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Antes de abordar o título, em si, uma pequena introdução: as marcas, para sobreviverem, exigem alguns cuidados, como todos sabemos. Mas afora fatores críticos de sucesso primários, as marcas sempre se valeram de um grande aliado: o anúncio.

Este filho pródigo da publicidade, comunica, informa, divulga, dá personalidade, desperta atenção e gera desejo. E do desejo, nasce a necessidade. Da necessidade, a compra. Bingo. Tem também aquela mística da grande sacada, a big idea, que perpetua-se em anúncios geniais e invejados. E que alavanca o produto, a marca, a contratante e a contratada. E faz história. E entra em anuários, é citada, propalada, serve de “referência” e estimula outros anunciantes a quererem também anúncios geniais, que ampliem o valor da marca cada vez mais… e assim a roda da fortuna tem girado, há algumas décadas.

Mas já está girando mais devagar.

Olha, eu definitivamente não sou daqueles que decretam o desaparecimento – ou a morte – de mídias, tecnologias ou formatos, diante do surgimento de outros. Lembro que quando surgiu o videocassete (história antiga…), muitos enterraram o cinema. Diziam que ninguém mais se daria ao trabalho do deslocamento, em detrimento do conforto do lar.

Hoje, mais recentemente, nosso amigo Chris Anderson, do topo da superbacana revista Wired e respaldado pelo estrondoso sucesso e ampla aceitação de sua teoria da Cauda Longa (The Long Tail) e também da Free, saiu-se com esta: “a Web morreu.” Lembram disso? São apenas dois exemplos. Entre eles, muita coisa foi assassinada, na teoria, mas continua por aí, dividindo espaço conosco.

Então, não sou eu quem vai matar o anúncio. Nem o anúncio impresso, nem o televisivo, nem o da internet. Muita gente ainda vive disso. Muita gente ainda enriquece com isso. E assim será, ainda, por muitos e muitos anos. Nem estou falando do Google, que é hoje a maior empresa de mídia do mundo (e não um buscador gratuito). Falo mesmo das redes de TV e dos grandes conglomerados de comunicação. São modelos que já se reinventam (thedaily.com) e que seguirão presentes, com público cativo. #Fato.

Mas o ponto é: nos últimos anos o número de pessoas com acesso à internet cresce vertiginosamente, como nos é fartamente informado, a todo momento. Desde o crescimento esperado, dentro daquele perfil clássico de “internauta”, até o surpreendente ingresso das classes C e D, em peso.

Todo o contexto é favorável: avanço da tecnologia, melhoria das telecomunicações, barateamento dos computadores e do acesso à internet, incremento do poder aquisitivo, explosão do mobile e dos smartphones e, agora, os tablets em ascenção. Esse processo não apenas disponibilizou a internet para as pessoas, mas, muito mais do que isto, levou as pessoas para a internet. Transformou hábitos. Mudou culturas. Multiplicou possibilidades. Está em curso uma mudança sem precedentes. As pessoas abandonam velhos hábitos e buscam na internet a solução para diversos fins, incluindo compras, informação, auto-serviço, diversão e, sobretudo no Brasil, relacionamento. Daí o sucesso das Redes Sociais, por aqui.

Temos, então, um fenômeno interessante: um hiato, formado pelo descompasso entre esta migração do “físico” para o “virtual” e os investimentos das verbas publicitárias. Os consumidores estão movendo-se para a internet em velocidade vertiginosa, mas as marcas, não. Agências de publicidade old school (mesmo que travestidas de “new & cool”) ainda puxam muito dinheiro do anunciante pro papel, pra TV e pro rádio. Mesmo que o público-alvo já não esteja mais lá, na mesma proporção de 15 anos atrás. Um desserviço.

E, a despeito do Google e do Facebook não pagarem comissão, tem mesmo o fato de isto não estar na genética das agências não digitais, compreende?

Por outro lado, a atuação digital, com interatividade nativa, viabilizando diálogos plenos entre marca e consumidor, acaba justamente fazendo com que escutar e interagir sejam novos verbos a ser conjugados.

Anunciar, tão somente, já não atende as expectativas do seu consumidor. Ele quer interagir. Quer perguntar e ter resposta, imediata. Quer admirar e receber reconhecimento (da marca). Quer “curtir”, “favoritar”, “tuitar” e saber que sua rede de relacionamento viu.

Por tudo isso, o verbo anunciar tende a ser cada vez menos empregado, cedendo espaço a ações de envolvimento que só são possíveis na internet. Justo onde seu cliente está. Bingo. [Webinsider]

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Avatar de Ricardo Formighieri de Bem

Ricardo Formighieri de Bem (ricardo@divex.com.br) é sócio-diretor da Divex - Internet gerando valor, foi diretor da ABRADi RS - Associação Brasileira dos Agentes Digitais - RS durante dez anos e escreve regularmente sobre Internet. Mais no Google.

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7 respostas

  1. Olá Ricardo,

    Muito Agradecido pelas informações!

    Os números mostram que seu discurso é a expressão da atualidade e há a necessidade sim de catequese! Neste nosso ambiente, trafegam agências da velha escola!

    Ricardo, os profissionais de mentalidade Y e Z já estão chegando na cadeia de comando de grandes corporações e não vão entender por qual motivo há poucos investimentos para WEB, e, “cabeças vão rolar”!

    Ou por “medo” da mudança, ou por sentir algum “conforto” em transferir a responsabilidade para agências renomadas, gestores e diretores, se escondem do que até então é o usual em publicidade, ou seja, o uso de TV, impressos e Rádio.

    Enquanto existir vínculos financeiros viscerais entre algumas mídias, algumas agências e alguns membros de corporações, a verba para WEB continuará com crescimentos, que apesar de dois dígitos, são modestos para o mercado que nela existe!

    Mas é inexorável, pelas facilidades de se obter métricas e gerar resultados, a WEB no Brasil, em poucos anos estará recebendo as maiores fatias das verbas publicitárias, como já ocorre na Inglaterra com 30% do bolo. E os que represaram seu rápido crescimento, terão perdido boa parte do novo mercado!

    Mas por fim, não trata-se de “brigar” com ninguém e sim como podemos integrar/contribuir com esta migração com produtividade e lucratividade para todas as partes!

    Forte Abraço

    Pedro Mizcci Majeau
    Especialista em Prospecção de Clientes e Captação de Alunos

  2. Caros Felipe e Neemias,

    Fecho com vocês.

    Medo, ceticismo e ignorância (desconhecimento) formam o tripé do atraso. São o “freio-de-mão digital”… :-/

    Abraços,

    Ricardo de Bem

  3. Prezado Juca,

    Quisera eu que este discurso já estivesse ultrapassado. Nossa vida (de quem vive do mundo digital) seria bem mais fácil!

    Entendo que este artigo, aqui no Webinsider, seja como pregar para convertidos. Mas, infelizmente, o óbvio precisa ser dito, repetido e reverberado, pois o que pra nós parece requentado, pra grande maioria é novidade.

    Só assim as culturas mudam. (espero)

    Abraço,

    Ricardo de Bem

  4. Em alguns lugares por ceticismo, em outros por não buscar informação. Trabalho no norte do PR e percebo a dificuldade que os comerciantes tem de entender que o seu concorrente não é mais somente o cara que abre uma porta ao lado da dele… pode ser o cara lá da Europa que vende online para os potenciais clientes daqui.

  5. Bacana esse discurso, mas já está meio ultrapassado, não? Aliás, ultrapassado para nós do meio, os anúnciantes é que ainda precisam ser catequisados. Salve as agências com DNA digital!

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