Meu primeiro contato com um software gráfico foi na escola. Na época, o colégio oferecia um curso de informática extracurricular em parceria com uma renomada escola de computação da cidade. Naquele semestre aprendi a usar o Macromedia Flash 5.
Desse, passei a outros cursos de softwares: Fireworks MX, Dreamweaver… Já na faculdade de Design, sem dinheiro sobrando, acabei aprendendo Photoshop e outras ferramentas indispensáveis “sozinho”, através de tutoriais em sites internacionais. E sabe o que descobri? Que os cursos foram um baita desperdício de dinheiro.
Primeiro porque esses softwares estão em constante atualização: só o Photoshop teve 8 versões na última década. Isto é, um curso ou certificado de software, como o que eu guardo do Flash 5, é extremamente datado. Mencionei o Macromedia Flash 5, lançado em 2000, para exemplificar como ele está obsoleto: de lá pra cá são 6 versões diferentes, a Macromedia nem existe mais (foi comprada pela Adobe) e já se fala na possibilidade do Flash cair em desuso – você viu a carta em que Steve Jobs declara que o Flash está praticamente morto? Você teria coragem de dizer numa entrevista: eu sou certificado Macromedia Flash MX 2004?
Esses cursos geralmente trabalham com plataformas físicas, como apostilas e livros que estão destinados a se desatualizar num piscar de olhos. Quer uma prova? Basta visitar a seção de informática de qualquer sebo. Você provavelmente já se deparou com algum volume caríssimo do tipo: desvendando, dominando, universidade ou bíblia de um determinado programa X. A velocidade das tendências no design e na informática não consegue ser acompanhada por este tipo de suporte. O iPhone, por exemplo, está prestes a fazer quatro anos, ou seja, um livro de cinco anos sobre desenvolvimento para dispositivos móveis já não abrange as 4 versões deste revolucionário dispositivo.
Por outro lado, num site como o psdtuts.com, tutoriais e artigos sobre Photoshop são postados regularmente com, entre outros, dicas de como utilizar novos recursos do software para otimizar seu fluxo de trabalho.
Todo mês, um artigo com o melhor encontrado na web referente a design é postado. Além de aprender e aperfeiçoar o inglês, que é relativamente simples, é uma oportunidade de aprender com designers de alto nível de variadas nacionalidades – o que por si só já supera a experiência de um único professor. É a possibilidade de um aprendizado contínuo e atualizado.
Nos sites que indico abaixo, os tutoriais produzem resultados profissionais explicados de maneira simples, passo a passo. Ao invés daquele enfadonho método de “a ferramenta X serve para as funções A, B, C e D”, é possível verificar como profissionais da área resolvem problemas do dia-a-dia, ver como é o desktop deles. Sem contar que há também os vídeos-tutoriais para quem não gosta de texto corrido.
É claro que os cursos que fiz me influenciaram, afinal, eles despertaram meu interesse por Design e me levaram a escrever este artigo – num desses cursos, aliás, uma amiga veio a conhecer aquele que seria seu futuro esposo, então para ela tenho certeza que esse curso foi essencial. No entanto, hoje penso que, melhor que investir dinheiro em livros e cursos sobre softwares, é aprender a pesquisar e descobrir o que é relevante na web em termos de design na atualidade e ser autodidata constante. Você economiza e se torna um designer melhor.
Dê uma olhada e veja se serve para você:
[Webinsider]
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Matheus Pacheco
Matheus Pacheco (pacheco_matheus@yahoo.com.br) é designer. E também gosta de webwriting e antropologia. No Twitter: @matheusepacheco.
7 respostas
Gostaria saber mais sobre desgn de logotipos de empresas e como fazer para ser bom em design.
Muito generalista…
Muito bom esses sites da tutsplus.com! Fiquei triste por não conhecer eles antes!
Gostei do texto. Eu mesmo sou um autodidata. Mas tenho de reconhecer que esta “modalidade” de aprendizado não serve para todos. Tem que ter muita disciplina, dedicação e atenção redobrada. A Web proporciona uma excelente plataforma para o autodidatismo.
Achei o texto pertinente e uma espécie de manifesto sobre o autodidatismo (do qual sou adepto). Mas discordo da postura do autor pela aversão que demonstrou de maneira generalizada.
Existem bons cursos que te levam a determinadas soluções de maneira mais fácil e rápida. Os professores, os bons, também propiciam um ambiente favorável para o aprendizado, muitos deles são atuantes no mercado e também nos posicionam quanto as demandas existentes (fazem vc cair na real em muitos dos casos, pois muitos se acham verdadeiros artistas e como não passam pelo crivo de ninguém qdo são autodidatas podem ter dificuldades no trabalho, especialmente os mais jovens).
Correto, os livros ficam datados e os programas mudam a todo instante, mas engana-se quem acha q ao dominar um programa aprendeu o que ele faz de fato. O Photoshop vem com um manual de instruções… mas quem sabe, de fato, editar imagem? O final cut idem, mas quem conhece pra valer os conceitos da edição não linear? O Flash não é mais macromedia, mas e daí? Vc entende como funciona a animação na web? Aí que está, não é só usar o programa q se aprende por ai, na verdade fazendo um curso vc fica com uma base sólida para, inclusive, usar programas q fazem a mesma coisa, não importando a empresa (final cut e premiere, por exemplo).
Acho que os cursos são válidos para iniciantes e para avançados, pois sempre, sempre mesmo, aprende-se alguma coisa com quem quer que seja. Certamente os cursos têm um custo e na web esses custos são quase zero, mas se vc puder investir em livros concentuais e em alguns cursos, não deixe de fazê-los.
Discordo sobre a afirmação de que cursos são desperdício de dinheiro, pela internet você nunca conseguirá um diploma “de peso” e que possivelmente poderia influenciar a decisão de uma empresa na contratação de um funcionário.
Dependendo da escola de informática você tem sim um ótimo profissional da área exemplificando e ensinando sobre o software abordado no curso além de ser um ótimo lugar para tirar dúvidas, fazer networking e trocar links com quem já trabalha na área.
Mas concordo que livros ficam rapidamente ultrapassados e apostilas na maioria dos casos são feitas para ficarem encostadas quando um curso acaba pois só reúnem exercícios.
Enfim, acredito que a internet ajude sim a melhorar e atualizar o conhecimento de qualquer profissional, basta saber onde procurar, mas acredito que as escolas de informática ainda possuem um papel importante na vida profissional de muita gente.