A realidade não é o que parece, é a que interessa

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Como humanos, vemos o mundo sempre fora de foco; os óculos que inventamos melhoram a qualidade da imagem, mas sempre existirão detalhes que escaparão ao nosso olhar. O mundo é o que vemos dele.

Marcelo Gleiser, da minha coleção de frases.

Na sequência da discussão sobre realidade, podemos dizer que, além de inventada, a partir dos limites concretos, histórica, negociada, a percepção da realidade tem forte dose de interesse.

Ou seja, somos aquilo que nos interessa ser, a partir de uma relação de muita coisa com muita coisa.

Nosso perfil, cultura, temperamento, história, amigos, parentes, país versus condições de sobreviver e existir dentro de alguns parâmetros.

Assim, escolhemos “produtos empacotados de realidade” de uma prateleira de um supermercado teórico/filosófico, que ficam por aí disponíveis.

Tem essa, aquela, aquela outra, em cada um dos corredores do hipermercado cultural: religião, política, relações, casamento, tribo, etc… E cada um vai enchendo o seu carrinho.

A partir de critérios individuais/coletivos. Entretanto, sempre vamos escolher a realidade que nos favorece. Uns, mais conscientes vão fazer essa escolha de forma mais clara.

Os mais insanos vão engolir o anzol, chumbada, linha, vara e até o pescador e vão defender um mundo inventado por outro, que ele acha que foi ele que começou.

Obviamente, de alguma forma, aquela defesa interessa a alguém de alguma maneira.

A nossa visão da realidade não é neutra.

Podemos ter mais ou menos consciência de nossos desejos e como eles influenciam nosso ponto de vista, mas sempre será um processo e nunca uma chegada. Tudo anda.

Temos que olhar o caminho e nós neste caminho. A diferença, portanto, é o quanto estamos mais ou menos conscientes de nossas escolhas e o quanto conseguimos nos distanciar do nosso ponto de vista, sabendo que ele é temporário e sujeito a vários fatores. Inclusive, nosso interesse na defesa daquela dada realidade, ou verdade.

De qualquer forma, vamos tentando nos convencer, nos abrigar, nos defender dessa realidade que nos interessa nos nossos nichos. Os muros que criamos e quanto fundo colocamos essa semente em nossas mentes, mais nos define como dogmáticos, ou menos.

Aí, entra ainda o ego, nosso piloto automático, nossa caixa invisível, que nos coloca mais ainda dentro de uma realidade fechada. Ou seja, a realidade é uma lata em um supermercado.

Compramos aquela que mais nos agrada.

A tua é a tua. A minha é a minha.

Entre a minha e a sua, criamos pontes sociais, para fingir que é tudo a mesma coisa, é a tal conexão sem comunicação.

Mas quando começamos a nos falar que vemos, o quanto o mundo é um verdadeiro estado psicodélico silencioso, em que cada um vive em sua caverna da Alice.

Assim, loucura mesmo não é achar que as pessoas nunca estão te entendendo, mas achar que estão.

A saída é a verdadeira comunicação. A ponte entre as diferentes realidades.

E a capacidade humana de superar a “coisificação” que nos meteram (e nós aceitamos) pelo afeto, pelo reconhecimento do que é humano em cada um e no outro.

E a comunicação é justamente isso, quando superamos as barreiras e conseguimos colocar afeto nas pontes! Ou seja, não precisamos apenas nos conectar e continuar cada um em seu mundo virtual, digital e off-line fechado. Mas nos comunicarmos para trocarmos nossos mundos, nos tirando de nossos interesses diretos e partindo para algo maior.

Uma realidade menos individual e mais coletiva. Na qual, os pilotos são desligados e o ser humano volta ao comando da aeronave.

Talvez reduzir, o o quanto pudermos, essa enorme torre de Babel virtual silenciosa 2.0, seja o que nos resta para vivermos melhor, aproximando nossas visões, e vendo que não somos tão malucos como pensamos ou querem nos fazer crer. Que dizes? [Webinsider]

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Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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4 respostas

  1. Alessandra está correta. Alguns esclarecimentos às suas perguntas.

    Com base em va´rias questões direcionadas ao comportamento humano podemos freiar essa “coisificação?

    RESPOSTA: Não, pois não é interessante. A “coisificação” é necessária para se manter um pouco ordem na humanidade. Exemplo: nossos “líderes” políticos falando que é possível “melhorar” a educação em nossa nação.

    será que daqui há 10 anos podemos chamar o ser humano de robôs massificantes?

    RESPOSTA: sim, mas “apenas” 95% da raça humana. Ou daqui a 10 anos esses 95% serão denominados de outra “coisa”?

    e a identidade onde fica?o mundo será gerado apenas pelos genéricos?

    RESPOSTA: Na verdade é o contrário. O mundo será (e já é) gerado pelos autênticos, enquanto os genéricos servem ao seu propósito.

    Bom, é isso! Esse é meu ponto de vista! Mas, amanhã é outro dia, né?

  2. Carlos,

    quero registrar meu comentário sobre o texto ” A Realidade não é oque parece, é a que interessa”.
    pegando uma deicha com o comentário do Geronildo.
    Realmente,há casos em que a pessoa precisa disto ou aquilo como base de sobrevivência.Um escape para se sentir digamos assim, seguro.Mas, a pergunta é: será que temos mesmo que aceitar tais ordens consumistas, comportamentais e entre outros imposto pela sociedade? O texto do Carlos é uma excelente reflexão,mostra onde nós estamos parando com essa loucura de: “Todos Fazem,então devemos fazer também”.
    É um assunto abrangente,pois englobam diversos fatores,mas dentre eles posso citar a Globalização, como um exemplo de “massificação”, de alienação.Onde destrói o autêntico,construindo os genéricos do mesmo.Com base em va´rias questões direcionadas ao comportamento humano podemos freiar essa “coisificação?será que daqui há 10 anos podemos chamar o ser humano de robôs massificantes?e a identidade onde fica?o mundo será gerado apenas pelos genéricos?pois o orignal será descartado?são perguntas que me atormentam a cada dia, a cada face que vejo, a cada atitude que me deparo.

  3. Geronildo,

    vc pergunta:

    “O texto do Carlos é muito bom, trata do assunto de forma direta. O problema é quem está lendo!”

    Tem pouca gente lendo, mas muito mais do que tinha quando comecei há anos atrás….estou achando a minha turma e, me parece, que você está nela.

    Bem vindo!

    Abraços, valeu a visita!

  4. O que posso dizer sobre o texto a não ser perguntar que “puxa, isto está correto?”

    Essa embalagem que INSERIMOS NÓS MESMOS DENTRO, por puro comodismo, ou arrogância, ou inveja, ou mesmo egoísmo… é o que nos direciona no passar do tempo, fazendo-mos fugir de situações aterrorizentes; isso é um escape, um esconderijo – e para outros até mesmo uma fortaleza.

    Nossa realidade (imposta ou não) é criada, isso é fato! Seja por nós mesmos ou por outro que, por afinidade (ou ponte social) necessite dela para viver com um certo nível sociável para com os outros.

    O texto do Carlos é muito bom, trata do assunto de forma direta. O problema é quem está lendo! 🙂 O entenderá da forma que Carlos quer que entendam? Se continuarem dentro de suas caixas do auto-engano vão modular a essência do texto para dizer: “puxa, é assim mesmo que penso!”.

    🙂

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