A crise dos especialistas e a nova escola

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As novas possibilidades de criação coletiva distribuída, aprendizagem cooperativa e colaboração em rede oferecidas pelo ciberespaço colocam novamente em questão o funcionamento das instituições e os modos habituais de divisão do trabalho, tanto nas empresas como nas escolas.

Pierre Lévy , da minha coleção de frases .

Desde muito tempo, depois que Decartes, ao ver o mundo se agigantar, defendeu a ideia de dividir para compreender, que viemos nessa batida.

Nossas escolas separam os alunos por assuntos, professores especialistas, nada se junta com nada, são coisas separadas, tirando as exceções que justificam a regra.

  • Biologia e química não se falam;
  • Matemática e física são casais separados;
  • Português, um idioma, não é uma ferramenta humana de comunicação e não está nem na História e nem na Geografia, como óleo que junta tudo;
  • E não há pessoas, cientistas que se apaixonaram, se mataram, se suicidaram por causa das fórmulas (chatas e sem nexo), que hoje só servem para serem copiadas para o pessoal colar na prova!

O mundo é um conjunto de assuntos sem nexo, nas manhãs e tardes de nossas infâncias perdidas. Alunos triturados, como no filme The Wall, na carne de moer cartesiana.

Não se mira as grandes questões, os grandes problemas, divide-se para se especializar, nas verrugas, enquanto os “corpos sociais com metástases”, pedem diagnósticos sistêmicos.

Nossa escola se desdobra em profissões, em faculdades, em MBAs e pós-graduações. E, por consequência, em profissões.

Cada um é especialista da unha encravada de um mundo em profunda crise da explosão populacional não planejada. Os valores humanos se perdem na briga pelo pão nosso de cada dia.

Precisamos de muito mais pão, moradia, transporte. Novos valores, novo iluminismo.

Nossas escolas serviram para resolver a crise pós-feudalismo. Mas estão atrapalhando o mundo de 7 bilhões e almas do pós-capitalismo.

Uma escola nova precisa surgir em torno de problemas.

  • A crise do ambiente;
  • A crise populacional;
  • A crise da comunicação;
  • A crise dos valores;
  • A crise do que você quiser inventar….

E a partir delas, embaralhar todas as disciplinas. Precisamos não mais de especialistas isolados, mas de corpos coletivos pensantes, podendo cada um, em função do problema se especializar e voltar para aquele coletivo – nunca perdendo o foco da crise.

Este é o espírito do mundo 2.0, que vai criar outra escola e detonar as especializações, que estão nos levando mais e mais a aprofundar a crise e não resolvê-la!

Que dizes? [Webinsider]

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Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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12 respostas

  1. Esse artigo era o que eu precisava para embasar o meu tcc voltado para as teorias pedagógicas que são muito lindas quando pensadas mas com pouco sentido prático principalmente num país cuja educação formal é baseada somente em conteudos pouco relacionado à realidade. Não há lógica nessa divisão de especialidades quando os mesmos mostram-se necessários ao cotidiano, sem contar nos conceitos que os definem tornando-os distantes das pessoas reais e suas necessidades. E ainda reclamam que a educação no Brasil vai mal.

  2. Gostei de seu artigo, Prof. Nepo. Ainda temos muito que aprender para deixar de lado esta (ridícula) antinomia entre esquerda e direita. Creio, professor, que tudo começou quando o homem primitivo, na primeira revolução socioeconômica (a que criou a Agricultura) cercou uma área de terra e gritou: “Esta é minha PROPRIEDADE”. Eis a palavras que gerou toda a heteronomia que administra nosso Planeta. Mas, para os nossos leitores e comentarista, que ainda têm dúvida sobre o “fim do capitalismo e do socialismo”, bem como que ainda acreditam na especialização, eis alguns textos interessantes: P. Drucker: ” A Sociedade Pós-Capitalista” e “Administração na próxima sociedade”. Edgar Morin: “A cabeça bem-feita” e “Sete saberes para a educação do novo milênio”. Thomas Friedman: “O Mundo é Plano”. Malcolm GLadwell: “Fora de Série”. Mas, de modo simples, ainda fico com nosso querido Monteiro Lobato quando no texto “Vidinha Ociosa”, fala: “O velho Torquato dá relevo ao que conta à força de imagens engraçadas ou apólogos. Ontem explicava o mal de nossa raça: preguiça de pensar”… E Pensar é uma arte que se aprende vivendo, lendo, interpretando, discutindo, escrevendo, porque não nascemos sabendo pensar.

  3. JG,

    pós-capitalismo:

    – colaborativo;
    – relação diferenciada entre firmas e consumidor;
    – diferenciada entre donos/acionistas/colaboradores.

    Não há ainda modelo, pois é algo fruto de um dilema que nunca tivemos na humanidade:

    7 bilhões de bocas, mercado global e necessidade de um sistema dinâmico o suficiente que possa dar conta desse mega-problema, falo mais sobre isso no meu blog.

    Grato pelo comentário,

    abraços,

    Nepô.

  4. Pós-capitalismo? Como assim? Tipo o chinês? Ou tipo algum modelo participativo bolivariano? Que tal um neo-comunismo?

    Se podemos politizar o discurso, até podemos, mas deveria ser o inverso, IMHO.

    Ganhará muito mais o país ao democratizar o ensino para competir no mercado globalizado (realidade) do que implementar qualquer tipo de lavagem cerebral com dogmas de esquerda que desaguam em “educadas” vítimas de ditaduras (utopia).

    Na verdade, a questão é só uma: inclusão digital total e imediata. Seremos tigres, leões e imunes à ignarência de um povo que não “sabia” ser tão enganado.

    Com trocadilho.

  5. Muito interessante o tema, compartilho do ideal de aprendizagem e construção coletiva. Gostaria de ler futuramente artigos mais aprofundados sobre o tema.

    Abraço e parabens pela iniciativa.
    Vini Marques

  6. Concordo completamente com o artigo. No entanto quando esta “reforma” acontecer, o mundo já vai ter ido para o buraco.

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