O clipping não é inteligência competitiva

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Certa tarde, um velho índio cherokee contou ao neto uma história sobre a batalha que acontece no interior das pessoas.

“Meu filho, a batalha é entre os dois lobos que existem dentro de nós. Um é mau. É a raiva, a inveja, o ciúme, a tristeza, o arrependimento, a cobiça, a arrogância, a autocomiseração, a culpa, o ressentimento, a inferioridade, as mentiras, o falso orgulho, a superioridade e o ego.”

“O outro é bom. É a alegria, a paz, o amor, a esperança, a serenidade, a humanidade, a bondade, a benevolência, a empatia, a generosidade, a verdade, a compaixão e a fé.”

O neto pensou por um minuto e perguntou ao avô:

“Qual dos lobos vence?”

O velho cherokee respondeu simplesmente:

“Aquele que você alimentar.”– Anônimo

Escolha é a matéria-prima de quem trabalha com inteligência competitiva. Monitorar concorrentes, tecnologias, tendências de mercado e acima de tudo mostrar riscos a serem evitados são, em última análise, derivadas de uma escolha, como podemos ler na história acima.

Um profissional de inteligência competitiva busca e precisa apontar para os dirigentes de sua empresa, a diferença entre os dois lobos.

E isso não é tarefa fácil.

Além de leitura e estudo, a prática, a experiência, ou seja, saber avaliar como executivos de uma empresa tomam decisão, faz toda diferença na criação de um programa de inteligência e, principalmente, quando há a elaboração de produtos de inteligência, quer sejam newsletters, relatórios impressos, apresentações em PowerPoint, planilhas Excel, e-mails, entre outras possibilidades

Porém, ao realizar diagnósticos empresariais e informacionais em empresas de diversos segmentos e portes também diversos, virou moda oferecer para os executivos um tipo de “produto de inteligência”, algo tal qual um clipping, cada vez mais extenso (relatórios de 20 páginas), que busca atingir um número maior de gestores dentro da empresa, com o objetivo de aumentar o volume de informação e não o valor da informação.

Hoje, acredita-se: o envio das principais notícias do dia, divididas por títulos que buscam endereçar áreas, departamentos ou processos da empresa, com links, caso “o leitor – executivo” tenha um maior interesse pela notícia, seja um trabalho de inteligência competitiva.

E, às vezes, o mais interessante é uma notícia ser endereçada a vários executivos de uma organização, copiada e colada de um jornal econômico ou revista de negócios, sem citação alguma da fonte.

Ora, que trabalho de inteligência é esse?

Então, cita-se uma matéria publicada em um veículo de grande circulação, com título e breve resumo do próprio jornal, revista, rádio, televisão, internet e “leitor – executivo” que se vire, se quer mais informação sobre aquele assunto?

Ah, inteligência competitiva não é isso.

Louvável o trabalho de muitos fornecedores em colecionar informações jornalísticas ao longo de toda uma noite, para logo no início do expediente corporativo, ou seja, por volta de 8 horas da manhã, enviar um informativo para um profissional da empresa, que simplesmente vai encaminhar para uma lista já gravada em seu computador, o trabalho de “inteligência” do dia. Ou o próprio fornecedor, de posse da lista, já enviar para empresa ou disponibilizar na intranet da empresa.

Risco em inteligência e risco por um profissional de inteligência

Então se o clipping não conseguir “coletar” todas as “notícias” sobre determinado produto, concorrente, mercado, consumidor, pelo simples fato deste veículo de comunicação – de uma cidade, de um estado mais distante, por exemplo – ainda não ter disponibilizado em seu site, toda a publicação atualizada, o trabalho de inteligência corre risco?

Sim, justamente! A função criada para minimizar riscos, é aquela que acredita: “notícias de jornais, revistas, sites, emissoras de televisão, rádio, além de blogs, redes sociais, podcasts, são produtos de inteligência.”

Por isso, é hora de rever o que está sendo chamado de inteligência, pois diferenciar o sobrenome: inteligência de mercado, inteligência estratégica, inteligência de compras, inteligência do consumidor, pode ter um efeito “cosmético.”

Afinal, muda-se o sobrenome, mas não a função, exigências profissionais e a qualificação e experiência para se fazer “inteligência”.

Muito já se falou e escreveu sobre isso, mas o profissional formado para trabalhar neste campo, continua a ter como objetivo primordial e prioritário, a resolução de um problema empresarial, que passa pela comunicação à empresa de ações para antecipar movimentos da concorrência e do mercado.

Cada vez mais inteligência é a gestão do risco.

E a resolução deste dilema corporativo não é publicada nos jornais diários ou vem no clipping com um link para ser acessado por qualquer um dos executivos da lista da empresa.

Pense nisso!

Bom dia e bom trabalho! [Webinsider]

…………………………

Acompanhe o Webinsider no Twitter e no Facebook.

Avatar de Alfredo Passos

Alfredo Passos - (@profdrpassos) Partner da Knowledge Management Company, Professor ESPM, Membro da Society of Competitive Intelligence Professionals - SCIP, autor de diversos livros sobre Inteligência Competitiva.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *