Mentalidade publiciotária que não permite construir

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Tive o prazer de conviver com pessoas que me trouxeram uma argumentação muito importante na hora de pensar uma carreira profissional.

Tão importante que considerei transformá-la em um texto, que pode até parecer um pouco auto-ajuda mas acredito que seja útil para os publicitários de plantão.

Amigos de faculdade, pessoas queridas da propaganda… todos os dias recebo portfolios lindos, com peças maravilhosas. Mas a pergunta é: “Quando os publicitários vão começar a pensar no futuro além de um Audi de última geração ou uma camiseta descolada da Osklen?”

Chega uma hora na profissão em que ninguém mais passa a avaliar seu portfolio, mas sim a sua capacidade de construir algo diferente para o negócio da agência.

Aí é que as peças geniais que você fez se tornam pequenas, perto do que você construiu para a empresa onde você trabalhou ou da sua capacidade de análise crítica e construtiva.

Então essas pessoas podem chegar com uma outra perspectiva em uma entrevista, bem maor do que qualquer título bem sacado.

Sei que é difícil chegar a essa maturidade. Depende de dedicação e comprometimento, especialmente quando o assunto é não se vender por qualquer R$ 300,00 a mais no final do mês para comprar aquela guitarra em cinco vezes sem juros. Mas se for importante para você esse aumento, que valha por uma nova perspectiva de vida, capaz de permitir que você seja dono das suas escolhas e decisões no futuro.

Quem trabalha em agência de publicidade tem como hábito leiloar seu portfolio no mercado e perde a chance de construir uma carreira sólida e de confiança.

Enquanto isso, outro profissional, em atividade mais careta, digamos assim, chega aos seus 10 anos de experiência mais sólido e consistente, a ponto de planejar e tomar suas decisões sem medo. Isso pode acontecer porque ele delegou um foco para sua carreira, investiu em seus ideais e direcionou toda sua força para alcançar aquilo que pretendia e ganhou reconhecimento para isso, o que é muito mais válido do que um belo portfolio, por exemplo.

Acredito que se não começarmos a mudar a mentalidade “publiciotária”, regada à prosecco, com direito à mortadela no final do mês, todos vamos chegar aos 40 anos com mais de 15 agências no currículo e um monte de crédito pessoal: não com seu próximo emprego, claro. [Webinsider]

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Melina Alves (@melinalves) fundadora da DUX Coworking. Consultora em User Experience, Designer de Experiência e Interação. Mantém o blog Melina Alves.

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32 respostas

  1. Texto polêmico. De um lado o mercado não nos valoriza nem pouco, de outro, por conseqüencia disto, nos sujeitamos por R$ 300,00 a mais, já que as nossas atuais empregadoras se recusam a nos valorizar.

  2. Se a empresa quer um funcionário que se dedique, tem que pagar um salário justo. Sem salário justo, qual o motivo de continuar trabalhando em tal empresa? Comprometimento? Eu me comprometo com quem se compromete comigo.

  3. Não acho que você deve se desculpar às pessoas que leram seu último comentário. A preocupação que você demonstra com a repercussão das suas palavras e, por consequência, a disposição em deixar sua opinião sempre bem clara aos leitores é admirável e exemplar. É preciso que todos leiam sim, pois esse tipo de atitude tem de ser referência.

    Quanto ao tema, continuo discordando totalmente do seu argumento. Só que agora com menos grosseria e com a orelha mais vermelha.

    Abraços

  4. Realmente muito bom esse artigo. Critica, de forma consciente, a falta de compromisso dos profissionais que, hoje, atuam e se lançam no mercado de trabalho. Vale notar que, a postura noticiada não se aplica apenas aquelas profissões menos careta, ou mais descoladas, porque o que deve importar é a capacidade real de aprender e de construir uma carreira sólida. O dinheiro vem com o tempo e com o esforço, naturalmente.
    Isso a autora ressalta quando diz que “o bom salário deve permitir que você seja dono de suas escolhas…”
    Portanto, muitas vezes o leilão profissional impede que o próprio profissional seja valorizado, respeitado e bem pago pela sua contribuição prestada em qualquer empresa ou instituição.

  5. Olá, Rony,

    Sinto pela sua grosseria descabida, diferente da opinião dos demais participantes. Críticas são sempre construtivas e opiniões bem fundamentadas também. Por isso todos estamos aqui e é por isso que viemos!

    Respondendo à você: não sou dona de agência alguma. E, não sei o que é inexperiência para você, mas para mim, isso independe dos anos de trabalho. A relação experiência e segurança está pela forma como construiu sua carreira nos lugares por onde passou. Tenho certeza que, se me considerassem inexperiente, hoje não seria uma das pessoas responsáveis pela estruração da área digital de uma das 5 maiores agências do país.

    Sei que o mercado publicitário muitas vezes é o “otário” da situação por pouco reconhecer seus funcionários, tanto como remuneração ou como pessoa. Mas isso não tem a ver com o texto: se tivesse interpretato o texto olhando pelo âmbito pessoal ao qual ele está relacionado, iria perceber que a sugestão que fiz aqui também está relacionada ao melhor aproveitamento das oportunidades por aqueles que tem um foco de vida e conseguiram construir algo diferente ou relevante nos lugares por onde passou.

    Tá certo que construir, é diretamente relacionado à tempo. Por isso exemplifiquei relacionando o problema àqueles que não se fixam a lugar algum (EXCETO FREELAS, PELO AMOR DE DEUS…), mas o sentido disso, é relacionado à “delegar um foco para sua carreira, investir em seus ideais e direcionar toda sua força para alcançar aquilo que pretende”, conforme o texto (conforme relatei como experiência).

    Aqui, o publicitário é usado como exemplo disso por ter convivido com muitos que ainda veem a profissão como um “lugar de gente criativa onde pode-se tudo” ou como “estou num parque de diversões e não trabalhando”. Publicidade é um trabalho sério, que precisa de distração para ser criativo, mas precisa ser visto com seriedade desde o começo da carreira. Especialmente para quem quer ter mais reconhecimento, quer ter projeção profissional e reconhecimento. E isso, INDEPENDE DE TEMPO ou de qualquer profissão.

    Mas tá aí o motivo do texto. Pelo menos agora tenho provas concretas de como esse assunto realmente tem relevância.

    Peço desculpas àqueles que não precisavam ler isso e àqueles que souberam levar esse blog com o real motivo que ele tem: engrandecer profissionalmente as pessoas com informações e ideias diferentes, mesmo que polêmicas.

    Abraços!

  6. EXCELENTE texto, pena que o argumento é mais raso que um pires. A autora provavelmente é dona de uma agência que paga mal ou é inexperiente no mercado, pois mostra total desconhecimento do processo que ela considera um problema.
    O abismo que separa a opinião das pessoas leigas da realidade do publicitário é enorme. E vai continuar crescendo enquanto elas analisarem a propaganda com os mesmos critérios utilizados nas outras profissões.
    Como diria o filósofo francês Jean Baudrillard “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa” simples assim.

  7. O seu texto não deixa de ser pertinente, Melina, mas entra em conflito direto com práticas de mercado das agências que priorizam o “novo” e “barato” ao invés de fidelidade à empresa.

    O profissional com o passar do tempo, se torna caro para a agência (é um fato, diga-se o que quiser), mesmo com as condições de trabalho e salário praticamente de camelôs (melhorando a figura de linguagem do Rafael) que a maioria delas nos submete, e mesmo se tratando de empresas grandes cumpridoras de leis trabalhistas. Essa ótica já está arraigada em nosso planejamento profissional. Mesmo medalhões trocam de agências aproveitando as oportunidades criativas e de visibilidade conquistadas nas agências.

    Há que se pensar também em trazer o novo e reciclar o criativo dentro da agência, tomar para si a responsabilidade de mantê-lo, prepará-lo e desafiá-lo constantemente para aí, sim, exigir sua fidelidade. Mas convenhamos, é mais fácil trazer um “pequeno notável” a investir tempo, dinheiro e parceria nas carreiras da prata da casa. Então sejamos nós esses “pequenos notáveis”.

    Todo comprometimento e uma via de mão dupla. Acho que quem perde a voz ativa e a propriedade de argumentar são as empresas com sua visâo peculiar de “peopleware management”.

  8. Nao gostei do texto. acho que publicitários são profissionais liberais que investem nas suas carreiras. todos buscam por reconhecimento tanto financeiro quanto profissional e procuram as empresas que oferecem as melhores condições. buscar melhor salário não é falta de comprometimento com o trabalho. muito pelo contrário. estamos todos buscando melhorias para nossas carreiras, pois é realmente necessário. o bom salário é uma luta diária sim, pois nao se vive só de amor. não sejamos demagogos.

  9. Se a sua agência ter que cortar alguns significativos gastos, ou perder “aquela” conta você vai ver o quanto eles vão pensar no seu tempo de dedicação.

  10. Olá Melina,

    A verdade é que e internet mudou as regras do jogo, e o Google acelerou ainda mais o conceito da cauda longa. O publicitário tradicional não deve gostar muito da cauda longa, pois exige mais planejamento e gostar de análise/planilhas.
    Se o publicitário não gosta de Redes Sociais, não entente a importância de aparecer nos sites de busca e acha que links patrocinados é só pagar que aparecer, é provável que será substituido por alguém mais “novo”.

    Livros como A Cauda Longa, Free – O Futuro dos Preços e Wikinomics são leitura obrigatória.

    Abraços,
    Marcio Okabe

  11. Gostaria de aproveitar um e-mail que recebi para ressaltar um exemplo importante na hora de compreender o artigo, além do título.

    A crítica ao “publiciotário” é uma crítica ao estereótipo que se arrisca, sem objetivo algum. Se seu objetivo for mudar a todo momento de emprego, mas porque esse foi o modo que encontrou para conquistar suas realizações e ser reconhecido futuramente, você de longe se enquadra ao estereótipo citado no texto.

    Tanto que, ao concluir esse pensamento, comparando à uma profissão mais tradicional, disse que o sentido de tudo é “delegar um foco para sua carreira, investir em seus ideais e direcionar toda sua força para alcançar aquilo que pretende”.

    Essa seria a forma de conquistar reconhecimento profissional, sem ter que se resguardar por um “belo portfolio” ou por uma lista de prêmio na pasta…

    Espero ter esclarecido um pouco mais meu ponto de vista. E tenho certeza que as pessoas que trabalham de agência em agência para alcançar serem reconhecidos, não são as mesmas que saem trabalham de agência em agência, sem saber o foco que elas querem destinar às suas vidas, mas fazem isso apenas para exibir um currículo recheado de nomes de clientes e agências famosas…

    Ao meu ponto de vista, estes estariam fadados a nunca ter voz ativa para argumentar qualquer coisa, pois não consquistaram credibilidade durante sua vida profissional, entendem?

    Se você confia em seu trabalho, sabe o rumo que quer dar a sua vida, direciona suas forças à um foco, é certo que vai conquistar cada vez mais coisas, sejam bens materiais ou reconhecimento profissional.

    Abraços!

  12. Concordo, sempre pensei em desenvolver aplicativos, layouts, o que for, para ajudar os outros… Mas no início de toda carreira é muito difícil conseguir isso, acho que assim que você conseguir se estabilizar economicamente deve procurar desenvolver algo para todos e não só para seu presente ou futuro chefe.

  13. É importante lembrar também que esta mentalidade não é exclusivade dos profissionais que estão no mercado, mas também daqueles que estão contratando.
    São inúmeros os casos de empresas que selecionam portifólios para não se darem ao trabalho de conhecer o histórico profissional mais a fundo.

  14. Se alguns empregadores tivessem uma mentalidade mais sensivel ao seus funcionários, em se tratando de crescimento profissional e salarial a rotatividade nao aconteceria tanto.

  15. Hoje em dia salario alto é sinonimo de carreira bem sucedida, mas sim a pessoa acaba deixando todas as informações na superficie e faz de tudo um pouco mas sem nada fazer bem realmente.
    Dificil é começo de carreira quando o R$300,00 reais a mais fazem sim a diferença, o lance é se focar no que se quer e não deixar o dinheiro te influenciar depois que você ja esta mais estabilizado. Dai vem o fofo,a dedicação, e o respeito pelo seu trabalho.

  16. Gostei do texto e acho que vale a discussão, só que não existe 10 anos de experiência. São 5 anos de experiência no máximo na mesma função, depois é repetição 😀

  17. É bem pertinente seu texto, mas com o tom meio agressivo e generalista DEMAIS. Parece até que está sofrendo com o problema.
    Enfim, todos procuram oportunidades melhores na vida, o mesmo comprometimento que o profissional deve ter com a empresa, a empresa deve ter com o profissional. Ou seja, se a empresa não valoriza o funcionário para dar um aumento de R$ 300,00 porque o profissional vai valorizar a empresa com sua dedicação quase que total?
    É certo que é preferível ganhar um pouco menos numa empresa que você aprende mais, do que um pouco mais numa empresa que não aprende nada. Aí que está o ponto… Achar empresas que valorizam de verdade o funcionário é cada vez mais difícil e aí, o problema está com a empresa e não com os funcionários.
    Existem dois lados dessa moeda.
    #EMPRESANTA
    #CHEFOTÁRIO

  18. Texto triste. Você tem problemas com profissionais que deixam sua agência? Isso é normal, o profissional vai pra onde ele é mais bem apreciado, seja financeiramente ou etc. Ninguém “FAZ CARREIRA” se o emprego é ruim né? Ninguem “FAZ CARREIRA” em empresa que paga pouco.

    Ou seja, é um esquema natural de acontecimentos, profissional de publicidade (e os “mais caretas”) faz carreira em emprego que gosta em todos os sentidos, inclusive no financeiro.

    E tem outra coisa, é do perfil da pessoa que acaba nessa profissão ser inquieto e querer ser percebido (e nao digo isso de um modo pejorativo, perdoe-me se alguem entender assim), então muitas vezes esse profissional vai ficar pulando de galho em galho sim, sempre achando o melhor galho pra se ficar. Agora eu garanto que publicitário nao chega a ser burro ao ponto de deixar um bom emprego apenas pra “mudar” de agencia… Acho esse seu ponto de vista extremamente falho no ponto que qualquer profissional em vida vai fazer carreira se o emprego for bom. Aliás, muitos vao é fazer carreira só pelo medo de trocar de emprego, mesmo com emprego medíocre, entao, GO publicitários e continuem com esse perfil, nao tenha medo de não “fazer carreira”. O texto só reflete visão de agência que sofre porque eles tem a noção de que com publicitário não se conta, já que se alguém oferecer um emprego melhor, ele vai. Pegue um publicitário famoso que nunca deixou uma agência e pode me por numa cruz. Ou ninguém nunca viu uma matéria na midia especializada dizendo que “fulana agora é mídia da ABC agencia”.

    Afff artigo desnecessário pra caramba.

  19. A falta de valorização vem do próprio mercado, que prefere pagar uns R$ 500 a menos no job, mas com muito menos qualidade.
    Se o publicitário corre atrás de onde estão oferecendo melhores salários, ele sabe que ali o seu trabalho será melhor reconhecido.

  20. Sou formado e trabalho na área, mas nunca fui como os egocentristas de plantão e arrogantes que preenchem o meio publicitário.

    Busco de tempo em tempo um salário maior, mas porque a vida pede. Tudo aumenta, e pra construir uma estrutura melhor pra você e para a família que vai aumentando, o dinheiro precisa acompanhar.

    Não falo em luxo, mas em viver…e não somente sobreviver. Ainda acho que o mercado paga pouco pelo que fazemos, não se constrói uma solidez ganhando 3mil por mês, não quem só tem isso no bolso…diferente dos que já nasceram com algum.

    Já sou vitorioso em ter o que ganho hoje, mas não venci ainda na vida. Casei, tenho dois filhos, mas não tenho casa própria, nem carro…e isso não é estrutura que se preze.

    Estou sendo sincero aqui, sem as virtuosidades, arrogâncias e orgulhos típicos dos profissionais da área.

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