A relação hierárquica distingue uma taxonomia de outros tipos mais simples de vocabulário controlado. Ela é baseada em graus ou níveis de ordem que representam os “pais” e os “filhos” ou componentes desse todo.
As relações hierárquicas cobrem três situações diferentes e mutuamente exclusivas: relacionamento genérico, por instância e todo-parte, como vimos no capítulo anterior (5). Agora vamos detalhar o relacionamento todo-parte.
3. O relacionamento todo-parte
Cobre as situações nas quais um conceito está originalmente incluso em outro, independente do contexto, de forma que os termos podem ser organizados em uma hierarquia lógica de subordinação de assuntos.
Esse tipo de relacionamento pode ser aplicado a um espectro bem amplo de termos. Abaixo seguem alguns exemplos.
A relação hierárquica todo-parte pode ser indicada pelas seguintes abreviaturas:
* TGP = Termo Geral (partitivo)
* TEP = Termo Específico (partitivo)
Podendo ser expressa da seguinte forma:
pulmão
TGP sistema respiratório
sistema respiratório
TEP pulmão
4. Relacionamento poli-hierárquico
Alguns conceitos pertencem, dentro de uma concepção lógica, a mais de um contexto. Nesses casos eles possuem um relacionamento poli-hierárquico.
A poli-herarquia também pode estar baseada na relação todo-parte.
Em alguns casos as relações poli-hierárquicas podem estar baseadas em uma lógica diferente de subordinação.
No exemplo acima, a relação entre ossos e vértebras cervicais é que essa última é um tipo de osso, ou seja, um relacionamento genérico.
E o link entre coluna vertebral e vértebras cervicais é baseado na relação todo-parte. Esses relacionamentos podem ser representados utilizando-se a seguinte notação:
tipos de notação poli-hierárquica múltipla (TGG e TGP)
.
vértebras cervicais
TGG ossos
TGP coluna vertebral
Na parte 7 deste texto vamos ver relações associativas. A associação cobre as relações entre os termos que não são equivalentes e nem possuem um elo hierárquico, mas que são semanticamente ou conceitualmente associados a ponto de justificar e tornar explícita essa conexão no VC. São conexões semânticas implícitas e não existe uma formula para listá-las.
A série completa:
Taxonomias: o que são e para que servem (1)
Taxonomias: uma palavra, muitos significados (2)
Taxonomias: etnoclassificação não é panacéia (3)
Taxonomias: os tipos de vocabulário controlado (4)
Taxonomias: equivalência e relação hierárquica (5)
Taxonomias: o relacionamento todo-parte (6)
Taxonomias: associar termos relacionados (7)
Taxonomia ou sistema de classificac?a?o (8 – final)
[Webinsider]
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Geraldo Magela Souza
Geraldo Magela Souza (geraldo.souza@sebrae.com.br) é analista do Núcleo de Informação do Sebrae e mantém o blog Experiência Semântica.
3 respostas
O texto é interessante por seu aspecto didático. Ajudou-me sim.
Parabéns, Geraldo. Seus artigos são ótimos. É preciso tornar mais acessível este assunto que é desconhecido pela imensa maioria dos profissionais que tratam informação. O resultado disso é o desempenho medíocre de sistemas que deveriam recuperar informações e que não o fazem por falta de arquitetura informacional.
Já deu esse assunto né? Tá tirando leite de pedra…