Acredito que os pais desejam sempre o melhor para seus filhos. A melhor escola, os melhores amigos a melhor carreira… O fato é que quando a questão é “complementar” a educação com alguma coisa, as escolhas ainda têm sido bem, digamos, tradicionais.

Sim, o inglês, sempre fundamental e as aulas de algum esporte. Mens sana in corpore sano diz o velho ditado latino. Mas para além do lugar comum, fica a pergunta: o que exatamente os pais podem prover aos filhos que irá fazer a diferença num futuro próximo, ou melhor o que irá dar-lhes mais chances e oportunidades de vivenciarem o futuro, a nova onda?

Pois bem, matriculem seus filhos numa escola de programação. Não amanhã, não no ano que vem, AGORA. A partir de que idade? Sinceramente, para os fundamentos, não existe uma idade, é como aprender um idioma, porque em essência, o que seu filho irá aprender será uma “forma de comunicação”, a qual irá permitir que ele avance um passo à frente, que deixe de ser um jogador de games, isto é um simples usuário, para se tornar um criador de “coisas maravilhosas”.

Estou maluco? Nada disso. Lembram-se da história de Robert Nay, o garoto de 14 anos que lançou um jogo na AppStore que já bateu o recordista “Angry Birds”.

Então, o nome do jogo que Robert criou é “Bubble Ball” e ele criou o jogo fazendo uso de uma ferramenta de programação, isto é um “kit” da Ansca Mobile, o Corona.

O mais interessante é que neste caso, nem foi preciso para Robert fazer um curso formal de programação, porque o kit, o qual faz uso de uma linguagem de programação chamada “Lua”, criada aqui no Brasil pela PUC-RJ, é de “alto nível”, o que significa que programar neste caso é algo feito de forma bem natural, sem a necessidade de grandes conhecimentos.

Mas vamos pensar bem, pensar no futuro, para onde nossa sociedade está caminhando. É fato que cada vez temos mais software embarcado em nossos objetos do cotidiano, que temos celulares que são hoje computadores pessoais e nossos carros estão ficando cada vez mais conectados e microprocessados.

Plataformas abertas de software estão em toda parte e podem ser usadas sem custo. O que é preciso? Saber programar, compreender alguma linguagem de programação. Este é o futuro, o agora, o tempo do software, dos aplicativos, das possibilidades de se programar não só computadores, mas todos os objetos.

Então, caros pais o que estão esperando? Matriculem o menino(a) na escolinha de programação. Se no passado o entrevistador de uma empresa perguntava: Você sabe inglês? No futuro próximo a pergunta será outra: Em qual linguagem você programa?

Pensando bem, se seu filho for um bom programador, nem mesmo vai precisar procurar um emprego, ele será mesmo um empreendedor, dono do próprio nariz, vendendo seus aplicativos em lojas virtuais e claro, agradecendo seus pais pela brilhante ideia de tê-lo um dia, matriculado naquela “escolinha de programação”. [Webinsider]
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Ricardo Murer

Ricardo Murer é graduado em Ciências da Computação (USP) e mestre em Comunicação (USP). Especialista em estratégia digital e novas tecnologias. Mantém o Twitter @rdmurer.