress.com/2008/11/21/cabeca-de-hd/
abraços,
Nepô.
Gostaria de compreender melhor se blog corporativo diz respeito à comunicação entre os públicos internos (colaboradores e funcionários) ou se a todos os públicos, inclusive clientes.
Que tipo de assuntos devem ser tratados nestes blogs? É conveniente, por exemplo, equilibrar informações imparciais desprendidas de venda de produtos e marcas com outras que sejam publicitárias do próprio produto e marca?!
Vou procurar ler o livro que indicou ao colega anterior. E também já li o outro artigo sobre blog e trabalho (muito bom) e, por isso, minha dúvida se o blog deve ter o teor de comunicação com os funcionários e compartilhamento de informações entre eles, apenas.
Grata,
Cláu.
Há uma sabedoria e um equilíbrio entre todas as novas e velhas mídias.
Perfeito, perfeito, perfeito!
Cristiano,
recomendo a leitura de um livro pequeno Blogs Corporativo que estou lendo, modismo ou tendência?, de Carolina Frazon Terra.
Acho resumido, sintético, com bons links, correto…bom para quem começa e quer convencer os outros.
Na verdade, quando você diz Não posso dizer que cada um dos profissionais com quem trabalho terão interesse em gerar conteúdo…, na verdade, é a nossa cultura atual que eu estou chamando de cabeça de HD.
Nessa nova fase da Web, em que os dados vão para as nuvens, ou seja para a rede, não há mais sentido em publicar no HD e sim em um ambiente virtual, recuperável por você por outros, sujeito a comentários..
Assim, quem trabalha com intangíveis gera conteúdo o tempo todo, só não publica na rede e faz a separação entre trabalho e compartilhar, o que tende a mudar.
Há uma mudança na maneira de pensar, uma certa abertura ao mundo, perda de uma privacidade dos tempos do HD….estou empenhado em defender a idéia que a cultura do HD é nociva ao conhecimento…
Vou desenvolver mais o tema no meu blog: http://www.nepo.com.br com um post sobre Cabeça de HD, mas ainda está na minha cabeça de cabeça…;)
É isso, abraços, boa sorte
Leia também mais sobre o assunto aqui no Webinsider em:
http://webinsider.uol.com.br/index.php/2008/11/10/manter-um-blog-seu-na-empresa-e-trabalho/
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Olá Carlos,
Uma luz pra mim. Estou há alguns dias pesquisando artigos para fundamentar uma proposta que farei para a agência de marketing promocional onde trabalho. Estamos meio atolados com nosso próprio planejamento 2009, mas uma das principais metas é reestruturar nosso website. Um tanto estático demais, estou vendo qual o melhor caminho a seguir: se partimos para o colaborativo, para uma espécie de blog, não sei.
Não posso dizer que cada um dos profissionais com quem trabalho terão interesse em gerar conteúdo, mas sei que nossos projetos fazem isso por sí só. Mas como tornar essa informação atrativa? Como gerar prazer em navegar num site tão específico, já que não falaremos de outras marcas que não a de nossos clientes? Ao mesmo tempo, imagino algo fácil de atualizar, que dê o gosto do nosso agitado e inusitado cotidiano.
Preciso de mais referências. Benchmarket nervoso!!!
Abraço.
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