Google, energia verde e o custo de energia elétrica

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Vira e mexe, o Google aparece na mídia graças as suas iniciativas verdes no uso de energia. Já até apareceu pressionando o governo americano para diminuir o uso de carvão e de petróleo.

Mas será que o Google está tão preocupado assim com o planeta? Será que se estivessem realmente preocupados, teriam mesmo vindo para o Brasil discutir sobre biodiesel em seu avião particular, um Boeing 767 remodelado que gasta 1.550 galões de combustível por hora?

Este luxo é comum em empresas deste porte? Claro que é, mas este é justamente o meu ponto. Neste aspecto, o Google é uma empresa como outra qualquer.

E talvez por isso, pode existir uma outra possível explicação para este engajamento verde. Menos romântica, mas muito mais simples.

Se olharmos hoje para o Google, de onde vem a maior parte do custo hoje?

A resposta seria em duas frentes: inteligência e data centers.

Se explodirmos as duas frentes, chegaremos em uma lista mais ou menos assim: mão de obra, computação (processamento, armazenamento e memória), tráfego (links), aluguel e energia elétrica (incluindo o necessário para resfriar o local).

Com o avanço da tecnologia, está tudo ficando mais barato. Mesmo o custo do aluguel, que não é ligado diretamente a tecnologia, também tende a diminuir, pois com o auxílio da internet, é possível fazer uso de mão de obra a distância e buscar lugares mais baratos para escritórios e data centers.

Mão de obra eu também defenderia que tende a ficar mais barato, mas não importa. Mesmo que não fique, o importante é que, de todos acima, o único componente que não deve cair o preço e que o Google pode fazer alguma coisa para reverter é energia elétrica.

Segundo o Gartner, o custo de energia está crescendo muito e já ocupa o segundo lugar na lista de principais custos operacionais na maioria dos data centers.

Sendo assim, o que o Google busca pode não ser uma energia verde, mas sim energia alternativa. Uma que deixe seus custos mais baixos no futuro. No final, ganhamos todos. A lógica da sustentabilidade é justamente essa. Mas daí a pintar alguém de bonzinho, tem um longo caminho. [Webinsider]

Texto publicado originalmente no Coxa Creme.

Ricardo Cavallini é profissional de comunicação interativa, autor do livro O marketing depois de amanhã.

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4 respostas

  1. Com o dinheiro que o Google possui ele poderia muito bem entrar no setor energético.

    Acredito que não seja somente uma questão de custos e sim novas maneiras de auferir lucros. Empresas deste porte diversificam seu portifólio de investimento sem vários tipos de negócios, assim poderia ser neste caso.

  2. Pois é, Ricardo,
    Esses dias fiz um trabalho na Fiema (Feira internacional de Tecnologias para o Meio Ambiente) em Bento Gonçalves, RS.
    Realmente tinha várias empresas com produtos para apoiar a sustentabilidade. Mas também apareceram uns ‘espertinhos’ querendo faturar – uma empresa produtora de AGROTÓXICOS – isso mesmo. Vieram fazer propaganda de um ‘Programa’ que ensina os agricultores a ‘usar melhor’ seus produtos. Balela, como sempre, pois não ensina a evitar o uso, apenas a poluir menos.
    É nessas horas que o pessoal do marketing entristece, pois está maquiando os sugadores do planeta como palhaços, assim as crianças acham que é ‘engraçadinho’ o cara colorido na frente do estabelecimento.
    Parabéns pelo texto, muito pertinente.
    Grande abraço daqui do sul.
    Lucas

  3. Como profissional de Comunicação penso que no caso do Google pode ser apenas mais uma ação de eco-marketing.

    Muitas empresas, apenas querem ter uma imagem positiva perante seus consumidore, usuários, funcionários, etc…

    Aqui a precursora: http://gei.newscorp.com/

    Há 3 anos a News Corp realiza ações no intuito de reduzir o consumo de energia e assim fazer algo positivo para o Meio Ambiente.

    Energia é um assunto sério, e quem não está pesquisando novas fontas está tentando catequisar usuários.

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