As cinco grandes mudanças no Google em 2010

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De 2008 para cá, o mercado brasileiro de internet assistiu a uma verdadeira explosão do SEO (Search Engine Optimization).

Antes de 2008 já havia grandes profissionais de SEO no Brasil e empresas especializadas em marketing de busca, mas foi neste últimos três anos que vimos a consolidação deste mercado, principalmente dentro das agências, grandes e pequenas.

No Brasil, o Google tem uma participação de mercado de cerca de 95%, o que faz com que a grande maioria de profissionais que trabalham com marketing de busca otimizando sites concentrem quase todo o seu tempo em cima das métricas e das mudanças no Google.

Mesmo uma grande mudança no Bing ou no Yahoo! afeta muito pouco o tráfego da imensa maioria dos sites, ainda agora com os dois buscadores usando o mesmo engine de busca.

2010 foi um ano bem movimentado no Google, com mudanças importantes que refletiram tanto em grandes sites – aqueles com milhares de páginas – quanto em pequenos sites, que no Brasil são a grande maioria. Muitas destas mudanças já estão implementadas, mas ainda têm peso baixo, o que deve mudar aos poucos. Por isso é bom ter em mente o que manter sob o radar ao longo de 2011, quando estas mudanças podem começar a surtir efeitos mais severos. Vamos a elas!

Google Caffeine

A grande estrela de 2010, o Google turbinado! Desde o fim da década de 90, quando o Google foi lançado, sua infraestrutura de rastreamento foi sendo ampliada e ganhando escala, para que pudesse dar conta do crescimento exponencial da internet mundial. Informações de relações públicas do Google afirmam que a empresa tem mais de 500 mil servidores em sua rede, processando cerca de 20 Petabytes de dados diariamente.

Mas apesar de todo esse poder computacional, o Google ainda era lento para fazer a atualização de seu gigantesco banco de dados. A web era rastreada (o famoso processo de crawling com spiders que varrem cada link que encontram), depois indexada (o índice de páginas em si) e então rankeada, de acordo com os mais de 200 critérios que o Google afirma utilizar para ordenar as páginas por relevância a cada busca.

Desde meados de maio este processo todo acontece simultaneamente, não em cadeia. Enquanto rastreiam a web, os spiders vão gravando no índice suas descobertas e o processo de ranking acontece em tempo real, com cálculos em tempo real muito mais eficientes.

Isto permitiu ao Google trabalhar com mais eficiência na web em tempo real, que inclui resultados de redes sociais como o Twitter e o Facebook.

Antes, poderia demorar semanas até que um link fosse rastreado e indexado. Agora, relatos de webmasters relatam links indexados em minutos a partir de tweets de usuários relevantes e links em sites importantes.

Google Instant

Outra novidade, agora da interface com o usuário, foi o Google Instant. Enquanto o Caffeine foi um processo concentrado no processamento das informações, o Instant é uma firula na interface que deu muito trabalho aos engenheiros de busca.

Depois de fazer com que o ranking do Google estivesse o mais atualizado possível, a equipe de engenharia resolveu mostrar que tinha capacidade de processar seus resultados de busca quase em sintonia com a mente do usuário que acessa o site.

O Instant ainda não está disponível em todos os idiomas, mas no Google.com, o site internacional do Google, já funciona desde setembro. Ao iniciar a digitação de uma palavra, a caixa de busca sugere as palavras mais comuns que começam com as letras já digitadas ou as frases mais buscadas com as palavras já digitadas. Mais do que isso, atualiza os resultados abaixo do campo de busca toda vez que o usuário tecla “Enter” sem mudar de página, numa velocidade incrivelmente rápida.

Para isso, os servidores do Google tiveram de suportar uma nova camada de cálculos e acesso ao índice do gigante de buscas de forma muito mais rápida. Num mundo em que se tem cada vez mais pressa, tanto o Caffeine quanto o Instant foram mudanças focadas em velocidade e desempenho.

Velocidade de carregamento agora conta

Falando em velocidade, o tempo de carregamento de uma página passou a contar também com um fator de rankeamento.

Isso faz todo o sentido. De nada adianta ser capaz de rastrear, indexar e rankear a internet em tempo recorde, depois exibir resultados relevantes na mesma tela e ao clicar, o usuário ser obrigado a esperar muito para quem um site carregue.

Mas vamos calma nessa hora, muita calma…

Isto não significa que nunca mais veremos sites lentos no ranking do Google. Isto, na verdade, é uma forma de o Google dar um recado aos webmasters e donos de sites do mundo todo: “melhorem seus sites, façam-nos mais leves, mais rápidos, mais eficientes, preocupem-se em hospedá-los em bons servidores, e assim continuarão a ter boa reputação”.

Por hora, esta mudança tem um peso muito baixo e somente sites terrivelmente pesados, com estruturas arcaicas de construção de páginas, imagens pesadas e acesso deficiente ao servidor serão prejudicados, ainda assim muito pouco. Mas conforme o tempo for passando, quem não se preocupar com desempenho pode vir a ter problemas. É bom ter isto em mente ao atualizar a estrutura de um site ou lançar um novo site. Quanto mais rápido, eficiente e leve ele for, melhor. O usuário ganha muito com isso, e quando o usuário ganha, isso em geral ajuda nos resultados de busca.

Google Instant Preview

Outra novidade no Google era algo já conhecido de usuários de muitos blogs e sites dotados do sistema SnapShot, que mostra um pequeno screenshot junto ao link que leva ao site. Usuários do WordPress.com já devem ter visto este recurso alguma vez.

Cerca de dois meses depois de lançar o Google Instant, a equipe de interface do Google liberou esta atualização, reforçando o poder do usuário. Antes de decidir clicar a carregar um site todo, o usuário pode dar uma olhada na imagem em miniatura do site e ter mais uma infomação para decidir se quer mesmo ou não clicar.

Além de ser útil aos usuários, dá mais uma informação mensurável para o Google: o índice de cliques de um site cuja miniatura foi exibida para o usuário de busca.

O Google tem posse de diversas informações da experiência do usuário, como a Taxa de Rejeição do sites (uma vez que o usuário clique num resultado e em seguida no botão voltar do navegador, o Google pode medir quanto tempo de passou e se o resultado foi útil ou não, na medida em que o usuário filtrar sua busca ou clicar em outros resultados da mesma busca – isto sem mencionar sites que tem o Google Analytics instalado), o tempo médio de permanência no site (também em sites com o Google Analytics instalado) e muitas outras, que podem ou não servir de indicadores para os resultados de busca.

A miniatura do site no resultado de busca é tanto uma inovação nos resultados quanto mais um indicador da experiência do usuário.

Por isso, é bom pensar em sites bem distribuídos, com cores bem equilibradas e cujas miniaturas soem atrativas, aumentando a taxa de cliques!

Google May Day Update

Por ultimo, mas não menos importante, o May Day update. Deixei o May Day por último porque o considero a mudança mais importante do ano de 2010 e a está mais sob controle dos webmasters, que podem tomar medidas ativas para rankear melhor seus sites a partir do entendimento desta atualização.

O Google atualiza seu algoritmo diariamente, mas de vez em quando faz grandes mudanças que alteram de forma significativa os resultados, tirando poder das mãos dos webmasters, ou dando a eles mais poder de melhorar seus sites, dependendo do ponto de vista de quem avalia.
O May Day foi liberado em 1º de maio e teve efeitos diferentes em diferentes tipos de sites: devastadores em alguns e excelentes em outros.

A grande mudança do May Day foi privilegiar sites de “alta qualidade”, mas o entendimento do que é alta qualidade é um tanto controverso. Vanessa Fox, ex-Googler e especialista em SEO foi uma das grandes debatedoras sobre o May Day. Em certas circunstâncias, ela acaba sendo uma porta-voz não declarada do Google para assuntos sobre os quais o engenheiro de buscas Matt Cutts (o principal Relações Públicas da empresa junto aos webmasters) não estende muito as explicações oficiais.

Uma das conclusões sobre o May Day é que sites quem têm mais links profundos, que linkam em poucas páginas a partir da Home para as páginas mais profundas do site foram privilegiados. Sites que só possuem links para páginas de categorias, depois sub-categoria s e somente então para as páginas mais profundas foram os que reportaram mais perdas de resultados de visitas vindas de buscas no Google nos dias que se seguiram ao May Day.

Esta atualização é uma grande oportunidade para sites que exploram links em texto e tem estruturas simples, privilegiando os resultados de busca conhecidos por Long Tail, aqueles cujas expressões de busca tem três ou mais palavras, como por exemplo “notebook com tela 15 polegadas”, “pizzaria vila madalena são paulo” ou “camiseta preta algodão GG”.

Em geral são buscas bastante específicas e com conversões maiores, por serem feitas por usuários que já se informaram e querem resultados bem específicos.

Em 2011, o jogo continua

Estas foram as cinco principais mudanças no Google em 2010, mas em 2011 vem mais por aí. O Google deve explorar mais os resultados de busca incluindo redes sociais e os chamados “sinais sociais” serão mais levados em conta.

Apesar do serviço Google Buzz não ter decolado, foi mais demonstração de que o Google quer ter controle e agir rápido na questão das redes sociais, utilizando os links, comentários, posts e atualizações também como indicadores do que as pessoas estão comentando, do que estarão buscando em breve e de onde virá o próximo assunto quente. [Webinsider]

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Avatar de Rafael Rez

Rafael Rez (@rafaelroliveira) é fundador da Nova Escola de Marketing e professor em mais de oito pós e MBAs de marketing digital.

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4 respostas

  1. Até agora não sei se isso é bom ou ruim. Todo mundo esta voltado para subir o seu pagerank no google, usar os padrões deles, usar as ferramentas deles, desenvolver o site como eles querem. Até ai sem problemas, eles são os maiores e estão ditando as regras. Eu estou vendo que isso esta fortalecendo cada vez mais as grandes empresas, onde há equipes de webmasters, consultores e tudo mais para que o site suba no google, tirando as vezes as oportunidades das pequenas.

  2. Excelente artigo, Rafael.

    Permita-me fazer um pequeno ajuste: os resultados de busca com o Google Instante são atualizados sem a necessidade da tecla Enter ou clica em Pesquisar, o que torna ainda mais rápido e simples de usar. 🙂

    Obrigado.
    Eric Gomes
    11 9950 3930

  3. Muito bom o texto, bem explicado. E o Google continua ditando a forma como os webmasters trabalham. Quase um patrão à distância. Apesar de tudo indica que seja para melhor.

  4. Em termos de rankeamento, a “história” não mudou muito não. Pelo menos nos sites em que trabalhei em 2010. Onde vi grandes evoluções, foi em reformulação de sites, não pela velocidade, mas pelo conteúdo melhor estruturado.

    O que me chama mais atenção nas alterações do Google, é que cada vez mais eles estão deixando o poder na mão do usuário e não só do algoritmo. Talvez por isso eles vão pressionar ainda mais a turma do cloaking com “puxões de orelha” mais fortes em 2011.

    Grande artigo, Rafael! 😉

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