Sabemos fazer sites. Sabemos fazer marketing?

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Entregar um hotsite de produto em Flash em 1999 era uma grande vitória e com muito pouco virava case de sucesso. Ter um formulário de cadastro era o suficiente até para se pensar em iniciar um programa de CRM. O restante da formula era simples: newsletter e compra de mídia online adaptada do offline.

Pois é, os tempos são outros. Isso já faz quase dez anos e recentemente confessei para um amigo o seguinte: ?Eu não entro mais nos sites em Flash que me enviam. Se tem loading eu já fecho a janela e, quando eu resolvo ver o site, fica a sensação de reprise. Eu não quero postar um vídeo, adicionar o link ao meu Facebook, ou ligar a câmera do meu note. Talvez eu só queira uma informação corriqueira e não queira ?ficar interagindo? com a marca?. Cheguei ao meu limite quando entrei no site de uma agência em que eu simplesmente não conseguia navegar: o site me pedia freneticamente para conectar uma câmera e um microfone no meu notebook e não me dava outra opção de navegação. Fechei a janela.

Daí que essa situação corriqueira me fez lembrar de um ?mestre? do marketing de relacionamento com o qual trabalhei que sempre dizia: ?Lesson 1 ? o cliente não está a fim de se relacionar com você…?

Finalmente, depois de me tornar uma ?navegante cansada?, aprendi a lição. E ai a pergunta: sabemos fazer sites maravilhosos e as tecnologias estão cada dia mais disponíveis, algumas até gratuitas, mas sabemos transformar isso em marketing?

Da mesma forma, os veículos especializados questionam cada vez mais a efetividade das midias tradicionais como revistas e TV. Marcas grandiosas encolheram drasticamente sua verba de TV para apostar em internet. Mas quais são as vantagens?

A principal delas é a mensuração. A mensuração dos meios online é real e muitas vezes imediata. Ate hoje eu fico encantada em acompanhar online os números de pageviews, leituras de e-mail, cliques, etc. Vejo as planilhas dos meus clientes diariamente e essa tecnologia me encanta mais que os sites em Flash!

O consumidor de modo geral vem mudando a olhos vistos. Hoje um anúncio não é suficiente para convencê-lo de uma compra. Qualquer pessoa que tenha acesso a um computador pode fazer uma pesquisa de preço na internet, comparar produtos e suas funcionalidades, pesquisar reclamações e defeitos de fabricação e o que outros consumidores têm dito. Essa é a internet para o consumidor com intenção de compra.

Por outro lado, o advertising conta com novos formatos, como o viral (uma coisa que muita gente propõe, mas poucos fazem bem feitos), o SEO e mesmo o monitoramento de redes sociais. A cada dia eu acredito mais nesses formatos resultantes de buscas e relacionamentos interpessoais do que em click-through.

Quem busca realmente quer um produto, serviço ou informação. Quem se cadastra em uma comunidade de produto ou marca numa rede social realmente se identifica com a marca. Anualmente eu troco de celular e recentemente peguei um novo, com wi-fi, gps, etc.

Sabe qual a maior fonte de informações sobre aplicações e dicas para o meu aparelho? Provavelmente não é o site da marca, é uma comunidade do Orkut. É lá que eu acho dicas sobre uso do aparelho, novos softwares para download etc. A marca até se propõe a ter um ambiente para download, mas tem uns quatro ou cinco aplicativos ?gato pingado?, o que não é nada interessante para uma pessoa que adora baixar coisas para o celular como eu.

E o que isso tem a ver com o marketing? Descentralização e controle parcial sobre a sua marca através de redes sociais, e é nisso que temos que prestar atenção desde já. Hoje o marketing da sua marca não é mais somente o que você produz e distribui como campanha. Com a internet popularizada, o consumidor tem voz ativa, podendo ajudar a sua marca a crescer através de dicas ? como o site deste celular que comentei ? ou gerar um mal estar danado através de reclamações de consumidores insatisfeitos.

E isso, não tem site em Flash, campanha premiada ou click-through que segure. [Webinsider]

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Avatar de Maira Costa

Maira Costa (maira.costa@thinktwice.com.br) é Diretora de Planejamento da Thinktwice Marketing de Inovação.

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17 respostas

  1. As pessoas passam cada vez mais tempo nas redes sociais, a divulgação de produtos e serviços vem crescendo nesse últimos anos. Com o tempo as redes sociais podem ser tornar um local lotado de anúncios e publicidades de forma que os usuários acabem deixando de utilizar. Isso já aconteceu com o Orkut, está acontecendo no facebook…com certeza nas próximas eleições seremos bombardeados de propaganda eleitorais nas redes sociais.

  2. Excelente matéria

    Sobre fazer um site em flash, acho que depende muito do objetivo e publico alvo, fazer em flash para uma empresa acho desnecessário. Tenho amigos que fazem sites institucionais em flash, que no caso poderia fazer um layout bacana e desenvolver em html, css(tabless) e fazer toda parte de SEO. Site em flash hj seria mais para hotsites de empresas que já são bem conhecidas, ou pra divulgar algum produto.

  3. Se sites em flash dão resultado (ou não) quem diz são as estatísticas, e temos muito poucas nesta área.

    Até pouco tempo atrás o que se tinha era taxa de rejeição 100% no analytics (motivo óbvio, vc visitava o site inteiro na primeira página).

    Então quem tem site em flash que implante logo isso:
    http://code.google.com/p/gaforflash/downloads/list (se usa o analytics claro)

    Porque dizer que loading faz seu PÚBLICO ALVO mudar de site sem números e baseado na própria experiência é complicado.

    Entendam não estou defendendo flash, e sim números. Afinal de contas ?o que importa são os resultados?.

  4. Muitas vezes o webmaster esquecem do fundamental, o cliente. Meu site, por exemplo, é bem rudimentar, mas me traz um bom retorno de clientes, vejo em meu ramo lojas que tem sites espetaculares, mas que esquecem alguns pontos principais, como o contato, por exemplo, ou que tem uma loja que não reflete as expectativas que o cliente cria vendo toda aquela tecnologia em seus sites. O marketing não esta apenas em trazer o cliente até você, esta também em vender algo a este cliente.
    Durval – http://www.hotmastersound.com.br

  5. Sites em flash sao lindos maravilhosos…
    Mas uma duvida me ocorre:
    QUANTAS PESSOAS (REALMENTE) ACESSAM ESSES SITES?
    Lembrando sempre que estamos no Brasil, um país emergente onde a maioria dos computadores estao na mao de pessoas das classes C/D, pessoas essas que compram esses computadores e pagam infinitas parcelas de R$99 e portanto, NAUM TEM DINHEIRO PARA PAGAR BANDA LARGA, e NAUM TEM PACIENCIA PARA ESPERAR O LOADING NUMA INTERNET DISCADA.

    Se vc trabalha com um publico especifico, esta tudo bem, mas quando a campanha tem que ser mais abrangente, como e que fica?

  6. Pessoal, o meu comentário não teve a intenção de esculhambar ninguém. Desde que se aplique apropriadamente, não tenho nada contra o uso de flash.
    Entendam como uma crítica construtiva.
    Em casa de ferreiro espeto tem que ser de ferro.
    Aplicar o que se prega.

    Ou então, o título deste artigo se inverte: Sabemos fazer marketing. Sabemos fazer sites?

    Abraço a todos!

  7. Como já comentaram, a observação do Paulo Botelho foi ótima!

    Porque será que o site da empresa em que ela trabalha é em Flash ?

    Jura

  8. gente na boa, qual o problema de ter site em flash??

    o google pode achar ele na busca, vc pode fazer com que o site abra na pagina certa, vc tem como mensurar por analytcs…poxa que preconceito!!!

  9. A observação do Paulo Botelho foi ótima!

    Bom, eu mesmo sendo designer, reconheço: sites em Flash, em 90% dos casos são um PÉ NO SACO. Considero Flash uma ferramenta poderosíssima no desenvolvimento de diversos tipos de aplicações, porém, o que se vê aí são sites praticamente idênticos aos de anos atrás.

    Às vezes por MOTIVOS DE FORÇA MAIOR, somos obrigados a trabalhar com sites comuns em flash, mas não que eu vá acessar isso depois!

  10. Concordo com você em relação as diversas técnologias disponíveis no mercado.

    Como profissional, precisamos saber utilizar de acordo com o briefing do cliente, utilizando flash, rede social, concursos culturais ou o que for necessário em busca do melhor resultado.

    Adoro site em flash e odeio conexões lentas! esse é nosso grande problema, mas cada projeto tem muitas soluções, é aonde nos diferenciamos de outros profissionais.

    Boa sorte a todos.

  11. Maira, vc tem que concordar comigo que não é uma consumidora padrão, trabalha com isso e é muito provável que enjoe de tudo muito antes de todo mundo…

    Eu mesmo não clico em links patrocinados, entro em redes sociais quase que por obrigação e não espalho virais… Porque eu já enjoei faz tempo, mas isso é muito diferente de dizer que determinada coisa é ineficaz.

    Dependendo da estratégia, sites em Flash podem ser muito proveitosos e interessantes pro cliente e para a empresa, e trazer sim, grandes resultados, desde que integrados com o que temos de novo ou adaptado ao perfil do target e da campanha.

    No final, o que define quais estratégias são melhores ou piores é o cenário, target e objetivos, como sempre aconteceu.

  12. Maira, parabéns pelo texto. Como você, penso que nos dias atuais a informação tem que ser direta. É tanta informação que o pessoal se perde nesse meio.

    Abraços,
    Danilo

  13. Eu também não entro mais em sites em flash que tem loading. Fui entrar no site da sua empresa e I dont think twice, apareceu o loading eu cai fora!

  14. Celular com aspas mesmo porque é um verdadeiro PC de bolso, estou me referindo ao Android do Google. Espero que alguma operadora traga logo o bicho pro Brasil.

    Parece que o pessoal do Google quis fazer um smartphone projetado para ser uma rede social móvel. A api webkit abre qualquer site inclusive com suporte avançado ao ajax, e tem a api do Google Maps. Suporta também os anúncios do Adsense.

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