Enquanto o mercado discute avidamente as redes sociais, há outro tipo de rede que passa debaixo do radar dos jornalistas e da maioria dos profissionais brasileiros. Trata-se das redes de sites ou AdNetworks. Atualmente são mais de 400 redes em todo o mundo.
Aqui no Brasil elas nunca foram muito populares, mas já têm sua história: em 2000 eram MundoMedia, RealMedia, DoubleClick, Click Certo e AdNetwork (atual Predicta).
Hoje temos RealMedia, Fox, Google Content Network, Dada (sim, aquela dos ringtones agora representa sites), Yahoo Display Network, AllMatch, EzTarget, RealNetworks, além de Buscapé e Mercado Livre. Há também a HiMidia, que dependendo da oportunidade é uma agência de search ou rede de sites.
Segundo uma matéria recente da Business Week a previsão é que, em 2009, 50% de toda publicidade online no formato display nos EUA seja comprada via adnetworks, contra 30% em 2008.
A mesma revista afirma ? e eu concordo ? que as redes estão revolucionando a publicidade online ao trazer para o mercado milhares de pequenos sites que juntos, tornam-se um inventário atraente para campanhas de anunciantes de todos os portes, principalmente pela alta capilaridade e segmentação.
Por outro lado, graças ao enorme volume de espaço disponível que comercializam, jogam o valor do CPM para baixo, contribuindo assim para uma suposta desvalorização da publicidade online. Inclusive nos Estados Unidos o IAB iniciou uma cruzada para valorizar a mídia interativa como um meio para construção de marca, já que 47% de toda publicidade comercializada naquele país é baseada em performance (CPC e CPA) e, parte dela, passa pelas AdNetworks.
No Brasil o problema sempre foi como vender o conceito de rede, já que a maioria das agências insiste em escolher os sites que quer anunciar. Por outro lado, o modelo de exclusividade comercial ? hoje em desuso ? contribuiu bastante para afastar sites ?verticais? importantes desse modelo de negócios.
Explicando: tradicionalmente as redes baseavam-se em representações comerciais exclusivas, ou seja, o site ?terceiriza? seu departamento comercial para um representante que é responsável pela venda e retém parte do pagamento como comissão.
Esse modelo gera uma pressão muito grande, já que o site fica na dependência de seu representante para ter a receita com publicidade. E, dado a forma como as agências compram mídia, fica insustentável. Por exemplo, outro dia um cliente me pediu um plano utilizando redes.
Preparamos o material baseado no target e objetivos; ao apresentarmos surgiu a fatídica pergunta: ?Mas em qual site vai veicular??. Que é sempre seguida de ?Esse site eu não quero, só quero os sites A, B e C?. Pronto, acabou o conceito de rede!
Por outro lado, o fato de não saber onde sua campanha estará sendo veiculada pode ser assustador realmente: já caso de uma multinacional importante ter sua campanha rodando em um site de conteúdo sexual explícito. Há as redes Premium justamente para minimizar esse risco, já que dizem exatamente onde a campanha estará rodando.
Com o fim da representação exclusiva surgiu um novo perfil de empresa que ajuda os sites a escolher dentre as diversas redes que vendem seus espaços qual oferece a maior rentabilidade. São os Otimizadores de Inventário, conceito que ainda não chegou por aqui. Um bom exemplo é uma empresa chamada Rubicon Project.
Outro modelo ainda oficialmente ausente no Brasil é o de ?Ad Exchange?, onde toda transação é automatizada, toda feita online: agências e anunciantes acessam um sistema onde selecionam os canais que querem anunciar e recebem a informação do inventário disponível, que foi previamente cadastrado pelos sites. DoubleClick e RightMedia têm produtos específicos nessa linha, que as levaram a ser alvo de aquisição.
Enfim, as redes tem papel importante no ecossistema da publicidade online, prova disso foram as transações milionárias envolvendo Google-DoubleClick, Yahoo-RightMedia, WPP-24/7RealMedia, sem contar Microsoft-aQuantive, cujos ativos incluíam a DrivePm.
Este tema é longo e polêmico, se quiser me mande um email e continuamos o papo, mas acredito que com o amadurecimento de nosso mercado elas vão encontrar o seu lugar também no Brasil. [Webinsider]
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Marcelo Sant'Iago
Marcelo Sant'Iago (mbreak@gmail.com) é colunista do Webinsider desde 2003. No Twitter é @msant_iago.
5 respostas
Este tema é longo e polêmico.. Não sei se polêmico, mas insuficientemente abordado, sim. Visitei o teu http://www.poucas-e-boas.com, que, exceção do irritantíssimo Snapshots e algum gadget desnecessário( o meu Windows pelo menos tem um relógio na barra de tarefas…!), é ótimo e comporta, creio, uma categoria que abordasse mais profundamente este tema.Fico no aguardo.
Ótimo seu artigo, gostaria de incluir mais uma rede que vem crescendo a cada dia.
A rede ClickAfiliados, http://www.clickafiliados.com.br/, hoje possui mais de mais de 3000 sites afiliados no Brasil utilizando nosso serviço que entrega publicidade online no formato links patrocinados e display. Possuindo ainda parceria com grandes empresas como Yahoo.
Disponibilizando um ótimo suporte ao seus afiliados e diversas outras facilidades.
Abraços,
Breno Braga
Julien: obrigado pelo esclarecimento.
Felipe: até onde eu sei na FTPI representa apenas veículos offline e o foco foi online.
Marcelo.
Ótimo artigo, como sempre.
Só faltou falar da FTPI Interativa, com uma pegada mais REGIONAL da mensagem.
Abraços
Belo post Marcelo, sobre um assunto muito interessante.
Queria esclarecer e corrigir o que você escreveu sobre a Hi-Mídia:
a Hi-Mídia é hoje a maior rede de sites verticais do Brasil, com mais de 400 sites que fazem parte de nossa rede.
Do outro lado, tem a nossa rede Afilio, http://www.afilio.com.br, com mais de 4.300 sites afiliados.
E, corrigindo a sua frase, Há também a HiMidia, que dependendo da oportunidade é uma agência de search ou rede de sites:
a Hi-Mídia é uma rede sites, uma rede de afiliação e tambem tem um time extremamente qualificado de search.
Sempre. E não ou em outro. Atendemos os clientes da melhor forma possivel, usando os serviços que mais se adaptam as necessidades deles.
Obrigado!
Abraços,
Julien