Os motivos pelos quais a indústria cria determinados formatos e depois eles se veem abandonados podem ser bem diferentes.
No passado não tão distante assim, cerca de uns vinte anos talvez, o termo “áudio digital” estava na ordem do dia. Foi por volta do início da década de 1990, quando eu vi aparecer e desaparecer, na minha frente, em curto espaço de tempo, o DCC (Digital Compact Cassette), da Philips. Como novidade, o DCC seguiu todos os rituais do mercado: o preço dos aparelhos leitores/gravadores começou nas alturas, e de repente, devido provavelmente ao insucesso nas vendas, despencou e eventualmente desapareceu do mercado.
Eu estava morando em Cardiff, no País de Gales, quando o DCC sumiu. No momento em que o preço caiu, eu cheguei a ficar tentado a comprar um gravador/reprodutor, mas, pensando bem, não havia motivos suficientes para que assim o fizesse. E certamente não foi pelas análises dos especialistas, que elogiavam o produto, mas pela incerteza de que estaria fazendo a coisa certa.
O tempo se encarregou de mostrar que a fita magnética foi um meio transitório para o áudio digital. Já havia relatos, na década de 1980, se não me engano, de que fitas magnéticas com gravações digitais estavam se apagando, e obrigando os grandes estúdios a re-copiar todo o seu acervo.
O grande apelo do DCC seria poder gravar digitalmente. Mas, em fita? Nos microcomputadores de 8 bits, a fita cassete não deu certo. Bastava um pequeno desalinhamento de azimute, e os dados não eram mais carregados. Isso, sem falar na lentidão da leitura!
Com o passar do tempo, os primeiros gravadores de CD-ROM nos ensinaram finalmente detalhes sobre a estrutura da gravação em CD e sobre o áudio PCM propriamente dito. E tudo isso nos levou a crer que, se o DCC tivesse sobrevivido, ele iria morrer pouco tempo depois.
Em geral, é o próprio mercado quem responde aos anseios da indústria, positiva ou negativamente. Em outros casos, entretanto, é a aplicação dentro da própria indústria que mostra que certos produtos não iriam mais achar motivos para continuar serem usados.
Bem recentemente, a profusão de novos codecs de áudio acabou não dando em nada
Quando HD-DVD e Blu-Ray ainda brigavam pela dominação do mercado de alta definição, Dolby e DTS introduziram as extensões dos seus codecs de até então, com os nomes Dolby Digital Plus e DTS HD HR (de “High Resolution”). Ambos supostamente teriam oferecido maior qualidade e flexibilidade (áudio até 7.1 canais, por exemplo) do que os codecs legacy que representavam (Dolby Digital e DTS, respectivamente), mas com economia de espaço em disco bastante significativa. Isto, em princípio, até fazia sentido, em se tratando de HD-DVD, cujo disco era restrito a 25 GBytes, mas e para o Blu-Ray?
Quando o Blu-Ray se estabeleceu em definitivo no mercado, eu não me lembro de ter visto um só disco sequer com Dolby Digital Plus, e até hoje eu devo ter uns quatro discos, todos da Lionsgate, com trilhas DTS-HD HR 5.1 e 6.1.
Ouvindo esses discos hoje em dia, e comparando as trilhas HR com as convencionais, inclusas no mesmo disco (Dolby Digital Surround EX, por exemplo), fica difícil determinar o grande benefício das primeiras, em relação às suas alternativas. Até porque, trilhas em Dolby Digital pós-DVD passaram a ser comprimidas com 640 kbps, e as trilhas DTS com 1500 kbps, aumentando assim o potencial de qualidade destes codecs. N.B.: o DTS já era assim no tempo do laserdisc, portanto voltou às origens.
A introdução de codecs de áudio com resolução alta
O que é mais curioso é que, em se tratando de Blu-Ray, onde a economia de espaço de memória é, muitas vezes, um fator irrelevante, houve um momento inicial onde alguns estúdios, como Disney, Columbia (Sony Pictures) e outros se propuseram a autorar discos com a inclusão de LPCM, em até 7.1 canais.
Esse fato é tecnicamente importante, porque normalmente o áudio PCM fica restrito aos estúdios, e, de repente, estava ali uma chance concreta de se apreciar uma trilha sonora de filmes, no seu original e dentro de casa. É como se o trabalho de estúdio ficasse mais próximo de nós do que antes. E, embora o som PCM nunca tivesse sido estranho a todos nós, por causa do Compact Disc, ele agora chega ao disco sem qualquer tipo de manipulação ou reconversão. Se a gravação, por exemplo, fosse feita em 48 kHz e 24 bits, o PCM multicanal do disco Blu-Ray chega ao usuário com este formato, ou seja, sem perda alguma!
E mesmo que tivesse havido uma conversão de 96/24 para 48/24, a possível perda em qualidade não tem significância, em se tratando de uma trilha sonora de um filme. O processo de conversão do sinal digital para uma resolução mais baixa é bem menos drástico do que o processo oposto (upsampling, por exemplo). Vários selos de audiófilos vêm convertendo remasterizações de fontes analógicas feitas em 20 ou 24 bits, para 16 bits (CD), com excelentes resultados.
E que diferença isso faz! Quando o usuário faz um esforço, financeiro e técnico, para montar um sistema em bases razoáveis de reprodução de áudio, a chegada do som multicanal com resolução alta, em PCM, faz jus a este investimento.
A experiência obtida no passado recente, com o DAD (2 canais PCM @ 96 kHz/24 bits) e principalmente com o DVD-Audio, onde se pode chegar até 5.1 canais com a mesma resolução (PPCM ou MLP), mostrou conclusivamente que é possível ter em casa um áudio de alta definição, com o uso de equipamentos relativamente simples.
Nas aplicações em Blu-Ray, o PCM pode chegar a 7.1 canais, sem qualquer prejuízo no conteúdo de vídeo, e com absoluta integridade do sinal original do estúdio. Não seria o caso de se esperar mais discos, novas edições em Blu-Ray com o uso continuado de PCM multicanal?
A substituição por codecs lossless comprimidos
A questão é que a presença de áudio PCM no disco é prática de um lado, já que a maioria dos processadores externos mais atuais aceita PCM, mas anti-econômica do outro, por causa do largo espaço em disco e do bitrate alto necessários para o processo de reprodução chegar a termo. E a solução para resolver este último obstáculo é comprimir o sinal digital sem, no entanto, acarretar perda da qualidade original.
Esta compressão é obtida pela substituição do PCM por Dolby TrueHD ou por DTS HD MA (Master Audio). Em ambos os casos não ocorre perda do sinal de origem, apesar da compressão.
A desvantagem inicial desta substituição pode estar na ausência de modernização dos equipamentos de reprodução pelo usuário, ou ainda na decodificação incompleta dos codecs dentro dos leitores.
Idealmente, o usuário final deveria ser capaz de conectar um Blu-Ray player a um processador externo capaz de decodificar esses dois codecs. Não sendo possível, existem duas alternativas:
A primeira se refere à presença de decodificadores apropriados no aparelho de reprodução. Esses decodificadores irão converter primeiramente o sinal da trilha para PCM. Dependendo do reprodutor, o sinal pode ainda ser convertido a analógico e enviado para a saída multicanal analógica. Não sendo este o caso, a única possibilidade restante é mandar o sinal PCM por HDMI a um processador externo:
Em casos extremos, o reprodutor Blu-Ray irá fazer uso dos “cores” (ou núcleos) dos dois codecs (ver acima), que seriam, respectivamente Dolby Digital e DTS convencionais. A partir daí, tanto faz que o sinal seja enviado por HDMI ou pelas saídas digitais ótica (Toslink) ou coaxial (SPDIF). Ainda é possível, dentro das mesmas limitações, a conversão para um sinal único, digamos, Dolby Digital 5.1, que é mais universalmente adotado.
Nos leitores Blu-Ray de primeira geração (1.0) é mais fácil se encontrar casos de decodificação incompleta ou reconversão de codecs com mais freqüência. No Panasonic DMP-BD10A, por exemplo, toda vez que se tenta reproduzir DTS-HD MA, o sinal é automaticamente substituído pelo DTS 5.1 convencional. Todos os outros codecs, incluindo Dolby TrueHD, podem ser decodificados a PCM multicanal e seguir o trajeto acima descrito. Por sorte, o aparelho tem também uma saída analógica 7.1, caso ela seja precisa.
Modificações de design nos leitores
A adoção de PCM multicanal, embora interessante sob o ponto de vista de resolução, torna eletivo o uso de saída analógica multicanal, para todos os casos onde o usuário final não dispõe de um decodificador externo.
Com o aumento da disponibilidade de processadores contendo os decodificadores para PCM multicanal, Dolby TrueHD e DTS-HD MA, e com a adoção padronizada da conexão de sinal por HDMI, o uso da saída analógica multicanal tornou-se perfeitamente dispensável.
Na realidade, abolindo-se a saída PCM multicanal de codecs lossless comprimidos, não é mais preciso fazer a reconversão de sinal em qualquer etapa após a leitura. Só que isso implica em se usar um equipamento externo que seja compatível com os respectivos codecs.
Se o sinal de origem for PCM multicanal, ele será enviado direto ao processador externo por HDMI. A partir da versão 1.2a do transmissor HDMI isto já possível.
Se o sinal de origem for Dolby TrueHD ou DTS-HD MA, o sinal passa por HDMI, e permanece em ambiente digital, até o momento em que o processador externo faça as respectivas decodificações e amplifique o sinal.
O uso de um cabo HDMI, com todas as suas mazelas já citadas nesta coluna, simplifica o design do equipamento de leitura e diminui o número de conectores de saída. Na prática, a conexão é vantajosa, por permitir a condução de sinal com um bitrate alto e por manter o sinal em ambiente digital, até o momento da sua decodificação.
Orientações gerais sobre leitores e processadores novos ou upgrades
Eu acho que cabe aqui uma palavra para os que pretendem investir num leitor de Blu-Ray ou trocar o atual por outro mais avançado.
Talvez o melhor começo para a atualização do equipamento usado fosse reverter a lógica e começar pelo fim da cadeia de sinal: a pergunta que o usuário deve se fazer, na montagem do seu home theater, é de qual será o destino do sinal de áudio a ser reproduzido. Essa pergunta é importante, porque se o destino for um amplificador estéreo (2 canais) convencional, tanto faz se a saída do reprodutor é multicanal ou não.
Caso contrário, o destino deverá ser preferencialmente capaz de reproduzir todos os codecs levados até ele. Se o usuário pretende montar um sistema a partir do zero, a escolha do processador externo (A/V receiver, por exemplo) deverá contemplar este tipo de processamento (veja no diagrama mais abaixo a opção 1).
Se o processador externo já existe e não vai ser trocado, é preciso saber quais os codecs que ele decodifica e se ele possui uma entrada analógica multicanal. Após esta resposta ser obtida, parte-se para a investigação de que tipo de processamento o novo leitor oferece.
Na maioria dos modelos novos de leitores existe, pelo menos, uma saída HDMI e outra ótica ou coaxial, ou ambas. Se o receptor do sinal (processador externo) não tiver provisão para decodificar nenhum dos novos codecs ou mesmo PCM, mas tiver entrada analógica multicanal, então este tipo de leitor não serve. A escolha do leitor impõe uma saída analógica multicanal disponível.
Se um leitor sem saída analógica multicanal for usado e o receptor não tiver uma entrada HDMI, o único acesso ao áudio digital será com as conexões ótica ou coaxial, o que significa na prática dizer que somente os codecs “legacy” serão aproveitados, irrespectivo da fonte de sinal.
No exame das características de leitura e decodificação interna dos reprodutores, interessa saber se existe provisão para a decodificação interna completa de Dolby TrueHD e DTS-HD MA ou se, após a leitura, esses codecs podem ser enviados ao processador externo depois de convertidos a PCM. E aí o usuário tem que tomar muito cuidado, porque muitos equipamentos externos têm entrada HDMI, mas não processam sinal de áudio algum!
Note que, com a leitura do codec do disco e a passagem do sinal direto por HDMI, em bitstream, e se o processador externo tiver decodificadores apropriados, pouco importa se a decodificação interna do leitor é completa ou não. Na prática, isto significa que, para se obter o máximo de qualidade de áudio, a escolha do processador externo deve ter precedência sobre a escolha do leitor, como foi mencionado acima!
No diagrama abaixo, pode-se ver um resumo das melhores opções de conexão, pela ordem de preferência. Na opção 1, o sinal em bitstream sai direto do leitor, por HDMI, para um processador externo, que decodifica e amplifica o sinal. Na opção 2, o leitor converte todos os codecs para PCM e envia o sinal, por HDMI, para um processador externo capaz de decodificar PCM multicanal (caso do PS3, por exemplo). E na opção 3, é o próprio leitor que decodifica o sinal PCM e o transporta para a saída analógica multicanal. Neste caso, é preciso que o sistema de amplificação tenha entrada analógica multicanal:
Em retrospectiva…
A tendência, a julgar pelo andar da carruagem neste momento, é de que vários codecs que tiveram a sua existência motivada pela expansão dos seus congêneres anteriores, como é o caso do Dolby Digital Plus ou do DTS-HD HR, passem a ter pouca ou nenhuma aplicação no Blu-Ray e talvez fiquem restritos a protocolos de transmissão diversos, como DTV ou satélite. O Dolby Digital Plus é usado atualmente no Windows Media Player 12.
A premissa de simplificação da passagem de áudio e vídeo de alta resolução, com o uso de um único cabeamento (HDMI) esbarrou, infelizmente, não só na natureza de como o sinal (bitstream) é conduzido, como pela maneira que os protocolos de comunicação entre transmissor e receptor são negociados. E, neste particular, é de se lamentar, mais uma vez, que os algoritmos de proteção contra cópia (HDCP) tenham se tornado um enorme obstáculo para a conexão estável entre os vários segmentos da cadeia de transmissão.
A notória falta de estabilidade nas conexões por HDMI tem sido demonstrada inequivocamente em todos os casos onde os equipamentos têm a conexão momentaneamente interrompida e são religados, como, por exemplo, quando se muda a entrada de vídeo na TV, com as fontes de sinal HDMI ligadas.
É possível já se observar que alguns fabricantes têm conseguido um razoável sucesso na produção de protocolos que contornam esta falta de estabilidade, e permitem o re-ligamento de transmissor e receptor sem o empecilho de ver o segundo perder completamente a fonte de sinal.
Em se tratando de Blu-Ray, eu até hoje não entendo porque os estúdios relutaram em colocar codecs avançados como primeira e única opção de leitura. Todos esses codecs são retro compatíveis e capazes de converter programas em 7.1/6.1/5.1 em sinal estéreo (“down-mixing”). Além disso, programas em 7.1 ou 6.1 são também retro compatíveis com sistemas 5.1, garantindo assim a reprodução correta em qualquer sistema.
Os programas com áudio PCM, até então obrigatórios em lançamentos de alguns estúdios (Disney/Buena Vista, por exemplo), vêm desaparecendo sistematicamente, em favor do aumento do conteúdo do disco. É uma pena que assim o seja, porque o PCM é favorecido por decodificadores mais do que provados. Mas, isso não é mais nada do que o sinal dos tempos, onde formatos, apesar de excelentes, acabam cedendo seu lugar a outros. [Webinsider]
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Paulo Roberto Elias
Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.
30 respostas
Oi, Paulo,
O meu Sony Muteky M3 não tem os Codecs, DTS HD MA e o Dolby TRUE HD, tem somente os mais antigos Dolby Digital e DTS, mas recebe PCM Multicanal então infelizmente não poderei fazer este teste. Fico Grato pela resposta.
Oi, Rodrigo,
Qualquer codec Dolby ou DTS irá ser convertido em PCM, para ser submetido ao chamado bass management do decodificador.
Se a conversão acontecer antes do receiver (PS3), o sinal PCM será trabalhado neste aparelho sem precisar decodificar nada.
Note que a qualidade do decodificador difere entre equipamentos. Se você comprar, por exemplo, um receiver mais moderno, e continuar usando o mesmo player de mesa, é possível que o receiver tenha processamento superior ao player.
Em tese, a saída em PCM para o receiver não deveria alterar a qualidade do som final obtido.
Mas, se você quer tirar a dúvida, é só trocar a saída de PCM para Bitstream no PS3 e ver o receiver fazer a decodificação. Para isso, é necessário que o receiver tenha os algoritmos apropriados (Dolby TrueHD, DTS HD MA, etc.), caso contrário o teste não será possível.
Boa Tarde Tenho um PS3 que já decodifica automaticamente as trilhas em HD, tanto DTS HD MA quanto Dolby Digital True HD enviando ao meu Home Theater Sony Muteky M3 o sinal em PCM multicanal, Gostaria de saber se neste processo perco qualidade de áudio
Olá, João,
A transmissão de áudio por cabo ótico ou coaxial obriga a utilização do “core” contendo o codec Legacy do bitstream em questão. Por exemplo, DTS 5.1 convencional no lugar de DTS HD. Isto é feito de propósito, para assegurar a retro compatibilidade com equipamentos que não tem entrada HDMI.
Eu não acredito que esta política de retro compatibilidade, seja de imagem ou áudio, irá mudar com o surgimento dos players 4K.
Sobre a questão da perda, ela é real e audível. Entretanto, tudo depende do teu grau de exigência sobre a qualidade do sinal de áudio. Muita gente ouve áudio comprimido e acha que está ótimo, percebe?
A introdução do áudio de alta resolução não está ali sem motivo. Ele é capaz de permitir a autoração do som exatamente como ele sai do estúdio (1:1, se você quiser). Nos aparelhos de reprodução, alguns parâmetros, como por exemplo, a faixa dinâmica, podem ser mudados. Deixando o áudio em alta resolução como ele vem do disco, o som é igual ao da fonte. Se for de filmes, melhor até que na sala de cinema, em alguns casos.
Boas noites, estive a ler o conceito sobre sinais digitais e queria confirmar a minha compreensão para o meu caso, tenho um Samsung BD D5500 e um receptor onkyo tx-DS494 com WRAT,segundo a sua explicação no caso de utilizar uma fonte de sinal pelo BRay de DTS HD e utilizar um cabo óptico entre os dois o som não vai ter perdas e não vou necessitar de fazer um upgrade de receptor certo? Inclusive para o formato 4k, como é um formato de imagem não altera o som certo se for transmitido por cabo óptico.Agradeço imenso a resposta boa noite a todos.
Ótimo artigo muito esclarecedor e verdadeiro, parabens ao autor
Oi, João Carlos,
Sim, é isso mesmo. Sem decodificadores adequados não é possível se obter a reprodução de qualquer codec.
No seu caso, passando a saída para PCM, existe ainda uma potencial limitação, que consiste em saber se o seu Samsung HW-C560S é capaz de reproduzir PCM multicanal ou não.
Se não for possível, a reprodução ficaria confinada e PCM 2.0, e neste caso você estaria mais bem servido usando a saída digital convencional (coaxial ou ótica), que passa todos os codecs na forma legacy.
Nada impede que, se você for conectar ambos os aparelhos por HDMI, escolher bitstream ou PCM na saída do player, e ver qualquer das duas te dá o melhor resultado. Em alguns casos, a saída bitstream deixa sair apenas o Dolby ou DTS convencional, em substituição aos codecs integrais de alta resolução.
Usando esta última configuração de áudio, eu sugiro ligar o Blu-Ray player por HDMI direto na TV e o cabo coaxial ou ótico no Samsung HW-C560S.
Paulo, tenho um receiver (Samsung HW-C560S)que não tem codecs para TrueHD e DTS MA, no entanto meu BD-player (Samsung BD-C5500) tem todos os codecs mais atuais. Tenho cabso HDMI ou ótico suficientes para qualquer configuração.
Pelo seu artigo entendi que devo enviar o sinal do BD através do formato PCM e não do Bitstream de alta qualidade.
Está correto meu entendimento?
Muito obrigado.
Oi, Alan,
Você não informa com qual sistema operacional o seu computador está trabalhando, mas supondo que seja Windows, aí vai:
O formato WAV é o padrão PCM incluído no Windows, e ele, por causa disso, pode ser reproduzido diretamente pelo Windows Media Player.
A instalação do decodificador é automática. Se você está com o Windows na máquina, ele é obrigado a reproduzir arquivos de áudio wav.
Se, por algum motivo, ele não é reproduzido e se todo o resto do seu computador, incluindo principalmente o seu adaptador de áudio, está funcionando, você pode fazer o seguinte:
Baixar e instalar um programa para verificar, e se for caso instalar os decodificadores que estão faltando. Por exemplo: http://www.techmixer.com/check-missing-video-and-audio-codecs-using-codecinstaller/
Baixar e instalar, se for o caso, um pacote de codecs diversos, como o K-Lite: http://www.codecguide.com/
Note que alguns programas trabalham com decodificadores próprios e é sempre bom saber que decodificadores são esses e se, ao instalar um programa desses, ele entra em conflito com um decodificador semelhante.
nao consigo escutar os audios de formato WAV quais codecs devo baixar?
grato
Esse assunto de opinar sobre equipamentos esbarra na limitação que eu tenho de não receber nem ter condições de receber equipamentos para testes. Pode, às vezes, coincidir do leitor me perguntar sobre algum equipamento que eu tenha ou que algum meu tenha, e somente aí eu posso dar uma opinião a respeito.
As marcas de receivers tradicionalmente aceitas no mercado são: Denon, Onkyo, Yamaha, Marantz, etc., e existem várias revendas que dão suporte ao cliente para orientá-los na compra.
O mesmo faz a Sony, que tem um site chamado Sony Style, http://www.sonystyle.com.br/br/site/index.jsp, com venda e informações diversas dos produtos Sony. Se você gosta e confia na marca, aproveite!
Boa Tarde Paulo!
Gostaria de sua opinião…
Por tudo que aprendi com você e pesquisando modelos de receiver, estou quase decidido em comprar o Sony STR-DN1000(o preço esta muito bom), na sua vasta experiência com marcas, o que me diz em relação a esse receiver para a utilização com meu PS3 Slim?
Willian,
A melhor configuração é a primeira, passando Dolby TrueHD e DTS-HD para o receiver, mas você pode optar pela segunda, e fazer um upgrade depois. Muita gente faz isso, quando principalmente a grana esta curta, e às vezes até se satisfaz com ela, e acaba não fazendo upgrade algum.
Ola Paulo! Sou eu novamente…
Gostaria de saber se as 2 configurações abaixo estão corretas para confirmar se entendi realmente!
Tenho uma Panasonic Viera 42 Full HD e um PS3 Slim e agora quero montar um sistema de som, por isso estou com todas essas duvidas que já venho te perguntado, afim de não gastar dinheiro em algo errado.
E também não quero comprar um player Blue Ray já que possuo o PS3.
1º-PS3(HDMI)=>Receiver ou Home Theater(HDMI)=>TV
*Teria um áudio HD (Dolby TrueHD e DTS-HD Master Audio)
2º-PS3(HDMI)=>TV(óptica)=>Receiver, Home Theater ou Soundbar(estava pensando em um soundbar Philips somente por causa de ser compacto e a Philips diz que simula o áudio 5.1)
*Teria um áudio 5.1… e poderia ter um 7.1?
grato…
ola Paulo!!!
Agora entendi…
Muito obrigado pelas informações…
A nova versão do PS3 (slim) transmite Dolby TrueHD e DTS-HD, via HDMI, como todos os equipamentos similares. Se você ajustar para PCM, ele provavelmente decodificará os codecs e passará LPCM multicanal, como o modelo anterior.
Entre um ajuste e outro, o de bitstream é melhor, porque o sinal nativo, inclusive PCM, é conduzido digitalmente até a entrada do decodificador externo. Este ajuste só não teria sentido, se o decodificador externo fosse de má qualidade. Neste caso, é preferível deixar o PS3 trabalhar sozinho.
As saídas coaxial ou ótica, nesses casos, são usadas para transmitir o “core”, como em qualquer reprodutor de Blu-Ray.
Ainda é possível a conexão por HDMI com passagem apenas dos cores, mas na maioria dos equipamentos onde o HDMI foi implementado, geralmente são incluídos decodificadores para PCM.
ola Paulo!!!
estava lendo um artigo seu “audio por hdmi” e vc respondeu uma pergunta sobre o ps3 desta forma:
“O PS3 não é capaz de transmitir os codecs Dolby TrueHD ou DTS-HD HR ou MA nativos, por isso o seu receiver não os reconhece como tais.
Note que o PS3 é capaz, por outro lado, de decodificar internamente todos esses codecs e passá-los na forma de LPCM multicanal, que o seu receiver recebe sem problemas. Para conseguir isso, é preciso entrar no setup do PS3 e mudar a configuração de saída para PCM, em todos os codecs citados acima.
Se você deixar esta configuração em bitstream, o PS3 enviara apenas o core desses codecs, na forma de Dolby e DTS convencionais”.
Ainda estou com duvidas! encontrei varios artigos sobre esse assunto alguns falam em deixar no ps3 Bitstream e outros PCM.
Sei que o PS3 Slim ele tem uma particularidade sobre audio HD, em relação ao PS3 antigo.
Você poderia me ajudar novamente?
grato…
Oi, William,
Você tem que ajustar a saída de áudio digital para “bitstream”, em vez de “PCM”.
Você também precisaria de um decodificador externo compatível, e se por Soundbar você se refere ao equipamento da Philips, então a resposta é não. Com o Soundbar você só consegue obter o som dos “cores”.
Existem várias marcas e modelos no mercado com decodificador para Dolby TrueHD e DTS_HD, basta você procurar o tipo que lhe interessa nas lojas especializadas.
Muito bom seu artigo, estou começando a entender melhor! porém ainda tenho duvidas! Tenho um PS3 SLIM e sei que esse tem saida de audio Dolby TrueHD e DTS-HD Master Audio, porém como faço para obter essa saida? Esses Soundbar’s suportam?
Quais equipamentos preciso ter para obter essa saida de audio?
grato!!!
Parabéns pelo artigo, passei a entender melhor a questão dos codecs e como a codificação do audio está caminhando. obrigado
Daniel, à distância, a gente faz o que pode. Espero lhe ter ajudado o suficiente para você completar o seu projeto.
Perfeito Paulo,
Obrigado pela sua paciência em ensinar um novato!!!
Aprendi muito com suas respostas e vou tentar seguir seus conselhos!!!
Grande abraço
Daniel Lucchesi
Daniel,
Eu já tive vários tipos de caixas Mirage, quando elas eram revendidas pela extinta loja Gramophone, aqui do Rio. E conservei o modelo OMR-2 até hoje, para o surround esquerdo e direito.
A Mirage andou fabricando caixas com altos e baixos, até chegar nesta linha omnipolar. Se você consegue comprá-las a preço razoável, aproveite.
A instalação de caixas surround em home theaters é de uma caixa por canal, no caso, uma de cada lado da sala. Esse layout que você viu deve ter mostrado uma, apenas para fins de ilustração.
Se eu estivesse no seu lugar, apostaria nas Mirage, mas instalando duas Kef idênticas tem a vantagem de manter caixas do mesmo timbre. No caso de caixas surround, o casamento de timbre não é tão crítico assim, comparado com as caixas frontais. O pior erro que uma pessoa pode cometer é instalar, por exemplo, canal central e caixas frontais completamente discrepantes.
Acusticamente, vai sempre haver uma diferença entre as caixas, por causa principalmente da posição delas na sala e pelas características de dispersão de cada unidade, mas é sempre aconselhável evitar aberrações, do tipo uma caixa soando completamente diferente das outras. Em outras palavras, quanto maior for a uniformidade na reprodução entre as caixas, melhor será o resultado final da instalação.
Muito obrigado novamente pela explicação Paulo.
Me desculpe pelo abuso com tantas perguntas, mas estou aprendendo demais com suas respostas. Espero tmabém estar ajudando outros leitores seus.
Meu problema é este mesmo, uma sala de HT inadequada, com parede somente em um dos lados, e ainda por cima com esta porta para acesso à varanda.
Com relação às omnidirecionais, encontrei alguns layouts na internet onde somente havia uma caixa em um canto da sala, e uma representação das ondas sonoras cobrindo toda a sala.
Normalmente este tipo de caixa se instala apenas uma, ou deve-se considerar o par?
Até o momento somente encontrei caixas deste tipo da marca Mirage. Não conheço a marca. Alguma opinião sobre esta marca e a qualidade de suas caixas? Achei o valor bem atraente. Você julga ser melhor trabalhar com um par de caixas com radiação direta da KEF e assim manter a mesma marca, ou colocar omnidirecionais de marca diferente mesmo com a diferença de timbre?
Obrigado mais uma vez por compartilhar seus conhecimentos!
grande abraço
Daniel,
A melhor caixa para os surround esquerdo e direito, na minha opinião, é a do tipo Omnipolar, e na ausência dessa, uma bipolar também faz um trabalho bastante decente.
Se a grana e/ou as ofertas estiverem curtas (muita coisa mudou para o comércio de caixas importadas), o jeito é usar caixas com radiação direta, pode ser até as mesmas KEF da frente.
A posição dessas caixas, de qualquer modo, deve seguir as regras que dão melhores resultados: posicionadas nas laterais, a aproximadamente 2/3 da altura do chão ao teto, um pouco à frente do sofá, e viradas uma contra a outra!
Se a instalação for com caixas de dispersão alta, como as omni e bipolares, esta posição pode variar um pouco, para a frente ou para trás.
O teu problema maior, se não estou enganado, é que você não a parede lateral de um lado e o outro lado está parcialmente ocupado com uma porta, que dá acesso a uma varanda, não é isso?
Com a ajuda de pedestais, você poderá ter algum desequilíbrio acústico, mas certamente bem menor do que ter apenas uma das caixas contra uma das paredes.
Colocando as caixas na parede de trás, tente usar caixas bipolares, pelo menos, irradiando para os lados (elas ficarão perpendiculares à parede). Se não for possível, para radiação direta, use suportes capazes de mover a angulação das caixas lateral e verticalmente, de modo a achar a melhor posição possível, no sentido da dispersão do som. Se você dispuser de uma fonte Dolby Pro-Logic ou equivalente, use-a para testes.
Eu já usei uma vez este tipo de arranjo, na época pré-Dolby Digital, mas não gostei. Eu usava duas bipolares. Para 4.0 matricial (DPL), elas até resolvem, mas com 5.1 é duro de aturar.
De qualquer forma, o jeito é você tentar a posição que melhor lhe satisfaça, sem comprometer demais o resultado final. Tente, pelo menos, não descasar demais o timbre entre as várias caixas.
Paulo, muitíssimo obrigado pelo seu tempo e atenção.
Já havia lido seus 2 artigos indicados e de lá que surgiram minhas dúvidas específicas!
Parece que quanto mais aprendemos, mais dúvidas surgem em nossa cabeça!rs
Acho q não me fiz claro em minha dúvida.
Meu objetivo é montar um sistema 5.1. Com somente 2 caixas surround. Por questão de espaço e dinheiro.
Pelo que entendi, sua resposta seria para um sistema 7.1 com 4 surrounds, certo?
Para meu caso, onde somente haveria 2 caixas traseiras, neste ambiente que lhe descrevi, qual tipo de caixa o senhor recomenda que não seja excessivamente cara, e qual o posicionamento ideal para elas? Como devo direcioná-las?
O meu sofá fica colada à parede atrás dele.
PS: Compartilhando minha felicidade, estou adquirindo hj um subwoofer velodyne VRP1200. Já vou poder começar a brincar de 2.1 enquanto nao compro as surrounds e central.
Grande abraço e obrigado
Oi, Daniel,
Não tem problema. Eu tenho respondido a vários leitores em colunas cujos assuntos são diferentes. E a sua resposta vai ser dada on-line, se você não se importa, para que outros leiam.
Antes de mais nada, eu gostaria de te passar alguns links da coluna, que já trataram parte desse assunto:
http://webinsider.uol.com.br/2009/03/25/surround-stereo/
http://webinsider.uol.com.br/2007/06/22/aprenda-a-posicionar-e-ajustar-suas-caixas-de-som/
http://webinsider.uol.com.br/2009/08/19/mixagem-de-audio-em-cinema-e-home-theater/
A sua situação em particular é meio madrasta, pela ausência de suporte em parede. para sustentar as caixas surround nos seus devidos lugares.
Por isso, talvez a melhor solução seria mesmo usar os pedestais para as caixas surround esquerdo e direito e as caixas surround back podem ficar na parede onde está o sofá, mas elas devem ser anguladas, de forma a apontar para o centro da sala, ou um pouco mais atrás, em direção ao sofá. Os surround laterais não devem ficar ao nível dos ouvidos, mas acima deles e um pouco à frente do sofá. Você pode usar radiação direta para todos os surrounds, mas no caso dos laterais, eles devem obrigatoriamente apontar um para o outro.
Não sei se a resposta lhe satisfaz. Se precisar, escreva novamente, e boa sorte!
Boa tarde Paulo,
Parabéns por mais um excelente artigo.
Coloco aqui uma dúvida que em nada tem a ver com o tópico, mas não achei outro local para tal.
Peço desculpas antecipadamente por isso, mas gostaria muito de ter sua opinião.
Estou aos poucos montando meu tão sonhado Home Theater com qualidade.
Para isso, adquiri um receiver Denon 1910, e até o momento tenho duas caixas frontais Kef IQ10.
Minha dúvida se refere especificamente sobre o surround.
Minha sala não é adequada para tal. É uma sala padrão de apto de classe média, com 2 ambientes, onde a sala de TV divide o espaço com a sala de jantar.
Desta maneira, estou quebrando a cabeça para definir qual seria o tipo de caixa de surround adequado para meu sistema, e onde colocá-las, sendo que na sala de TV, só teria a parede traseira imediatamente grudada ao sofá, e a parede lateral esquerda onde no meio dela há a “porta balcão” para a varanda. De frente para o sofá, a uma distancia de 3 metros há a parede onde ficará a TV na parede, as as bookshelfs + central e o subwoofer no chão.
Estava tendendo para as caixas de reflexão direta, porém não sei de devo coloca-la na parede traseira de frente para a parede da TV, na altura do ouvido, ou no alto da mesma parede, ou em pedestais viradas para o ouvido.
Estou perdido e gostaria muito de ter sua opinião.
Se preferir, segue meu email: daniel.lucchesi@dhl.com
Agradeço desde já a atenção
Daniel Lucchesi
Oi, Tresse,
Sem dúvida. E é interessante notar que o áudio sempre esteve à frente da imagem, como, por exemplo, do cinema e agora da TV. E impulsionou o cinema para a modernidade, no passado distante, e agora faz mesmo com outros formatos. Portanto, quem quiser colocar a mão na massa, tem um belo caminho aí pela frente!
Paulo, como sempre seus artigos são verdadeiros livros didáticos. Parabéns. Confesso não ter conhecimentos suficientes de Áudio para discutir com você. O que consigo perceber é a volatilidade dos padrões de áudio existentes no mercado. Vejo também que a fronteira entre Profissional e Amador acabou. Porém não tenho dúvidas de dois fatos:
1 – o Áudio será sempre maior que o Vídeo.
2 – o Áudio multicanal (basta 5.1) abre um belo horizonte (homenagem ao meu Estado) para os arquitetos que desejarem estudar acústica. Aqueles que não souberem projetar uma Sala de Multimídia para seus clientes, sairão do mercado.
Um grnde abraço.