Naturalmente as pessoas estão acostumadas a comprar em estabelecimentos físicos em suas regiões e nestes locais não existe a figura do “frete” na hora da compra de qualquer produto, salvo escassas exceções.
Esse é um dos motivos pelo qual o evento de cobrar para entregar um produto é a maior causa para abandono de intenção de compras. Mesmo que o conceito de compras via internet esteja sempre reforçando o conceito do frete, ou seja, da taxa de entrega, o consumidor ainda resiste e sempre procura a loja virtual que consiga oferecer essa isenção como fator determinante para o fechamento da compra.
Analisando que a entrega já faz parte do processo de compra tradicional, se faz desnecessário tentar explicar as responsabilidades e custos envolvidos do negócio online para quem está comprando. Seria a mesma coisa que exemplificar taxas extras por conta dos estabelecimentos que oferecem atendimento 24 horas, devido ao seu terceiro turno de funcionários.
Por isso é importante que no plano de negócio esses custos operacionais estejam no cálculo da margem de lucro e que sejam considerados os valores para entrega dos produtos.
Num futuro muito próximo o conceito de frete será eliminado do comércio eletrônico; quem ainda não consegue praticar somente o preço final do produto, ficará em enorme desvantagem em relação aos seus concorrentes, principalmente os gigantes. Para isso é importante iniciar desde hoje um movimento no sentindo que essa condição esteja cada vez mais presente como opção na loja virtual, mesmo que ainda não alcance 100% das vendas.
Algumas formas de iniciar esse processo podem ser:
- Nas macrorregiões onde ocorrem maior número de vendas convém procurar parceiros logísticos. Com isso os preços do transporte poderão ser extremamente reduzidos e passíveis de absorção nas despesas operacionais da loja virtual, desonerando os consumidores e automaticamente aumentando as vendas, que por conseqüência aumentarão o lucro liquido final.
- Definição de valor mínimo de pedido para isenção da taxa de entrega; através desse método será possível além de vender mais produtos, aumentar o ticket médio e por conseqüência reduzir o percentual representativo do frete no valor total do pedido.
- Através das operadoras de cartões de créditos, oferecer emissão de cartão de crédito de bandeira própria, o que automaticamente isentará esses clientes da taxa de entrega na compra na loja virtual, pois haverá uma recompensa através do percentual de fidelização desses clientes junto à operadora de cartão de crédito.
- Iniciar a criação de clube de compras, que oferecerá aquisições recorrentes, garantindo movimentação de mercadorias e valores financeiros e vantagens ao consumidor no frete neste período de compra.
O frete grátis num futuro muito próximo não será um diferencial e sim uma realidade em 99% dos estabelecimentos comerciais virtuais. Por mais que o crescimento do comércio eletrônico demonstre que há espaço para novos estabelecimentos, a competição hoje já está mais acirrada e conquistar espaço sempre está cada dia mais difícil e trabalhoso.
Por isso comece com um pé no futuro: devemos oferecer os produtos ou serviços da forma tradicional – somente o preço do produto e nada mais. E, claro, não se esqueça que a responsabilidade da entrega é do lojista e não do transportador e muito menos do consumidor, mesmo quando ele paga. [Webinsider]
Marcelo Goberto de Azevedo
Marcelo Goberto de Azevedo (@mgazevedo) é consultor do Mundo e-commerce, diretor de tecnologia na DragonSoft Tecnologia e no Meu Ecommerce, focado em consultoria de loja virtual. Leciona Gestão de TI com ênfase no Comércio Eletrônico.
3 respostas
Obrigado pelo retorno pessoal, e contem comigo para melhor o comércio eletrônico brasileiro.
Praticamente já é padrão o frete grátis, o desafio esta ainda nos produtos de baixo valor.
Muito bom o post Marcelo, parabéns.
Muito interessante e inteligente o artigo. Já estamos finalizando nosso projeto de e-commercy, e dentre os pontos que achamos estremamente importante está a questão do frete.
Luciano Oliveira