Realizada semestralmente pelo Instituto Datafolha a pedido da F/Nazca, a pesquisa F/Radar revelou que o número de internautas brasileiros chegou aos 64,5 milhões em agosto de 2008 – 5,5 milhões a mais do que o número registrado no primeiro semestre do ano.
Não é pouca gente. 64,5 milhões de usuários. É impressionante como a internet está crescendo no Brasil e já alcança todas as classes sociais. Isso significa dizer que 48% de toda a população nacional maior de 16 anos já possui acesso à rede.
Ao todo foram realizadas 3.003 entrevistas, distribuídas em 172 municípios, sendo que 40% envolvem regiões metropolitanas e 60%, o interior.
Com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, os resultados mostraram que, mais uma vez, a renda da população não possui ligação direta com o acesso do brasileiro à internet, uma vez que 28% acessaram a rede a partir de locais públicos de acesso pago, como as lan houses; 21% o fazem de computadores de amigos ou parentes; 13%, do ambiente de trabalho; e cerca de 10% a partir de faculdades e universidades.
Pela primeira vez incluída no estudo, a internet móvel (smartphones, celulares, PDAs e iPhones) apareceu com 6% do total de acessos.
A freqüência com que ocorre o contato do brasileiro com a internet também cresceu, sendo que 38% dos entrevistados afirmaram acessar a web diariamente e 10%, de quatro a seis vezes por semana, o que resulta em 48% de usuários considerados heavy users.
Contabilizando os 21% que navegam de duas a três vezes por semana e os 18% que o fazem uma vez por semana, a pesquisa concluiu que 87% dos internautas brasileiros entram na internet semanalmente e que a média de acessos é de quatro dias nesse período.
Esses dados justificam os investimentos crescentes na mídia online. Aprofundando mais nas informações da pesquisa, vemos uma evolução no perfil 2.0 dos internautas brasileiros. Mais força tem sido dada a conteúdos de segunda geração como redes sociais, instant messengers, blogs, vídeos etc.
Um dos pontos de maior destaque da pesquisa diz respeito ao conteúdo colaborativo que circula pelas páginas da internet nacional. Dos 64,5 milhões de internautas identificados pela pesquisa, 55% disseram já terem incluído algum conteúdo na rede. Desses, 46% disseram que essa é uma forma de estreitar o relacionamento com outras pessoas e amigos, enquanto 10% esperam divulgar um trabalho autoral e 7%, ilustrar um fato, história ou notícia veiculado na internet.
Dentre as formas de relacionamento online, a maioria ainda mantém a comunicação por e-mail (53%), messenger (52%) e perfil do Orkut (49%). Do total, apenas 7% disseram se relacionar através de um blog ou site pessoal; 6% postando comentários em endereços de notícias; 4% postando ou comentando vídeos no YouTube; e 4% navegando pela blogosfera em páginas de terceiros.
48% dos pesquisados garantiram levar em consideração a opinião de outras pessoas – mesmo que desconhecidas – antes de efetuar uma compra de qualquer natureza. Já importante ferramenta para a pesquisa de produtos, serviços e melhores condições, cada vez mais se mostra um importante canal de relacionamento com consumidores, uma vez que 26% dos internautas já publicaram opiniões na rede e 20% já efetuaram alguma reclamação online sobre produtos e serviços.
O estudo apontou ainda que o ativismo do consumidor com acesso à internet aumenta quanto maior a renda e a escolaridade. Dentre os internautas com ensino superior completo, por exemplo, 45% já publicaram opinião sobre produto ou serviço. [Webinsider]
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Fred Pacheco
<strong>Fred Pacheco</strong> (fpacheco@predicta.com.br) é gerente de Gerente de Business Intelligence da <strong><a href="http://www.predicta.com.br" rel="externo">Predicta</a></strong> e um dos autores do blog corporativo <strong><a href="http://blogs.predicta.com.br/namedida/index.php/author/herman-fuchs/" rel="externo">NaMedida</a></strong>
4 respostas
Muito interessante a pesquisa. Fiquei impressionada com o índice de 48% de pesquisados que consideram a opinião de outras pessoas, mesmo que desconhecidas, antes de comprar. As empresas precisam se ligar nesse índice, e rápido. Precisam ter mais agilidade e formas adequadas para responder às críticas ou a problemas que surjam.
Muito legal o artigo.
Quanto consumo influienciado pela rede social, é imporante lembrarmos que existem empresa que se baseiam nesta tendência e com isso conseguem oferecer benefícios maiores aos usuários das internet.
O Compra3.com, por exemplo, devolve dinheiro para o consumidor que comprar no site. Esse dinheiro de volta é uma espécie de desconto retroativo em consequência da grande participação das pessoas no sistema de compra coletiva.
Abraços!
Muito interessante o artigo. Bom saber que o Brasil está acompanhando a tendência mundial e 48% levam em conta a opinião vista na internet.
Um fato triste é a tímida parcela das pessoas que parecem usar a internet pra algo realmente útil como escrever e ler blogs.
Essa suspeita sempre rondou o pessoal do marketing, basta ver a quantidade de virais rolando pela web que é propagado pela própria comunidade e influencia muita gente