Parece que a imprensa especializada não vai parar nunca mais de gaguejar “online isso” e “off-line aquilo”. É falta de assunto ou gosto pela retórica: afinal de contas, por que será que ainda andam falando tanto de integração de disciplinas? Por que tanta energia é gasta para ensaiar modelos vencedores e apontar do dedo estratégias perdedoras?
Um marciano que resolva estudar a respeito, vai perceber que nos últimos 10 anos, as agências esnobaram, depois integraram, depois apartaram, depois integraram, depois apartaram, depois integraram, depois apartaram e continuam sem saber o que fazer. Se compram, se educam, se fazem parceria, se aculturam, se, se, se.
Essa busca por uma fórmula é vício mais do que virtude e entorpece um pouco a tomada de decisão.
O foco, por si só, já parece um contrasenso pois foco mais parece uma contingência financeira do que um default de largada. Já faz muito tempo que a comunicação deixou de ser passiva. Faz tempo que o ponto de partida de qualquer briefing de comunicação não é mais a verba ou a mídia: “tenho tanto dinheiro, otimize” ou “comprei isso, veicule nisso”. Pelo menos na ambição, não preenchemos espaços comprados. Os canais estão a serviço de um conteúdo e não o contrário.
E essa lógica, portanto, anula o raciocínio do foco na mídia e reestabelece o foco no conteúdo. A mídia forte não atrai, não engaja, não convence, a não ser pela repetição. Já um conteúdo forte atrai, engaja, convence por si só, onde quer que ele esteja disponível.
Que papo é esse de foco? Que papo é esse na integração das disciplinas online e off line? Que foco? Que disciplinas?
Só existem duas disciplinas em uma agência de comunicação: a daqueles que focam nas mídias e a dos que focam nas pessoas. A primeira é velha, mesmo que online. A segunda é nova, mesmo que off-line. [Webinsider]
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3 respostas
“trata-las como ser humanos plenos: com mente, coração e espirito.”
Foi exatamente isso que Jobs fez: uniu espírito com consumo.
😉
Olá!
Ótimo artigo.
Estou lendo Marketing 3.0 de Philip Kotler e ele dá grande enfase em que os profissionais de marketing, em vez de tratar as pessoas como consumidoras, devem de trata-las como ser humanos plenos: com mente, coração e espirito.
Foco nas pessoas.
Orra, belíssimo texto. Five stars.