De lá para cá, são vinte anos de internet já. Lá, para ler, aprender, criar dava um trabalhão. Tinha que se investir. Tempo, concentração, disciplina, curiosidade, coragem, dinheiro também.
Cá, está tudo (ou muito) à mão. Ler, aprender, criar dá tanto trabalho quanto conectar-se.
Lá, todo o conteúdo era “pull”.
Cá, é “push” e, quando muito, “um search” precoce.
Lá, tinha que povoar a memória e interconectar tudo com tudo. A dificuldade era fator de êxito e realização.
Cá, a memória e as conexões são dadas. A facilidade é tanta que dá até preguiça.
Gian Gastone Di Medici foi o último herdeiro dos grandes estadistas, homens de fé e mecenas Duques da Toscana. No final da sua existência, ele não saía mais da cama, onde comia muito e a todos. A vida era um push de facilidades. Sem pull, depravou-se. A facilidade abilola.
Claro que voltar para lá não é uma solução, muito menos uma opção.
Mas o grande desafio do século não é mais prover conforto e facilidade, é reinventar o ensino, reinventar o método.
E, por método, subentenda-se aqui reintroduzir dificuldades excitantes no aprendizado e na formação das pessoas, transformar o ensino em programas de “reality” onde a maior das provas é desplugar. [Webinsider]
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Uma resposta
Ótimo Fernand,
O desafio é despertar.
É ser relevante ou até mostrar o que é relevância.
Parece que as pessoas estão DENTRO dos computadores (ou smartphones, ou tablets, ou, ou…). Às vezes paro ao lado de alguém e fico observando, demorando algum tempo para ser percebido.
Um novo modelo está surgindo, precisamos estar atentos ao que será (enquanto está sendo).
Parabéns pelo artigo.
Abraço
Lucas