O que caracteriza uma nova era? Arrisco dizer que uma nova era surge quando o mundo percebe que aquilo que era diferencial, de tanto ser desejado, perseguido e conquistado, acabou transformando-se em commodity.
Ou seja: quando mais e mais pessoas passam a ter acesso, o fato de simplesmente “ter” esse ou aquele bem ou informação já não representa mais diferencial algum.
Assim é com a tecnologia. Assim é com a informação. Assim deveria ser com as atitudes, estas sim, difíceis de se transformar em commodities. São justamente elas que hoje compõem o grande diferencial, numa sociedade onde “ter” e o “ser” ainda confundem a cabeça de muita gente.
A formação do ser humano integral, que além do conhecimento em si, também desenvolva-se material, cultural e socialmente, tem sido um dos grandes desafios de quem promove educação, seja ela acadêmica ou corporativa.
Educação é porta de entrada e de saída. Porém, além de trabalhar conhecimento, habilidades e atitudes em igual importância, ela deve estimular a capacidade de combinação e de entrega destes fatores pelo indivíduo. Focar apenas em conhecimentos e habilidades é correr o risco de formar gênios incompreendidos.
Focar apenas em atitudes, desconsiderando conhecimentos e habilidades, também é problema grave: nada mais perigoso do que burros altamente motivados.
Modelos de educação sustentados no conforto do puramente técnico, já se tornaram commodity. Isolados já não promovem diferencial algum. Afinal, sobram diplomas, porém a escassez de qualificação hoje é um dos grandes dramas das empresas. Em outras palavras, é preciso exigir dos alunos não trabalhos em grupo, mas sim trabalhos de equipe, estimulando a competitividade sadia, o empreendedorismo, a colaboração criativa e a visão holística, entre outros.
Estes são os diferenciais que devem ser perseguidos tanto pelas instituições de ensino quanto pelas empresas, diminuindo o abismo que ainda existe entre elas. Caso um dia estes fatores se tornem commodities, certamente estaremos entrando em uma nova era. Mas hoje, a busca desses diferenciais, além de dar a tônica, é mais que urgente.
A educação da nossa era deve preocupar-se não só em formar técnicos, mas em formar pessoas. Ela precisa recuperar a formação de valores que começa em casa, passar pelas instituições de ensino para o estímulo ao conhecimento e seguir seu curso na vida profissional, através do treinamento e do desenvolvimento pessoal.
Ela não deve focar apenas no “ter”, seja ele relacionado a diploma ou dinheiro, esquecendo-se do “ser”. Na busca do “ser” pleno, o “ter é uma mera consequência. [Webinsider]
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Eduardo Zugaib
Eduardo Zugaib (falecom at eduardozugaib.com.br) é profissional de comunicação, escritor e palestrante motivacional. Sócio-diretor da Z/Training - Treinamento e Desenvolvimento.
3 respostas
As instituições de ensino de modo geral não conseguem acompanhar a escalada tecnológica, de modo que nem o lado técnico é eficiente. Já a formação pessoal não depende exclusivamente dos ambientes de ensino. É algo que vem “de casa”, e infelizmente nossos professores não tem o preparo pedagógico e experiência de mercado para conseguir fazer a ponte entre a teoria e prática. Penso que a formação pessoal depende muito do interesse próprio, da força de vontade e dedicação, e não somente de escolas que dêem “lições de vida”.
Eu ser commodity pleno. Eu ter diploma.
Você ter ou ser ?
Primeiramente parabenizar o responsavel pelo artigo, é fantastico.
Observei em minha vida academica que muitos estudantes estao se formando apenas para exercer o curso, mas nao tem nenhum relacionamento com as pessoas ao seu redor, simplesmente por não conseguir. Normalmente se fecham em seu mundo técnico onde o computador e a Internet o supri. Enfim, em muitos casos as Faculdades e Universidades formam tecnicos e nao pessoas, não são capazes de ter a sensibilidade de poder ver, agir e sentir o que acontece. Os profissionais que educam (professores) devem observar que cada pessoa possui seu diferencial, cada pessoa é unica em seu modo de ser.
Obrigada.
Att.
Luana Souza – Limeira SP