As perspectivas para o mercado de tablets

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Na semana passada estive na 4º Edição do Mobile Intelligence 2.0, realizado na quarta-feira (23/03) no Hotel Meliá Itaim, em São Paulo. O evento contou com a presença de executivos das principais empresas de tecnologia e mobile, tanto em público como em palestrantes.

E uma das apresentações mais interessantes esteve a cargo de Thiago Moreira, diretor de Telecom da Nielsen Brasil, mostrando dados de uma pesquisa sobre as oportunidades de negócios para novas plataformas com o crescimento da demanda por aplicativos, sob o ponto de vista estratégico e de receita.

– O que há de novo no mercado móvel brasileiro?

– O Brasil fechou 2010 com 203 milhões de linhas ativas. Pela primeira vez passamos a penetração de 100%, ou seja, tem mais linhas que habitantes no país, o que gerou um crescimento de 17% comparado ao ano de 2009. E além de mais linhas ativas, as pessoas também trocaram mais de aparelhos: o crescimento foi de 101%. E quais aparelhos? A maioria deles (279%) foram smartphones, também no comparativo 2009 x 2010. E vale ressaltar que os aparelhos com mais funcionalidades são os preferidos pelos consumidores.

A penetração dos smartphones nas camadas sociais concentra-se nas classes A (59%) e B (26%). Mas já começa a entrar também na classe C (11%) e na D (4%). Isso mostra que o smartphone não é um objeto de desejo só da elite, mas que a população em geral começa a ter acesso à internet e a outras funcionalidades que elas não tinham com os aparelhos que usavam no passado.

– Mas, e o iPad?

– O tablet da Apple é o 4º item de consumo que as pessoas desejariam adquirir nos próximos 6 meses (18%). Só perde para TV (19%), computador (20%) e smartphone (19%). Entre as discussões nas redes sociais e de fóruns na internet, o iPad foi bem avaliado nas discussões em relação aos tablets das marcas concorrentes.

E o interessante aqui é que as discussões sobre os possíveis e os novos concorrentes do iPad estão bem distantes das discussões sobre funcionalidades e já estão muito próximas das discussões sobre a nova versão do iPad. Então quando se comenta sobre outras marcas, o que predomina é o que virá no iPad 2. As discussões sobre funcionalidades ficam muito próximas das de laptops e PCs em relação às funcionalidades do iPad.

– E que tipo de conteúdo é mais consumido no iPad?

– Começa por games, em seguida vêm livros e revistas digitais, e em terceiro vêm os vídeos. Estão à frente os conteúdos mais elaborados e de longa duração, sendo que o tempo que a pessoa passa acessando esses conteúdos chega a ser 3 vezes mais do que o tempo que ela passaria acessando-os de um iPhone. Traduzindo isso em números, 10% das pessoas passam mais de 4 horas no iPad.

– Quem são as pessoas que compram o iPad?

– Em sua maioria, são os early adopters, ou aqueles que gostam de adquirir novas tecnologias desde o lançamento. Entre os early adopters, quase metade (48%) já possui um iPad. O perfil de consumo é de jovens entre 16 e 35 anos, em sua maioria homens (65%) contra 35% entre as mulheres. Outro fator interessante é a diversidade das pessoas que compram o produto. Está bem distribuído entre brancos, negros e asiáticos, sendo que essa penetração está bem próxima dos smartphones.

– E quais são as oportunidades de negócio dos tablets?

– Levando-se em conta a grande mobilidade permitida pelos tablets, aliada à tela maior que a de um celular, é possível prever todo um ecossistema de aplicativos que hoje não temos disponível para PC, por exemplo. Se considerarmos os aplicativos, 91% são jogos, seguidos de 86% em entretenimento, 84% na parte de navegação, 82% em aplicativos de produtividade, 77% em alimentação e 76% em notícias.

E também há uma boa oportunidade de retorno na parte de anúncios: a receptividade por propaganda é alta, cerca de 59% aceitaria recebê-la em troca de conteúdo, sendo que o valor em que estariam dispostas a pagar varia entre US$ 2 e US$ 5 por cada conteúdo.

Os jogos disparam na frente, em relação às demais categorias (entretenimento e notícias), batendo entre os maiores valores. A parcela da população que não concorda com o preço ou não consideraria pagar pelo conteúdo é ínfima (5%). Tendo um conteúdo bom e relevante as pessoas vão pagar e vão consumir.

Para saber mais detalhes sobre a pesquisa e como ela foi realizada, assista aos vídeos:

Parte 1

Parte 2

[Webinsider]

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Avatar de Laura Loenert

Laura Loenert é jornalista e editora do site 3DPrinting.

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Uma resposta

  1. As pessoas devem lembrar também que existem muitos tablets que usam Android e que estão se espalhando muito rapidamente, como uma ótima alternativa.
    Tenho um Kyros (Coby, marca famosa nos tempos de walktok e diskman) e ele é ótimo! Acessa internet, aceita os aplicativos para Android, permite ler livros… E custa apenas $199,00. Ah, tem 4GB de memória.
    Não existe só o iPad nesta vida de tablets…

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