Todo cientista da computação acaba um dia trabalhando com realidade virtual na vida acadêmica – desde programas simples para estudos de geometria analítica e matemática discreta, até brincadeiras divertidas em 3D.Atualmente está em voga o termo ?augmented reality?, ou realidade aumentada.
Pode parecer novidade, mas o que chamamos de realidade aumentada faz parte dos estudos da computação há muitos anos. Um dos primeiros relatos mais interessantes é o de Morton Heilig, o criador da máquina chamada Sensorama, em 1948, para simular a pilotagem de uma motocicleta. O primeiro protótipo efetivamente nasceu em 1962.
Quarenta anos se passaram desde a visão de Heilig até o termo ?realidade virtual? ser usado comercialmente por Jaron Lanier, em 1989.
Pouco depois, em 1992, professor Thomas Caudell citou o termo realidade aumentada em um projeto com engenheiros da Boeing. Na foto, o professor Caudel com alguns de seus alunos.
A curiosidade humana sempre desejou participar de algo fantástico. Por isso existem os filmes, o teatro, o videogame – para vivermos algo impossível na vida real. Falando um pouco mais de história, o universo de Star Wars, criado por George Lucas, é recheado de hologramas, forma pela qual os personagens se comunicam.
Em outros filmes e seriados de ficção científica, a realidade virtual é usada e abusada. Em Star Trek temos o holodeck. E Tron é por si só um filme inteiro em realidade virtual.
Minority Report é um show de computação gráfica manuseada pelo personagem de Tom Cruise utilizando luvas especiais.
Antes de continuar a leitura, vale a pena assistirmos a esse vídeo produzido pela Rede Globo.
Para que serve na prática
Do ponto de vista teórico, a realidade aumentada (RA) é parte dos estudos da realidade virtual. Partindo desse pressuposto, tudo é possível e a criatividade é o limite para inventar aplicações úteis (ou não tão úteis assim):
- engenharia, onde a equipe pode avaliar virtualmente a construção de empreendimentos, aviões, carros e etc;
- educação e treinamentos;
- entretenimento, publicidade e divulgações interativas e imersivas;
- aplicações para aumentar a percepção do dia-a-dia;
- soluções médicas…
- ? e muito mais
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Potencial não falta para explorar a realidade aumentada nos games. Ok, ainda não temos a tecnologia do jogo de xadrez futurístico que fez a festa do R2D2 e Chewbacca em Star Wars – episódio IV, mas os estudos de holografia evoluíram muito.
Há cerca de 20 anos foi construída uma máquina de fliperama um tanto atrapalhada, porém divertida. Era o primórdio da holografia com um jogo de cowboy e índios.
O nome era Hologram Time Traveler, desenvolvido pela Sega em 1991.
O jogo em si é simples – você assume o papel do cowboy e viaja pelo tempo, enfrentando índios, homens das cavernas. Tirando a jogabilidade de lado, era impressionante ver aquele homenzinho de pé no fliperama, como ?mágica?.
O tempo passou (literalmente) e novas tecnologias apareceram, como a febre atual de RA que vemos. É óbvio que existe muito a evoluir, pois o maior ?defeito? é que na realidade aumentada ficamos presos a um computador com webcam, o que restringe muito as possibilidades práticas.
Web cams e celulares
Uma das saídas mais inteligentes que já vi é a interação com as câmeras de celular. Os celulares mais modernos têm processamento gráfico excelente e com isso novos jogos e interações com ele começam a aparecer.
Veja no YouTube: Augmented Reality Tower Defense v0.2 for Nokia N95.
Use com sentido, não por modismo
Deixo a ressalva aos profissionais para pensar bem no que fazer. Como criador de games, é muito importante não utilizar a tecnologia só porque ela é ?legal? ou ?está na moda?, mas sim porque realmente irá agregar algo para a experiência do usuário com determinado produto ou marca.
Já vi diversas ações criadas por agências de publicidade no Brasil que simplesmente usam a RA de forma ridícula, apenas para arrancar dinheiro dos clientes. Pensem bem a respeito, vamos agregar valor, ok?
E para finalizar, um vídeo muito interessante para aplicação publicitária de realidade aumentada ? é o lançamento do novo filme do Transformers, onde você se transforma em Optimus Prime!
Enjoy! [Webinsider].
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Guilherme Tsubota
<strong>Guilherme Tsubota</strong> (fala@guilher.me) é consultor mobile do iG, autor do blog <strong><a href="http://www.guilher.me" rel="externo">Guilherme Tsubota</a></strong> e diretor da <strong><a href="http://www.8dgames.com.br/" rel="externo">8D Games</a></strong>.
Uma resposta
É um prazer estar criando o primeiro comentario do seu artigo, achei muito interessante e genuino seu artigo não é qualquer um que tem essa capacidade de raciocinio.
parabens!