Com o avanço das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) as relações humanas ocorrem cada vez mais através dos ambientes proporcionados por essas tecnologias.
Basta você tornar o seu e-mail público e aparece um monte de gente convidando você para adicioná-lo como ?amigo? no site de relacionamento, no programa de mensagens instantâneas ou em alguma comunidade virtual. Muitos dos que agem desta forma acreditam estar criando uma network.
Roberto Romano, no artigo ?Contra o abuso da ética e da moral? diz algo revelador: (…) quando o público e os especialistas falam em demasia sobre um valor ou uma doutrina, tais elementos certamente estão sendo veiculados sem crítica (…).
Falar em network(ing) é fácil e atrai atenção, mas o que a maioria não revela é que muito mais que sair adicionando pessoas pela internet é preciso conquistá-las. E o processo de conquista não é assim automático como os efeitos de um clique no mouse.
Vejamos como é o dia-a-dia das pessoas que acreditam estar criando network.
Elas têm janelas abertas recebendo mensagens instantâneas a todo o momento, o programa de correio eletrônico baixando e-mails, o celular recebendo ligações e SMS, o ramal tocando, pessoas entrando na sala e provavelmente dividindo-a com outras pessoas onde são obrigadas a escutar comentários inúteis de pessoas que não conseguem ficar em silêncio.
Precisamos ser realistas! Com todas estas distrações, com toda a nossa energia e tempo sendo sugados desta forma, é muito difícil termos a concentração e a disposição necessárias para conquistarmos as pessoas.
Para conquistar alguém é preciso se envolver emocional e mentalmente, conhecer a fundo, refletir sobre sua personalidade, dar atenção no momento exato, usar as palavras certas, se doar quase que por completo.
Somente assim pode-se conquistar alguém que poderá lhe ser útil.
Conquistar a confiança de alguém e obter seus favores é um processo sutil, é como criar uma obra de arte. Quando interpretamos uma obra como bela, não é a parte concreta que estamos vendo, mas é a energia pessoal do autor que estamos sentindo e que ele colocou ali no momento em que a produziu.
Sem esta energia não há networking, há apenas contatos, relações superficiais.
Não é à toa que Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe faz a raposa falar:
(…) Eu não posso brincar contigo (…) Não me cativaram ainda! (…) ao que o pequeno príncipe pergunta: (…) mas, o que quer disser ?cativar?? (…) e então a raposa responde: (…) Significa, criar laços (…) Tu não és ainda nada para mim senão um garoto inteiramente igual aos outros 100 mil garotos. E eu não tenho necessidade de ti. (…)
É por isto que o networking falha, é por esta razão que na prática as relações criadas no mundo virtual não se concretizam, pois as pessoas não foram devidamente conquistadas e o mundo virtual ajuda a criar uma ilusão de existir algo.
Também é preciso ter objetivos claros, saber aonde quer chegar, ser seletivo.
Intuitivamente todos sabem que pessoas são meios para um fim. Pode parecer algo maquiavélico falar nestes termos, mas a atualidade nos mostra que as coisas funcionam assim.
Vejamos a relação entre homens e mulheres. Apesar das mudanças ocorridas, o mais comum continua sendo o homem buscando na mulher um meio de satisfação sexual e a mulher buscando no homem um meio que lhe forneça segurança e estabilidade.
Sim, é claro que network existe. Uma parte da teoria está dada, porém, transformar em prática é um caminho completamente pessoal.
Conhecemos alguém que usando o tempo livre em seu trabalho fez algumas traduções para um pessoal lá fora que conheceu através da internet. Agindo assim conquistou a confiança deles e com isto viajou gastando apenas com as passagens, recebeu alimentação e acomodação sem precisar pagar nada e passeou bastante, enfim, reduziu em muito os custos da viagem.
Dizem que tempo é dinheiro, e é mesmo… [Webinsider]
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André Luís Lima de Paula
André Luís Lima de Paula, PMP® é bacharel em administração e pós-graduado em gerenciamento de projetos em TI (abordagem PMI®).
9 respostas
Opa André.
Gostei do texto, parabéns, para mim, nem preciso dizer que caiu como uma luva né? rss
Depois lerei mais artigos seus por aqui.
Abraço!
Victor, Gostei muito da dica de cursos gratis
On line Fgv. Já estou fazendo de Gestão Ambiental
obrigado meu amigo pela oportunidade.
Antonio Carlos
Olá, Victor, Rick Bêto, Giancarlo e Jot,
Obrigado pelos exemplos colocados. Um abraço.
A introdução do seu texto me fez lembrar dessa tirinha:
http://www.folhavitoria.com.br/site/img/lib/fd3021b87c245.jpg
Parabéns pelo texto.
Ótimo artigo. Deveria mostrar para pessoas que conheço que dão muito valor a uma comunidade com 50000 pessoas, mas que não contribuem em nada por em 90% dos casos nem conhecer o produto que a comunidade oferece.
Pra mim a relação de networking é muito mais pessoal, por isso concordo 100% com o artigo!
Ainda não existe meio de comunicação mais eficiente do que o olho no olho, a arte da espontaniedade, da leitura da linguagem corporal, do poder de persuasão, enfim a internet auxilia muito, mas uma network sólida só é conseguida com este tipo de relação.
Ótimo artigo, parabéns.
Noto uma semelhança das redes sociais com religião; a conquista do fiel e a recompensa.
Ou seja, ambas se bem administradas tem tudo pra dar certo.
Olá, Lima, agradeço sua visita. Um abraço.
André, você abordou temas muitos pertinentes. Excelente contribuição para se refletir sobre o uso da internet. Parabéns com louvor.