Inicialmente a Ergonomia tratava apenas do caráter físico das atividades de trabalho. Envolvia a saúde dos profissionais versus sua produtividade, porém já há algum tempo o termo Fatores Humanos (Human Factors) teve sua denominação ampliada e colocou em pauta o comportamento mental (cognição) e também as circunstâncias organizacionais, contrariando os primeiros conceitos de Taylor, que separava o trabalho mental do manual.
Muito se discute:
– Que área detém maior conhecimento em termos de Ergonomia?
– A qual setor ela pertence?
– Que profissionais podem “tomar posse” de seus conceitos e aplicá-los no seu cotidiano?
Para esclarecer, vamos apresentar os três domínios de especialização da Ergonomia:
1. Ergonomia física
Refere-se às respostas do corpo humano perante uma determinada carga física e psicológica. Na prática:
- Manipulação de equipamentos com repetição de movimentos, vibração, força, postura, etc. Fatores que podem desencadear lesões musculares.
- Ambiente de trabalho: iluminação, umidade, ventilação etc. Situações que, sendo uma constante, podem levar a problemas de visão e de ordem respiratória, por exemplo.
2. Ergonomia cognitiva
Refere-se aos processos mentais. Na prática:
- Coordenação motora, capacidade de percepção, cognição, raciocínio transdutivo, reversibilidade, centração, sincretismo, etc. Ou seja, como essas características podem afetar a relação do homem e os elementos de um sistema. No dia-a-dia representado pela carga mental de trabalho, vigilância, tomada de decisão, desempenho de habilidades, erro humano, interação humano-computador e treinamento.
3. Ergonomia organizacional
Refere-se às políticas e processos resultantes da junção da ergonomia física e cognitiva no aprimoramento dos sistemas socio-técnicos. Na prática:
- Trabalho em turnos, programação, satisfação, teoria motivacional, supervisão, trabalho em equipe, trabalho à distância e ética.
Apesar da Ergonomia ser divida em grupos de abordagens distintas, todas são dependentes, interligadas e nessa circunstância não há uma profissão que se sobressaia na detenção deste conhecimento. A informação se transforma segundo as modificações dos cenários.
Sendo este um assunto tão presente em nossa vida profissional e pessoal, é simples deduzir: esta ciência tem dezenas de aplicações e não se restringe a um grupo fechado de profissionais.
“Human Factor & Ergonomics” atualmente pode ser vivenciada na aeronáutica, no transporte, em ambiente nuclear, na saúde e com muita força dentro da tecnologia da informação em ambientes virtuais, principalmente no projeto e design de produtos e serviços. [Webinsider]
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Danielle Moscatelli
Danielle Moscatelli (@danimoscatelli) é UX Planner, consultora em Ergonomia de Softwares e Sistemas Web e mantém o site www.danimoscatelli.wordpress.com.
Uma resposta
Preocupar-se com os fatores ergonômicos (de fato) é fundamental para o sucesso do projeto/produto. Danielle, parabéns pelo excelente artigo.