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Uma vez, estava para abrir uma padaria perto da minha casa. Como naquela área era raro abrir comércio, a ideia de ter uma padaria novinha em folha, literalmente na esquina, era um acontecimento – ainda mais para mim e meus amigos do prédio, todos crianças, na época.

Na semana da inauguração, eu me lembro de acordar assustado com um carro de som aos berros, anunciando a abertura da padaria para sábado, e logo atrás, em desfile, uma trupe de palhaços, malabaristas e um mágico. Embora a situação fosse nonsense, desci para assistir o desfile com a minha avó.

Quando toda a parafernália passou, e foi possível, enfim, conversar, foi justamente minha avó quem definiu bem a situação. “Espero que o pão seja bom”, suspirou, em um misto de alívio pelo fim do barulho e certa decepção.

Com os sites lançados nos últimos meses, pós-“boom” das mídias sociais, está acontecendo algo semelhante. Um exemplo foi o que vivi há pouco tempo: fui chamado para o lançamento da nova versão de um pequeno, mas tradicional, portal de notícias sobre tecnologia. Era um show de uma cantora nova – boa, até. Mas parava por aí. No coquetel, um colega perguntou “E o site, é bom?”. Ninguém sabia responder.

A verdade é que muitos não sabem mais o que fazer com sites. O relacionamento agora é construído nas redes – e está certíssimo. Ao longo das páginas de um site, bem… sei lá, ué, a gente põe… conteúdo.

Bom é saber que já há quem perceba o descompasso. Já ouvi de um fornecedor, ao orientar o cliente, que a informação “precisa de uma morada” – ponto para ele! – e um amigo (que não lida com mídia digital) implorando que as informações sobre um evento sejam publicadas “em algum lugar”, e que não fiquem “perdidas ao longo de páginas anteriores do Facebook, Google+ ou mensagens velhas do Twitter”.

Não é difícil entender porque tanto gregos como troianos estão ávidos pelo renascimento dos sites, e é um sinal claro do amadurecimento do mercado. Com a questão do relacionamento resolvida e a necessidade por informação precisando ser atendida, é hora de repensar o conteúdo.

Mas como torná-lo atraente e útil? Como fazer com que o relacionamento das mídias sociais e o conteúdo dos sites consigam bater uma bola redondinha, como uma equipe afinada?

1. Sinergia

O que vai para as redes precisa estar no site; o que é gerado nas redes precisa ser espelhado nos sites, e imediatamente. Um abastece o outro, e quem ganha em consistência de informação é o usuário – algo muito raro nestes tempos que correm.

2. Conceito

Hoje já sabemos que é impossível mimetizar um site em uma rede, e vice-versa – ou seja, são ambientes diversos, assim como seus objetivos. Mas será que o público-alvo percebe a diferença entre as mídias sociais e o que existe em um site? Ele nota que, se tiver contato com a marca nos dois ambientes, sairá ganhando, e muito? É missão do produtor de conteúdo explicitar diferenças – e principalmente benefícios.

3. Ideias

Se a fila andou, o dono da bola será aquele que conseguir dar aos sites a mesma sensação de deslumbre que as mídias sociais nos causaram. Impossível? Não aposte nisso. Já vejo no horizonte sites que casam com perfeição relacionamento & conteúdo – sem ruídos, sem confusão, e com o compromisso de dar ao usuário o que ele deseja onde deve procurar, de fato.

Ter ideias, explicitar conceitos e criar sinergia são apenas os passos iniciais. Afinal, é você quem vive a realidade do site de que cuida, ou seja, existem mil possibilidades de inovação.

O que não dá mais é para contar com shows, fogos de artifício ou espetáculos circenses. Os tempos são outros, e todo mundo já notou.

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Meu curso “Webwriting” presencial acontece no Rio, na FACHA (Botafogo), em agosto, começando dia 16. Já o curso a distância começa em 29 de setembro e será via iMasters. Espero por vocês!

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Para conhecer mais sobre meu trabalho, visite www.bruno-rodrigues.blog.br; para me seguir no Twitter, sou @brunorodrigues; no Facebook estou em www.facebook.com/brunorodrigues.fb.

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Se ainda não conhece, vale a pena checar o padrão brasileiro de redação online que elaborei para o Governo Federal: Padrões Brasil e-Gov: Cartilha de Redação Web. [Webinsider]

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Bruno Rodrigues (bruno-rodrigues@uol.com.br) é autor do livro 'Webwriting' e de 'Cartilha de Redação Web', padrão brasileiro de redação online'.

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11 respostas

  1. *Viviane*, o mais difícil no mercado de Comunicação Digital é desviar dos modismo e/ou impedir que eles afetem o relacionamento com os clientes e a execução dos trabalhos. *Claro* que as mídias sociais vieram para ficar, mas (re)valorizar os sites hoje em dia é visto por muitos como uma forma de negar social media – mas isso passa! Ah: o café sai, sim! Já vou anotar na agenda! 🙂

    *Cainã*, que bom! Vá em frente, então!

  2. Então Bruno, querido,

    As pessoas costumam ser precipitadas. Como aquela história de dizer que o rádio acabaria, a TV também, os jornais impressos. O que acontece é uma mudança a qual as publicações precisam se adaptar.

    Mas já ouvi muita gente dizendo que “sites já eram”. “Portais pra quê se tem o Facebook”? E sabemos que não é por aí. O fato é que é preciso ter uma estratégia clara para o site, para a fanpage no Facebook, para o perfil no Twitter e assim por diante. Tenho trabalhado bastante nesse sentido, ajudando clientes na definição editorial de cada um.

    E, como sempre, adorei seu texto! Você é mestre supremo!

    um beijo grande.

    P.S Olha, de novo vamos para o Rio em setembro (Rock in Rio) e nosso café será que sai dessa vez?

    Mais beijos

  3. Isso mesmo, Bruno, hoje muitos sites precisam repensar seus conceitos, formatos e, principalmente objetivos. Mas é preciso ficar muito claro para as empresas, que nada disso (redes sociais, blogs, sites) é excludente.
    Muito esclarecedor o artigo. Parabéns!

  4. *Eduardo*, é exatamente isso: cabe a nós, produtores de conteúdo, mostrar aos clientes os benefícios de ambos os ambientes, redes e sites. Eles não têm obrigação de saber!

    *Patrícia*, faço minhas as suas palavras – mesmo! 🙂

  5. Muito bom texto, Bruno. Exatamente isso, site é muito importante para os negócios, redes sociais são fundamentais para relacionamento. Não consigo visualizar uma empresa apenas com trabalho de relacionamento sem uma “morada”; nem todas as informações precisam estar em uma rede social, mas o cliente sabe que tem um lugar para ir buscar. É preciso também analisar cada segmento e rede sociais e não sair abrindo perfil em todas.

  6. Disse tudo, Bruno!

    Hoje estamos inundados pelas informações “imediatas” nas redes sociais. São ótimas e funcionam, mas é preciso algo mais, ir além e isso só é possível com um site bem estruturado e com conteúdo de qualidade.

    É interessante que muitos clientes pedem para “encerrar” seus sites porque acreditam que as redes sociais são o presente, o futuro e a solução para todos os seus problemas empresariais. E ainda de graça!

    Cabe a nós, profissionais de conteúdo, mostrar o caminho e o equilíbrio entre todos os aplicativos disponíveis e o site.

    Parabéns e prosperidade por aí.

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