Há tempos a informação libertou-se das amarras dos sites e portais, e bem sabemos que foi muito saudável. Hoje, a informação anda por todo o canto. Tantos foram os horizontes abertos que nem sabemos até onde eles se estendem.
Mas se há do que cuidar, contudo, é da própria informação.
Quando uma informação é elaborada dentro de um bom processo de gestão de conteúdo, ela é construída, checada, lapidada e publicada. Quando a mídia é impressa ou o ambiente é digital e próprio (site ou portal), a administração torna-se totalmente possível, já que a gestão é completa.
E fora dos domínios das marcas?
Quem pensa que falo de atividades que já são regras no mercado, como o monitoramento de uma marca na web, está redondamente enganado.
Falo da responsabilidade de quem produz conteúdo cuidar da informação que foi produzida e lançada ao vento.
Por mais que pareça um lugar-comum, a real administração do conteúdo só tem início quando há a certeza de que informação é um bem. Ainda assim, percebo que algumas empresas só utilizam a frase para compor apresentações em ppt e não como um mantra a ser repetido.
Nenhuma montadora vê um automóvel como seu produto final. É preciso criar recursos para que ele carregue a marca intacta por anos a fio, por isso tantos cuidados e serviços que são oferecidos (pagos ou não).
Nada disso não é novidade – contudo, quando falamos de informação, não é assim que pensamos e agimos.
Infelizmente, produzida a informação, missão cumprida. A próxima, por favor. É como se uma informação não carregasse a marca.
No Facebook, uma empresa responde em um determinado dia que não existe assistência técnica para seus produtos em Caxias do Sul. É um “detalhe”, visto que a marca possui uma rede de quase mil postos de atendimento.
Seis meses depois cria-se um representante da marca na cidade. No site da empresa, a informação foi alterada. No Facebook? Nada é dito, afinal a “questão” Caxias do Sul foi apenas uma pergunta, a esta altura esquecida no histórico de contato com o cliente.
Quem iria se lembrar de avisar sobre uma “novidade” tão pequena?
“Rede social não é para isso”, afirmam os desinformados. Hoje – e vale reler o primeiro parágrafo do texto – cada vez mais usuários não vão aos sites, bem sabemos Dependendo da situação, o contato online de clientes é via Orkut, Facebook, Twitter. E para por aí.
Ou seja, está claro que o tema, aqui, não é relações públicas, ferramenta já utilizada com maestria para monitorar marcas nas mídias sociais.
Falo de Gestão da Informação Digital.
É tarefa dos profissionais que lidam com a marca acompanhar a vida útil de uma informação. Rastreá-la após seu “lançamento”, garantir sua integridade, aparar arestas quando possíveis ruídos venham a ameaçá-la.
Mais uma vez, não é uma questão de relacionamento ou mesmo jurídica – aqui o foco é manter a mensagem intacta para que ela chegue perfeita ao receptor, no mesmo formato que foi gerado pela fonte.
O relacionamento e as possíveis ações jurídicas vêm depois; as ações de gestão da informação podem, muitas vezes, reduzir – e muito – problemas posteriores em direito digital ou na relação com usuários.
A gestão é anterior, para minimizar problemas que vêm depois, estes sim inevitáveis.
Ações de administração de conteúdo devem fazer parte da manutenção evolutiva de qualquer projeto digital – é algo imprescindível, de valor inestimável.
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Meu próximo curso “Webwriting” acontece em São Paulo no dia 25/02 – informações via treinamento@ppptreinamentos.com.br. No Rio, ele será em abril – informações em extensao@facha.edu.br. Até lá! [Webinsider]
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Bruno Rodrigues
Bruno Rodrigues (bruno-rodrigues@uol.com.br) é autor do livro 'Webwriting' e de 'Cartilha de Redação Web', padrão brasileiro de redação online'.
8 respostas
Josie, é fantástico saber que uma profissional como você também tem essa visão. Precisamos caminhar, ir além das mídias sociais, e sem medo. Meu curso a aguarda, você será muito bem recebida!
Olá Bruno!
Excelente. Eu sou exatamente uma Gestora de Conteúdo de canais online. É importante mesmo nos atentarmos, pois nessa história do novo virar velho em segundos, esquecemos que o conteúdo que geramos para marcas não desaparecem junto com a velocidade das informações. Hoje nossa resposta é uma, daqui segundos pode ser outra. Com a necessidade de renovação instantânea de conteúdo podemos nos perder facilmente no tempo X informação.
É uma questão de integradidade de informações que só pode ser resolvida se anteciparmos mesmo esse olhar. Torna-se essencial entender todos os momentos daquela informação. O relacionamento é um forte pilar de qualquer conteúdo, mas dentro deste contexto abordado por você, realmente temos que pensar um passo antes.
Eu sempre digo para as minhas equipes, lembre-se que um tweet em redes sociais não pode ser editado. É inevitável que pessoas vão ver segundos depois e não adianta mais. É pra ter medo? Não! É pra ter estratégia.
Fiquei com bastante vontade de fazer seu curso e quero muito acompanhar a publicação do próximo livro.
Um grande abraço,
Pedro, fico satisfeito – trabalhamos para isso! ;-)))
MUITO AGRADECIDO BRUNO!!!
Você ajudou-me a “fechar” o discurso que terei que apresentar junto a um de nossos clientes!!
Pedro Mizcci Majeau
Especialista em Prospecção de Clientes e Captação de Alunos
Ricardo, noto que muitos profissionais já têm essa noção, e acredito que, muito em breve, esta nova forma de pensar administração de informação nas redes será regra.
Concordo Bruno. Realmente, com a ansiedade de informação que nos afeta, onde buscamos a que melhor “alimenta” a nossa necessidade informacional em meio a um grande bombardeio, é certo e necessário ter uma eficaz gestão dessa “força motriz em nossa vida” na sociedade que está mergulhada no dilúvio da informação. Aquelas empresas ou autônomos q a perceberem como um insumo importante, como alma da empresa (ou outros), terão fidelidade dos usuários e menos dor de cabeça com info´s equivocadas ou desatualizadas!
Patrícia, acredito que esta função de gestor da informação digital evolua a partir do que hoje chamam de ‘analista de redes sociais’. Torço por isso.
Bruno, muito bom!
É tão importante todos perceberem que a informação não é só aquela que está em destaque no site, mas toda informação e/ou relacionamento gerado entre empresa e clientes. Por isso mais que um produtor de conteúdo acredito que um site tenha que ter um gestor de conteúdo, ou de informação digital, como vc citou. Acredito ser interessante um Gestor de Comunicação que responda por toda gestão do site e o relacionamento das redes sociais, que integre todas as informações passadas, presentes e seja capaz de gerar novas informações para seus clientes.