Um dos maiores problemas das pequenas e médias empresas que fazem sua entrada na internet é o de ter seus sites abandonados em pleno desenvolvimento pelo “cara do site” (uso o termo para diferenciá-los dos verdadeiros webdesigners e profissionais sérios e comprometidos com os clientes).
A quantidade de reclamações em relação ao problema sempre me surpreende. “O cara do site sumiu, tento ligar e ele nunca está”. “Arranjou um emprego e não tem mais tempo de me atender.” “Deixou de fazer sites e me largou” são algumas das reclamações que ouço com freqüência.
Embora esta realidade esteja mudando com o avanço da tecnologia, muitos sites ainda são feitos de maneira praticamente artesanal. Cada webdesigner possui um “estilo”, uma linguagem de programação preferida e gosta de incluir este ou aquele recurso. É como um cozinheiro que prepara suas próprias receitas.
Imagine então que este cozinheiro suma do restaurante em que trabalha deixando todos os pratos pela metade. Por mais preparado que seja seu substituto, dificilmente conseguirá concluí-los da mesma forma. Primeiro porque não tem a receita e depois por ter ele também o seu “estilo”. Será mais fácil, e menos arriscado, jogar tudo fora e começar de novo.
É mais ou menos isso que acontece quando um novo profissional ou agência é contratado para dar continuidade a um site abandonado durante a construção. É também o motivo que dá tanta dor de cabeça e prejuízo às empresas que optam por esse tipo de “profissional”.
As pequenas e médias empresas podem se prevenir tomando as precauções na hora de escolher a agência ou webdesigner responsável pelo desenvolvimento do site.
Destaco algumas das principais a seguir:
1. Referências
Há designers que trabalham em agências fazem sites “por fora” ou, quando desempregados, como bico enquanto não conseguem recolocação. Como não se trata da sua principal fonte de renda, podem oferecer preços abaixo da média de mercado. Nada contra esse tipo de trabalho, desde que seja feito com profissionalismo e responsabilidade. E este é o ponto.
Quando o serviço na agência começa a apertar ou um emprego aparece, esses designers simplesmente somem e deixam os clientes na mão. Para evitar esse problema, entre em contato com os clientes atendidos por ele para saber se houve interrupções ou “sumiços”.
2. Contrato
Exija sempre um contrato, que é uma forma de garantia e comprometimento em cumprir o que está sendo proposto. O documento detalha o que será executado e o que está fora do escopo, etapas, prazos e a responsabilidade do desenvolvedor e do cliente no processo, o que também é de interesse do webdesigner. Por isso, desconfie se ele “enrolar” ou se recusar a formalizar o seu trabalho.
3. Logins e senhas
Lembre-se que o site é seu (da sua empresa). O webdesigner ou agência é apenas o responsável pelo desenvolvimento.
Então sempre exija que os logins e senhas para acesso a gerenciadores, contas no Google e outros serviços necessários durante a produção sejam feitos em nome da empresa e repassados.
Caso contrário há o risco de você se tornar um “refém”, tendo de depender dele para qualquer coisa que queira fazer no site. Essa situação é tão insólita quanto uma construtora querer ficar com todas as chaves depois de construir a sua casa e só ela controlar o seu acesso.
Pior ainda se o webdesigner sumir. Conheço casos de empresas que tiveram de fazer outro site simplesmente porque decidiram não trabalhar mais com um determinado profissional de internet e este se recusou a fornecer as senhas. Repare novamente a importância de um contrato que especifique estas questões.
4. CMS
Em outros casos, o webdesigner faz uso de conceitos antigos de desenvolvimento e programação, que acabam por tornar seus clientes compulsoriamente “amarrados” a eles. Até simples alterações, como a atualização de uma foto ou do perfil da empresa, tem de ser feita por ele, já que as mudanças tem de ser feitas diretamente na programação e só próprio webdesigner sabe como fazer isso. E quando ele some?
Muitas empresas que enfrentaram essa situação simplesmente passaram anos com sites desatualizados por causa desse problema.
Para evitar passar por situação semelhante, saiba que hoje é comum o desenvolvimento de sites com gerenciadores de conteúdo (CMS, de Content Management System), que permitem fácil atualização das principais informações (textos, imagens, etc.).
Existem vários tipos de CMS, sendo o WordPress um dos mais populares por sua simplicidade de uso e por ser uma plataforma aberta (é livre para que qualquer pessoa utilize seus recursos para desenvolver um site).
Além de fácil de atualizar, a vantagem de ter um site em WordPress é que hoje há muitos desenvolvedores que utilizam esta plataforma. Então você não terá dificuldade em encontrar outro profissional que possa assumir a manutenção e atualização em caso de emergência.
5. Atualizações
É comum o empresário ou gestor se preocupar apenas com o desenvolvimento do site para atender a necessidades imediatas, o que é um risco.
O site pode cumprir o combinado, mas é preciso lembrar que a internet é altamente dinâmica e a cada momento surgem novas funcionalidades importantes que precisam ser agregadas.
Então, é necessário se certificar se o webdesigner seja capaz de realizar atualizações e estabelecer como elas serão executadas. O mesmo procedimento vale também para eventuais problemas de funcionamento que possam ocorrer ao longo do tempo, algo perfeitamente normal mas que também precisa ser previsto em um planejamento e, de preferência, em um contrato (olha ele aí de novo!). [Webinsider]
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Silvio Tanabe
Silvio Tanabe (silvio.sp@magoweb.com.br) é consultor de marketing digital da Magoweb, autor do blog Clínica Marketing Digital e um dos autores do e-book Caia na Rede – 12 Maneiras de Planejar e Fazer Sucesso nas Redes Sociais .
12 respostas
Há 02 anos venho criando sites e meu trabalho
é com sites editáveis com banco de dados.
Percebo que o ramo não está voltado mais para contrução de sites.De cada 1.000 cartões entregues,apenas 02 fechamentos.
Conclusão:
Pequenos comerciantes,não estão conseguindo vender pela internet.Apenas grande lojas que
investem em tecnologia,conseguem retorno.
Acredito que a era dos blogs,anuncios grátis,facebook…sites editáveis on line,vai enterrar de vez os webdesigner de programação em PHP,ASP.
Acho que não haverá mais clientes interessados.
A mídia de revista,folheto ainda é uma opção
do comércio em geral.
O mercado de TI está cada vez mais profissional, sem dúvida o CMS traz maior liberdade ao cliente e existem muitos temas para personalizar da forma que desejar para chegar no resultado final esperado.
Engraçado que esse “webdesigner” mencionado no artigo ta mais para webmaster… Faz template, programação, atualização, cms… Não generalize os cargos, é preciso classificar corretamente!
Muito boa a área
Silvio,
O Rodrigo, o Robson e o Adriano, pelo visto, se enquadraram no seu comentário. Estão querendo se justificar por um compromisso que pegam e não assumem.
A coisa é simples… COMPROMISSO. Assumiu que vai fazer FAÇA! (se receberem, claro)
1 – Se a remuneração não vai te compensar: NÃO PEGUE O SERVIÇO.
2 – Se outrora compensava e hj não mais: TENHA A DIGNIDADE DE AVISAR O CLIENTE E VÁ PROCURAR OUTRA COISA PARA FAZER!
o que acontecem hoje no mercado de desenvolvimento de site é uma tremenda bagunça, a área está muito desacreditada e promiscua.
Como o Ricardo falou em qualquer banca de jornal de esquina vc acha “faça seu site em 15 minutos…“
mais o grande problema nessa área são os “sites templates“, onde qualquer moleque ou sobrinho do microlins ou sos computador publica um site muito bem feito, contudo por outro profissional ele é somente um publicador ou copiador.
o cliente vantagista, acho que está ganhando, pois com somente 200,00 ou 15 reais por mês tem seu site, em contrapartida um profissional bem qualificado cobra 3000 ou mais para fazer um….
ai passa o tempo ele vê que o site não tem acesso, não tem retorno e chega a conclusão “SITE NÃO PRESTA, O MEU NÃO TEVE NENHUM RETORNO“
muito clientes depois dessa experiência não vai querer investir em outro site, por que ele já teve um e não teve retorno, por que investir em outro, até nesse ponto concordo com eles.
Porém o cliente não teve a precaução de ver com outros amigos empresário quem fez o site dele, como foi, o que precisa para dar certo, simplesmente ele foi no preço, só preço, aí que está o perigo…
Já estou na área há 11 anos, hj está muito mais difícil fechar qualquer site ou loja virtual do que há alguns anos atrás, se alguém aqui dúvida do que estou falando vá fazer uma prospecção na santa Ifigênia ou Brás em SP lá mais de 70% da empresa têm os sites feito há alguns anos atrás media de 5 anos sem mexerem em nada, nem um texto ou foto ou fizeram e cancelaram e não querem mais, por que teve uma má experiência.
Eu gosto do que faço, gosto da área mais infelizmente os compromissos falam mais alto e esse ano estarei finalizando minha carreira nessa área não dá mais.
Concordo com o texto.
O Silvio não questiona em momento algum a atuação de webdesigner free e sim de maus profissionais, sejam free ou agências digitais.
O problema começa com a estruturação da nossa categoria. Qualquer revistinha de banca da esquina faz vc “virar webdesigner” em poucas páginas. Cansei de ouvir de clientes mesmas observações q o Sílvio fez, levando inclusive, os clientes a desacreditarem a web.
Os clientes por sua vez, querem muito pagando quase nada. Atuo com comunicação a 15 anos e digo com segurança: Todo cliente é assim!
Todos choramingam valores, todos querem pra ontem, todos acham tudo muito caro e, principalmente, todos (ou 90%) têm um sobrinho de um amigo q “faz por menos da metade do preço”.
E é exatamente aí q entra o texto do Silvio.
Olha, como foi dito anteriormente, existem os 2 lados da moeda.
O webdesigner não é santo.
Mas já passei aperto por causa de cliente desonesto e manipulador, que não cumpria com sua parte e cobrava resultados.
Profissionalismo é uma via de mão dupla. É fogo você atender com profissionalismo um cliente se este atrasa sempre o seu pagamento.
O que fazer para que as obrigações de ambas as partes sejam cumpridas?
Olá Silvio,
Concordo com o Rodrigo, Robson e complemento: muitos webdesigners se preocupam e cuidam do site do cliente mais até do que o próprio cliente. É comum que profissionais desta área assumam responsabilidades que vão além da sua alçada porque o cliente simplesmente não liga e sequer são remunerados por isso.
Sobre CMSs concordo que cada um tem sua vantagem e desvantagem, mas nenhum é capaz de oferecer o grau de personalização que um profissional qualificado e comprometido pode oferecer.
Sendo assim, acho que o artigo é tendencioso ou imcompleto, porque joga os “webdesigners” freelancers ou independentes em uma vala comum.
=]
Muito bom o texto, mais concordo com o Rodrigo, as vezes o cliente também tem lá sua falta.
Sou web designer e acho que antes de pegar um trabalho é importante avaliar a questão de valores para que o trabalho não seja apenas um desgaste fazendo com que essas coisas aconteça e também acho muito importante ter “amor” ao projeto, trabalhar em sites só por dinheiro resultam nisso.
Abraços
Gostei da matéria. Mas infelizmente a mesma só citou os acontecimentos do lado do cliente. Sugiro uma nova matéria com o título: “E agora, o cliente não pagou…”.
Essa história de ficar “amarrado” pelo web designer é muito relativo. Tenho certeza que o autor irá publicar alguma matéria sobre o outro lado da moeda.
Silvio,
Com certeza as soluções de sistemas Saas revolvem boa parte, porque a empresa estará lidando com outras empresa, embasado toda a transação comercial num contrato que protege ambas as partes.
Por isso estamos apostando tanto na nossa ferramenta, o Orçamento NET (www.orcamentonet.com.br), que além de oferecer total controle de conteúdo, ainda conta com atualizações frequentes da ferramenta sem custo adicional para os clientes.
Abraços,