A disseminação de informação pelo meio virtual mudou totalmente o paradigma do tempo em relação à prática da comunicação empresarial, sobretudo no que diz respeito à assessoria de imprensa. Hoje, possuir uma cultura de comunicação é insuficiente. É necessário ter uma cultura de comunicação em tempo real.

Foi-se a época em que os principais produtos de comunicação de uma assessoria de imprensa eram compostos pelo trinômio: boletim, revista e house organ e o sucesso era medido, basicamente, pela tiragem dos jornais e a peridiocidade dos boletins.

O mais impressionante é que muitas assessorias de imprensa de órgãos importantes, situadas nas capitais e centros urbanos, ainda insistem nesse modelo comunicacional arcaico, cujo auge deu-se na década de 80. Não é necessário ser um guru da comunicação para vaticinar: tal modelo traz como resultado o fracasso e a irrelevância face ao mercado.

Nos dias de hoje, a informação rompeu a barreira do tempo e agora o fundamental não é mais comunicar, mas sim comunicar em tempo real.

Felizmente muitas empresas já descobriram isso e estão efetuando mudanças drásticas e migrando toda a comunicação para o virtual. Sites, blogs, Orkut, Facebook, Twitter se tornaram os principais canais de comunicação para interagir com o público-alvo.

A relação com o público precisou ser revista e sofreu uma reviravolta de 360 graus: ele deixou a passividade de lado e agora exige participar do processo comunicacional. Ele ouve, mas, mais do que isso, quer falar e pobre daquele que não lhe der voz.

Muitas empresas pagam um preço altíssimo e sofrem pesadas baixas na credibilidade e no bolso ao achar que as redes sociais são brincadeiras de criança. Muitos incautos têm a ilusão que basta criar uma conta no Facebook ou no Twitter e o resultado positivo, na forma de elogios e milhares de seguidores, aparece por geração espontânea.

Elas estão muito enganadas, o planejamento em comunicação digital com foco nas redes é tão ou mais importante que o planejamento em comunicação de outras áreas. Isso por que as redes sociais trabalham com a instantaneidade e muitas empresas ainda não aprenderam a lidar com isso, sobretudo, no momento em que é necessário reagir face aos acontecimentos.

Outro ponto não menos importante é: a produção de informação não é mais primazia dos veículos de imprensa, antes detentores do epíteto de “formadores de opinião”. Entidades e pessoas transformaram-se da noite para o dia em emissoras e receptoras de conteúdo.

Assim, as assessorias de imprensa têm de se adaptar à força a esse fluxo contínuo e gigantesco de informação, pois ficaram mais vulneráveis, à mercê de boatos e ataques de concorrentes. Nessa guerra de informação a única arma eficaz é adotar uma comunicação ágil, eficiente e em tempo real.

As empresas que ainda não perceberam as mudanças tendem ao fracasso. Pois o mercado segue a lógica da evolução Darwinista. As espécies que não se adaptam ao meio são fadadas à extinção.
[Webinsider]

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Marcelo Rebelo

Marcelo Rebelo (@mrebelo71) é jornalista, relações públicas e pós-graduado em e-commerce. Integra a equipe da Viroze web/conteúdo.