Nem Dilma nem Serra ainda enxergam o mundo 2.0

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Não estamos numa época de mudanças, mas em uma mudança de época.
Chris Anderson, da coleção de frases.

Não existe consciência por parte dos nossas candidatos do mundo que estamos entrando. É natural, pois avalia-se tudo sobre o futuro, menos a mudança informacional em curso.

Já repeti aqui que uma Revolução Informacional é um vulcão adormecido que entra em erupção. E ninguém pensa em montanhas que explodem, pois não faz parte de seu imaginário estratégico.

Ninguém imagina o que vai acontecer a partir desse fato. Tenho insistido que o aumento da população pede mais e mais eficiência do ambiente produtivo. (Passamos de 1 bilhão em 1800 para 7 bilhões em 2010!)

Se me perguntarem qual e a palavra central que caracteriza todas as revoluções da informação vou te dizer: descentralização.

Foi assim com a escrita, com o livro e agora com a internet. Por que?

Quanto mais descentralizada (sem perder a orquestração) for uma sociedade, mais ela terá capacidade de inovar, corrigir seus erros, gerar valor e, por fim, atender às demandas crescentes.

Uma coisa é um churrasco para 20 amigos, outra é um para 140 pessoas, aumentando 7 vezes o tamanho da festa!

(Não fizemos ainda a avaliação precisa entre o surgimento da capitalismo e o aumento da população da Idade Média, que dobrou de tamanho!)

Estamos fechando um ciclo civilizacional de 550 anos, no qual o atual capitalismo se centralizou, se burocratizou, excluiu uma camada gigantesca da população e resolveu acabar com o planeta.

Tais absurdos ocorriam na Idade Média, com um modelo falido de produção baseado no poder da Igreja e Reis. Degolaram gente!

Assim, estamos agora com um ambiente informacional que ajuda a mudar, reformar, revolucionar, alterar, transmutar códigos da placa mãe e não apenas nos aplicativos.

O sistema está em crise, tentando se reinventar, através de novos modelos de organização que incorporam o outro em seus projetos. Não por opção, mas por falta dela. Não se gera mais valor excluindo, como no modelo do passado.

(Vai se criar, certamente, a exclusão 2.0, mas será mais inclusiva que a atual, como foi na passagem dos últimos 550 anos, quando passamos do campo, dos escravos para o modelo atual, mais compatível e inovador com o tamanho da população!)

Um capitalismo mais inclusivo e participativo para continuar produzindo valor. Ou seja, o caminho conceitual participativo e aberto é muito mais Steve Jobs do que Hugo Chavez!

Muito mais Jeff Bezos, que abre para se criticar o sistema, através de comentários (da Amazon) do que Fidel Castro!

Descentralização inovadora x centralização burocratizante. Que nome terá?

Note que Google, Apple, Netfix, Amazon estabelecem redes transparentes e co-interdependentes com seus usuários. São mais inovadoras e participativas. Esse modelo é o germe da sociedade 2.0, que está surgindo e vai influenciar todas as instituições da sociedade.

E daí para lá e não para cá. Infelizmente, nem a Marina levantou essa questão. Ao contrário, aparecem propostas de mais centralização, já se fala em votos de lista fechada como o eixo da reforma política, ao invés de participação do cidadão pela rede. Querem fechar ainda mais, colocar intermediários, ao invés de tirar.

Vejam o vídeo abaixo, que fala como o cidadão pode começar a votar todo dia e não de quatro em quatro anos:

TEDxSP 2009 – Fernando Barreto from TEDxSP on Vimeo.

Estamos dando Rewind, pausa, rewind, pausa. Ao invés de play!

O mundo está indo para o século XXI e estamos discutindo se queremos modelos do século que acabou! Precisamos de um neo criativo inovador participativo planeta, empreendedor, inclusivo e ecológico.

Abram alas para a nova geração! Um novo partido, ou um movimento de abertura vinda de baixo, como foi o movimento do Ficha Limpa.

Note que o movimento Ficha Limpa não teve pai ou mãe, assim como não tem o pai do sequenciamento do Genoma ou da própria internet. É preciso outra concepção de poder, de participação do cidadão, de transparência, de inclusão radical empreendedora.

Algo que o Obama começou na campanha e fechou o blog e o Twitter dele assim que foi eleito. Tsc, tsc, não é à toa que está despencando.

Muita gente traída diante da tela. Precisamos de líderes que consigam olhar para daqui a 20 anos e não para o daqui a 20 dias. Esse é falta de visão estratégica do mundo a meu ver e um dos grandes problemas que se constata nessa atual eleição.

Só olhamos para o retrovisor.

Pelo menos, podemos dizer, não se trata apenas do Brasil.

É um desconhecimento geral, sendo começado a ser estudado por meia dúzia de pesquisadores isolados aí pela rede, sem voz no grande ambiente midiático atual, por enquanto.

Que dizes? [Webinsider]

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Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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5 respostas

  1. É isso mesmo, concordo!!! esse apagão de pensamento digital coletivo não é exclusividade dos “governantes”, isso é um reflexo da sociedade e tem ocorrido também com grandes empresários e diretores e coordenadores de instituições educacionais renomadas.

    As pessoas utilizam cada vez mais os aparelhos de comunicação, porém minimizam o potencial de uso!!! É um outro tipo de miséria, uma miséria de pensamento digital.

    Eu acredito no poder mobilizador das pessoas, mas como bem frizado somos cada vez em menor número.

    Vamos reforçar um movimento em rede, de verdade, sem hierarquias, e que todos possam falar(escreverem) e serem escutados.

  2. Parabéns pelo texto. Penso da mesma maneira e tento colaborar com o que posso à cada dia com a criação desse novo mundo descentralizado e abundante de informação capaz de gerar conhecimento e mudar desigualdades. Não será um salvador que irá consertar o mundo. Será o despertar individual que ajudará a dar um rumo para a coletividade planetaria.

  3. O que eu penso sobre tudo isso é que se o povo e, eu faço parte deste povo, Não comerçar a revolucionar este País, a coisa não vai piorar!, simplesmente não haverá coisa alguma para ser piorada. Pense comigo; tirando uma ou outra, que leis até hoje foi criada pelas; Camaras de Vereadores, Assembléias Legislativas e Camara e Senado Federal?. Agora alguém pode me informar quantos vereadores, Deputados Estaduais, Deputados Federais, Senadores, Governadores, Prefeitos etc… e etc…, existem no Brasil?, sem falar nos Ministros dos três Podreres, Calma eu não errei não, foi isso (podre-res) que eu escrevi mesmo, Secretários dos Governos; Municipal, Estadual e Federal, enfim é lastimável a situação do nosso POVO. Se não for feito uma REVOLUÇÂO urgente neste País, não digo que seja de forma radical no sentido da GUERRA, mais se fosse possível, no sentido político sim!. O Você Amigo(a) que lêr este comentário neste momento acha que aconteceria se podessemos pegar 99,99% dos Políticos atuais e jogassemos na cova dos Leões?, No meu entender eu acho, bom melhor deixar quieto por enquanto, pois eu tenho certeza que o nosso poder JUDICIÀRIO para pessoas como eu funciona e muito bem!.

  4. Nepô, faz tempo que sonho com um sistema eleitoral assim. O Fernando Barreto foi longe no design da informação hein? Não imaginava que já houvesse há 1 ano! Só sinto falta de um elemento nesse sistema: a radicalização do voto de 2 turnos para n turnos, ou seja, o voto contínuo. Você vota, vê como os outros votaram, se o seu voto foi útil ou não, vai lá, corrige o seu voto, e a escolha coletiva se dá de forma colaborativa.

    ESTA É UMA TECNOLOGIA EM QUE O BRASIL PODERIA SER O CENTRO MUNDIAL DE INOVAÇÃO, POIS TEMOS A SOCIEDADE CIVIL MADURA PARA SE APROPRIAR DELA. SERIA UMA DAS INOVAÇÕES DE MAIOR IMPACTO SOCIETAL!

    Imagine isso, mais cedo ou mais tarde, começando a emplacar num município piloto que tenha um governo e uma sociedade civil alinhadinhos com isso. Talvez no RS do Tarso Genro…

    Ou então como fruto da onda verde no 3o.turno, ou seja, depois da eleição, independentemente de quem vá ganhar…

  5. Que texto incrível, deixou mais claro pra mim o que vejo ao redor mas não sabia conceitualizar. Parabens, vou repassar para os amigos.

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