Realmente, o tempo voa. Em março de 2006, escrevi o artigo: Marcas expostas, empresas nuas e blogs corporativos, que tratava, essencialmente, da migração das marcas para os ambientes virtuais e da superexposição que estas passavam a ter na Internet.
Mas se em condições normais o tempo voa, na Internet ele voa à velocidade supersônica. Em quatro anos, os blogs cederam espaço aos microblogs, as redes sociais explodiram e o número de pessoas conectadas ao virtual cresceu vertiginosamente, principalmente nas classes C e D, fato este já fartamente noticiado.
Os canais disponíveis para fazer trafegar e disseminar a voz do povo cresceram em número, alcance e instantaneidade. Rastilho de pólvora é uma expressão que não descreve, hoje, a velocidade de propagação de fatos narrados por pessoas comuns.
Em outras palavras, se em 2006 as marcas já estavam expostas e vulneráveis, agora estão dramaticamente mais visíveis e alcançáveis.
Aumentou o acesso às marcas
As formas de acesso às marcas multiplicaram-se em progressão geométrica. Pesquisar e comparar preços é mais fácil. Reclamar formalmente é mais simples. Falar sobre – bem ou mal – é mais direto e tem maior ressonância. A Internet está nos celulares, na palma da mão, em qualquer lugar.
Na vida, entretanto, tudo é relativo. Se este cenário faz muita gente levar as mãos à testa, para outros é a chance de ouro. Telhados de vidro serão estilhaçados sem dó nem clemência – e já estão sendo – mas esforços genuínos, transparência, interação, relevância… ah, os detentores destas virtudes serão premiados na moeda de ouro virtual: reputação positiva, seguidores, multiplicadores e, claro… incremento de vendas!
Oportunidade
De fato, esta revolucionária mudança nas formas de relacionamento com as marcas traz muitas oportunidades. Se para o consumidor nunca foi tão fácil tocar as marcas, o contrário também é verdadeiro.
As incensadas redes sociais são o que sempre foram: grupos de pessoas, ligadas por diversos tipos de proximidades e afinidades. O que muda, é que agora elas são redes sociais virtuais, mais fluidas, mais voláteis, mais amplas, sem o viés geográfico e, por tudo isso, mais acessíveis.
Aproveitar esta facilidade de acesso, sem ferir o espírito e a essência de cada rede, sem quebrar a confiança dos participantes, tem sido o desafio mais pulsante desta nova forma de difundir e solidificar marcas.
Exemplos
Nos microblogs, a questão é mais crua e direta. Para ser ilustrativo, proponho um teste bem simples, num ambiente igualmente simples. Quando estiver acessando a Internet, experimente o recurso de pesquisa do Twitter. O endereço é “twitter.com”. No espaço digitável que antecede o botão “search”, digite “Brastemp” e faça a pesquisa. Leia os diversos comentários e presencie, ao vivo, a manifestação da força de uma marca no imaginário das pessoas.
Agora, tente outra pesquisa, com “Brasil Telecom” (“Oi” é muito genérico… pode tentar “@digaoi”, seu perfil oficial no Twitter) e tire suas próprias conclusões.
Não estou aqui fazendo juízo de valor. São apenas dois exemplos, que, independente de suas vontades estão lá, com suas marcas sendo citadas desordenada e descontroladamente por seus consumidores.
Mas, a despeito de estarem sendo criticadas ou elogiadas, o mais importante é que ambas estão cientes disto. E mais: estão atuando neste ambiente.
A Brastemp criou o genial perfil @brastemp_update, com interação genuína e ativa, prestação de serviço, bom-humor, enfim, mantendo completa sintonia com o público e com o próprio canal. Já a Oi, faz seus esforços via perfil oficial, com o @digaoi e também pelo @mundooi, voltado para o público jovem, numa acertada e criativa iniciativa.
Os exemplos de incorporação de novas práticas por empresas de todos os portes, são inúmeros e variados, e vão desde o clássico case da Dell no Twitter, até a Doritos com suas ações online fantasticamente alinhadas ao seu público, passando por inserções nas redes sociais clássicas, como Facebook e Orkut.
Então, se o mundo mudou, se as formas de interação mudaram, é óbvio que a gestão das marcas tem de mudar, também. Negar, é sucumbir. Postergar, é perder. Agir, é sobreviver.
Poder de adaptação
Mas… e para superar a concorrência, o que é preciso? Poder de adaptação. Isto é fator crítico de sucesso.
Pare e olhe para a sua marca, para a sua empresa, para suas práticas. Elas estão em consonância com os novos padrões de comportamento do consumidor? A palavra Internet aparece em seu planejamento estratégico? Pense nisso. Faça sua marca descer do telhado… [Webinsider]
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Ricardo Formighieri de Bem
Ricardo Formighieri de Bem (ricardo@divex.com.br) é sócio-diretor da Divex - Internet gerando valor, foi diretor da ABRADi RS - Associação Brasileira dos Agentes Digitais - RS durante dez anos e escreve regularmente sobre Internet. Mais no Google.
4 respostas
Muito bom o artigo.
Eu que vivo o dia-a-dia desse tipo de marketing sei do poder que ele pode ter para fortalecer ou destruir uma marca.
Pois é. Muito bom artigo. E gente aqui mesmo do Webinsider dizendo “Redes Sociais já era!”. UAshuahsuahsuash… #piadinhassemgraca. Parabéns pelo artigo.
Parabéns, excelente texto, mostra a realidade com perfeição. Recomendo a todos a leitura.
Parabéns, o texto foi escrita muito, muito bem e o tema foi elaborado como deveria ser.
Excelente. Pois é, quem não se adaptar da nova realidade (que é a INTERNET), vai perder e muito.