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Ja? na?o e? de hoje que noti?cias sobre rastreio de dados a? revelia dos clientes causam alarde na mi?dia mundial. Este tipo de coleta vem sendo catalisada na medida em que as tecnologias da informac?a?o e comunicac?a?o evoluem. Quem nunca recebeu corresponde?ncia na?o solicitada e spam?

Um bom banco de dados com informac?o?es referentes a idade, enderec?os, sexo, ha?bitos de consumo e navegac?a?o, nu?meros de carta?o de cre?dito e ate? objetos de desejo fazem a festa de qualquer sistema de business intelligence (BI) e customer relationship management (CRM).

Faltava apenas a geolocalizac?a?o da pessoa em tempo real. Faltava! Na?o falta mais.

Ja? na de?cada de 90 uma grande fabricande de processadores, a Intel, introduziu em uma fornada de chips uma nova caracteri?stica. Chamava-se PSN – Processor Serial Number. Ou ainda, nu?mero de se?rie do processador. Tratou-se de um software embarcado no principal chip da placa ma?e que continha um nu?mero chave u?nico identificador daquele chip em qualquer tipo de operac?a?o.

Analogicamente podemos comparar ao nu?mero u?nico que todas as placas de rede, invenc?a?o da Xerox, possuem e que se chama MAC Address. Mas no caso do processador este nu?mero estaria atrelado aos movimentos dos usua?rios e suas operac?o?s na internet. Periodicamente as informac?o?es seriam remetidas via pro?pria conexa?o a servidores de banco de dados.

O o?rga?o de defesa do Consumidor dos Estados Unidos imediatamente agiu e recomendou ao mercado que estes chips na?o fossem adquiridos em hipo?tese alguma. Reiterou que os consumidores agissem atrave?s de boicote ao fabricante. O que forc?ou a Intel disponibilizar um novo programa de atualizac?a?o do chip que dava ao consumidor o poder de desligar esta coleta realizada pelo chip.

Imagine enta?o estar em uma esquina qualquer do mundo e o seu celular tocar informando a chegada de uma mensagem de texto (SMS) ou ate? mesmo uma mensagem multimi?dia (MMS) com um vi?deo informando que um objeto do seu desejo esta? bem ali a poucos passos e em uma promoc?a?o rela?mpago.

Basta atravessar a rua e entrar em uma loja. Esta pode ser uma compra literalmente feita por impulso.

Pois e?, esta semana fomos surpreendidos mais uma vez com a noti?cia de que duas grandes gigantes da internet e que tambe?m sa?o fabricantes de celulares e sistemas operacionais estariam fazendo a mesma coisa atrave?s de seus aparelhos e gadgets. Apple e Google a saber.

Inclusive rastreando via GPS por onde seus donos andam e passam cotidianamente. O pro?prio FBI informou ja? saber da possi?vel “falha” onde os dispositivos possuem um arquivo oculto que fica registrando dados de localizac?a?o de seus usua?rios.

Apo?s preencherem sua capacidade de armazenamento, enviam os dados para os servidores das empresas fabricantes. Estas por sua vez defendem-se ao dizer que estes dados podem ser encriptados pelo usua?rio. Mas como, se o arquivo e? oculto? E? o mi?nimo que se pergunta.

No caso da Intel, o Departamento de Defesa ao Consumidor falou se tratar de violac?a?o a? privacidade, o que fez a empresa se retratar. Vejamos o que vem agora; vale ressaltar que de acordo com a Declarac?a?o Universal dos Direitos Humanos em seu Artigo XII temos que ningue?m sera? sujeito a? interfere?ncia em sua vida privada, em sua fami?lia, em seu lar ou em sua corresponde?ncia. Todo ser humano tem direito a? protec?a?o da lei contra tais interfere?ncias ou ataques.

Nossa Carta Magna, a Constituic?a?o Federal de 1988, diz logo em seu primeiro artigo que um dos seus fundamentos e? a prevale?ncia dos Direitos Humanos.

Urge enta?o que as pessoas atentem mais para o fato da grande importa?ncia da seguranc?a das (suas) informac?o?es e o Legislativo atualize e crie novos dispositivos legais para tratarmos do assunto com base legal.

Mas se voce? quiser comer uma boa pizza estando de passagem por algum outro canto, tente a rede social baseada em geo localizac?a?o Four Square. Ela faz o caminho inverso dos descritos acima e deixa seus pro?prios clientes fazerem as indicac?o?es entre si criando um ranking de estabelecimentos.

Tambe?m formam um grande banco de dados, mas o cliente sabe disso a todo tempo. Afinal, ao entrar para esta rede e ser aceito, o cliente diz ter lido o termo de concorda?ncia, comportamento online e uso desta ferramenta.

A propo?sito, voce? le? os termos de uso de todos os servic?os que assina na web? Va? pensando nisto, pois será o tema do pro?ximo artigo. [Webinsider]

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Avatar de Leonardo Cardoso de Moraes

Leonardo Cardoso de Moraes (leonardo@cardosodemoraes.com.br) é diretor comercial da TI Safe e perito forense.

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2 respostas

  1. Oi Leonardo.

    Artigo muito oportuno nesse momento onde não sabemos mais quais são os limites entre o público e o privado.
    Pergunta: se o aparelho estiver desligado o dispositivo de GPS continua funcionando?

    É muito importante sabermos lidar com esses brinquedinhos e dominá-los antes que ele nos domine.

    abs

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