Amo meu país, tenho medo é do governo. Em camiseta ? da minha coleção de frases.
Aproximam-se as eleições e as cartas começam a ser jogadas na mesa com duas visões distintas para o mesmo problema: conectar a parcela mais pobre da população.
- O Governo lança a ideia de uma bandalargobras, uma estatal para espalhar fibra ótica;
- Serra anuncia em São Paulo que vai reduzir todos os impostos estaduais sobre a banda larga.
Bem verdade, que o Governo Federal quer levar fibra ótica aonde ainda não existe. E o Serra baratear onde já tem. Porém, em ambos os casos nem um nem outro, como sempre, lembram que já pagamos por tudo isso.
Cadê a grana do imposto do Fust, que tem ficado há anos com 1% de todas as contas telefônicas do pais?
Veja abaixo detalhes:
?Uma das alternativas para envolver as empresas no projeto, segundo a mesma fonte, poderá ser a utilização dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que têm R$ 8 bilhões em caixa, retidos nos cofres do Tesouro para fazer superávit primário.
O Fust foi criado para massificar a telefonia fixa, mas já existe um projeto de lei no Congresso para redirecionar seus recursos para a banda larga. O governo, então, lançaria mão do fluxo anual de recursos do Fust, que é de R$ 900 milhões, para compensar as empresas privadas pelo uso de parte de suas redes?
(mais.)
Note que nessa discussão e nas propostas apresentadas temos a nossa velha polêmica do Estado Máximo (PT) e do Estado Mínimo (PSDB), sobre a qual já me posicionei aqui.
(Nenhum dos dois, no caso brasileiro, pensa no consumidor e cidadão como objetivo principal.)
Na verdade, o dinheiro do FUST que sumiu e ninguém viu deveria financiar todo o projeto de cabeamento para levar à rede para os lugares mais distantes e se procurar a forma mais eficiente e pública para garantir a alternativa mais barata e eficaz, portanto de maior interesse público.
E ir de graça para quem precisa e não pode pagar, desde escolas, bibliotecas, a redes Wi-Max em bairros mais carentes.
A ideia não era essa?
A criação de estatais nem sempre dá boa coisa; começam pequenas, mas os políticos vão descobrindo primos, amigos, sobrinhos. Vejam isso:
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), criada em dezembro de 1972, nasceu a partir de um compromisso das autoridades da Aeronáutica de que seria uma empresa para regular o setor com, no máximo, 600 funcionários.
Hoje, a Infraero emprega 28 mil trabalhadores, administra 67 aeroportos, 81 unidades de apoio à navegação aérea e 32 terminais de logística.
A meu ver um Governo 2.0 é inclusivo, que se preocupa com quem não tem, mas ao mesmo tempo eficaz, dando a quem não tem a capacidade de se tornar cidadão e não apenas eleitor.
Esse projeto da banda larga para os mais pobres reflete esta questão de fundo, pois para o cara ter banda larga, antes tem que ter também computador, manter, etc?
Ou seja, é um sistema global e não isolado. Não seria melhor privilegiar os espaços públicos? E redes sem fio?
O debate nos leva a pensar também no fundo que querem criar do pré-sal. Fala-se em passar tudo para a educação, saúde, etc. Mas será que vai virar mais um FUST?.
Falei mais sobre isso aqui. Barbas de molho. Concordas? [Webinsider]
.
Acompanhe o Webinsider no Twitter.
Carlos Nepomuceno
Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.
5 respostas
Se não fosse a robalheira, destes nossos governantes que ja vem lá de muito tempo, e pelo indice alto de imposto que já pagamos a internet Banda Larga deveria ser de graça para todos.
O que os políticos viram na banda larga foi a possibilidade de manterem um horário eleitoral de 24 horas… Se antes tinham que falar correndo em 30 segundos no tempo exiguo das tvs, agora podem ficar o tempo inteiro fazendo campanha na internet. Não é atoa que esses projetos surgem logo apoós o governo legalizar a campanha eleitoral via web…
Provavelmente vem ai um tipo de horario eleitoral virtual obrigatorio para quem usar a bandalargabras…
Ok, sabemos da quantidade inacabável de impostos que pagamos, muitas vezes múltiplos, por uma mesma coisa, e que de forma alguma atendem seus propósitos, a não ser aquele maior, de extorquir dinheiro do contribuinte, de forma obscura e imoral. Mas ao invés de só comentar e tornar isso público, seria um ótimo serviço se além de só sermos chamados de palhaços, pudéssemos ter acesso aos canais de reclamação junto ao governo. Se os colunistas sabem tanto sobre leis e impostos, fica aqui meu pedido para que além do problema, apontem também o possível caminho para solução. Reclamar ao vento não adianta muita coisa, mas reclamar, sabendo onde, isso sim já é uma outra história. Né não, Carlos?
Amo meu país, tenho medo é do governo.
Essa frase vai pro meu mural de frases tbm! Disse tudo!
Nós já temos o imposto, já temos o recurso basta apenas administrá-lo…
mas administração não gera o que quer que seja que esses politicos acham que lhes é bom…
Enfim, lá vamos nós outra vez…
;D
Mais uma vez o trabalho só começa perto das eleições. Sempre de maneira suspeita e desconfiadamente oportunista.