Eleição 2.0 não existe sem mídia tradicional

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

As eleições brasileiras de 2010 serão lembradas, entre outras coisas, pelas primeiras grandes tentativas de aproximação entre candidatos e eleitores pela internet. Embora o desempenho das mídias sociais ainda esteja longe de ser considerado satisfatório, os partidos e militantes políticos fizeram suas primeiras incursões, com algumas conquistas.

As pesquisas eleitorais foram um capítulo à parte. A distância entre as previsões e os resultados nas urnas abriu portas para críticas e questionamentos que, em última análise, ajudam a entender melhor o funcionamento do trabalho destes institutos. Diante da campanha para o segundo turno e de um universo quase infinito de possibilidades para o uso da internet, é possível identificar alguns possíveis cenários e colher aprendizados.

Em primeiro lugar, uma rede social do porte do Twitter é a ferramenta com maior potencial para este tipo de campanha. Porém, a carência de dados sobre os usuários e a dificuldade em organizá-los por perfil apontam para um caminho a ser explorado pela rede. A comunicação de forma personalizada e interativa são fatores críticos de sucesso para atingir diferentes públicos e facilitar divulgação e captura de informações consideradas estratégicas.

Em segundo, os institutos de pesquisa podem aproveitar o momento para estudar melhor estas redes. O que se observou, tanto nas eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2008, como no primeiro turno brasileiro deste ano, é a importância cada vez maior do trending topics do Twitter, que lista as palavras mais repetidas pelos usuários. Esta comunicação em redes sociais, ainda que limitada a um grupo de internautas, contribui como canal adicional a ser mensurado na divulgação de candidatos, partidos e propostas.

A mesma estrutura e reflexão valem para a comunicação corporativa. De modo semelhante ao que ocorre nas eleições, o que se tenta é conquistar na comunicação das empresas é o aprimoramento contínuo dos processos, produtos e serviços, além do aumento do valor do conhecimento e do grau de inovação obtido das pessoas participantes desse “ecossistema” (clientes, colaboradores, parceiros).

Enquanto na comunicação tradicional o processo é realizado por meio de porta-voz oficial, a comunicação na web 2.0 acontece de modo colaborativo, interativo e instantâneo. Desta forma, tanto as empresas quanto os partidos políticos têm a possibilidade de formar colaboradores externos, não-oficiais, mas que contribuem diretamente com o “market share” de suas marcas e que também influenciam diretamente na preferência dos eleitores.

É preciso entender que as mídias sociais são canais complementares e que devem ser utilizados de forma combinada com os canais de comunicação tradicionais. É imprescindível adaptar o conteúdo, ajustar os formatos e principalmente integrar as diferentes formas de colaboração com as pessoas.

No caso das eleições, isto pode representar a construção colaborativa de uma plataforma de governo, a participação de forma democrática nas discussões entre eleitores e candidatos, a divulgação de biografias e a consulta da vida pública dos candidatos, além de aumentar a transparência das campanhas e disseminar de forma mais abrangente as propostas dos candidatos e opiniões dos eleitores.

Avatar de Waldir Arevolo

Waldir Arevolo é especialista em redes sociais.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *