Acredito que todo mundo já esteve conectado a algum perfil de usuário do Twitter, Facebook ou Orkut que faleceu. Já somos tantos usando estas plataformas que a morte chegou também no mundo digital. Aproveito este dia de Finados para falar um pouco sobre a morte nas redes sociais e o que fazer com os perfis quando é chegada a hora.
Quando ficamos sabendo da morte de um amigo ou parente com perfil nestas redes, muitos de nós corremos para deixar um scrap, uma mensagem no mural, uma mention de despedida. Tem gente que cria evento para o velório ou enterro, ou cria comunidade em homenagem, e a turma se junta neste momento por vezes difícil.
Uma coisa bastante comum também, depois de algum tempo, é algum parente ou amigo muito próximo consegue acessar os perfis, apaga a conta ou altera as informações para confirmar a morte do usuário. É um processo doloroso, com certeza, para uma esposa ou filho lidar também com a perda da pessoa no mundo digital. Doloroso, mas necessário, diga-se de passagem.
Mas quando não há ninguém que saiba as senhas e aí é que as coisas podem ficar mais complicadas. Se a burocracia do processo civil é um porre, imagine ter que lidar com toda a burocracia de sites que só estão realmente preocupados com os vivos?
No Twitter, por exemplo, o processo teoricamente é simples (veja aqui) . Você deve enviar um e-mail para a equipe de suporte com várias informações sobre quem você é e a sua relação com o morto. E o que acontece depois? Não sabemos ao certo. Com certeza não te darão acesso ao perfil, mas talvez você consiga desativar a conta e salvar todo o histórico de conversas até aquele dia.
No Orkut, que deve ter centenas de milhares de perfis penados no Brasil, você também não fica sabendo o que acontece exatamente com a conta do falecido, mas eles garantem entrar em contato em até três dias úteis com quem preencher este formulário.
Por fim, o Facebook. Sempre pronta para tornar a nossa vida digital mais bizarra, a rede de Mark Zukerberg também te oferece um formulário.
Ao preencher as informações você pode escolher entre a exclusão do perfil ou transformação do mesmo num memorial. Neste caso, o sistema desabilita algumas funções (como inclusão de novos amigos e histórico de conversas antigas, por exemplo) e deixa o mural livre para as homenagens. Mas não é só isso!
Para quem quer mesmo se eternizar na rede e deixar uma mensagem de consolo para seus amigos e parentes, existe o “If I Die” (Caso eu morra…). Com este aplicativo você pode gravar um vídeo contando um segredo até então guardado a sete chaves, deixar seu carinho para os que ficaram, ou mesmo designar o destino da sua coleção de bonecas Barbie tão desejada por sua afilhada.
Depois de gravar o vídeo você escolhe três pessoas de sua confiança para serem fiéis do segredo. Somente quando as três pessoas confirmarem sua morte no aplicativo o seu vídeo é publicado.
As outras plataformas têm formas semelhantes de lidar com seus mortos. Basta procurar nos canais de ajuda e suporte. Mas não espere conforto e acalanto por lá não… essa galera se importa mesmo é com os vivos.
Você já teve que usar um desses serviços? Conte sua experiência aqui e nos ajude a entender a vida depois da morte nas redes sociais 😉 [Webinsider]
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Fábio Bito Teles
Fábio Bito Teles (@bitoteles), jornalista e fotógrafo, é mergulhado em redes sociais e mantém o blog Gato Preto Mídias Interativas.
4 respostas
No Congresso IHC deste ano, o Cristiano Maciel da UFMT apresentou um artigo sobre o assunto que foi muito interessante. Ele se referiu ao legado digital, passando por questões jurídicas, custos de TI, permissões de familiares, sugeriu mudanças e até questionou se o falecido gostaria que deixassem o perfil ativo como forma de lembrança ou se a vida virtual continuasse ativa. Muito legal para um assunto ainda meio difícil de lidar!
Quem tiver acesso aos PDFs do evento IHC 2011 vale a pena ler! Teve muita coisa boa focando em jogos, ensino, mobile e usabilidade.
Abraços.
Muito legal o assunto! No Congresso IHC deste ano (http://www.cin.ufpe.br/~ihc_clihc2011/programacao.php) o Cristiano Maciel (UFMT) apresentou um artigo muito interessante sobre isso! Lembro que no Orkut tinha até comunidade de perfis de usuário “do além” e vale a pena ler o artigo dele quem tiver acesso.
O papo foi além de simples formulários de cessão de permissão a familiares até custos de TI e manutenção do usuário como lembrança de um segundo eu no mundo virtual. Muito legal e um campo ainda pouco explorado.
Abraços
Parabéns Bito! No meu Orkut ainda tenho amigos que já faleceram e a família nunca pediu para deletar. No Facebook ainda nenhum caso graças a Deus.
Mas ó…seu texto me deixou com a pulga atrás da orelha principalmente com essa dica de aplicativo. Bem bizarro…algo semelhante com o que foi feito no filme “PS Eu te amo”, mas sem vídeos. kkk
Enfim, gostei Bito!
Bito, gostei do texto, mas fiquei com uma dúvida: e se alguém morrer comigo?? como fica meu perfil?