É na evolução das mídias que o home theater de hoje atinge a sua plena capacidade. Daqui para frente, é possível que novas mudanças aconteçam muito mais na área de reprodução de imagem.
Chegamos a pleno século 21, não tanto como Arthur C. Clark e outros visionários queriam, mas com uma extraordinária série de conquistas no campo da tecnologia. Quiséramos nós que nos campos social e político as coisas fossem iguais, mas infelizmente o ego humano impede que assim o seja.
Os avanços na área de microeletrônica foram de tamanha monta, que nós leigos já não podemos nos dar conta da velocidade com que novas aplicações aparecem. E se por um lado muitos de nós vimos evitando nos envolvermos com o excesso de novos gadgets, por outro o aperfeiçoamento nas áreas que nos dizem respeito é bastante bem vindo!
Ao findar do século passado, por exemplo, a alta definição de imagens de vídeo ainda estava dando os seus primeiros passos. Nós agora podemos ter acesso a ela em qualquer aparelho de TV dotado de um sintonizador de DTV, dentro de uma área de recepção adequada.
E se algum de nós deseja ter acesso ao máximo de qualidade de imagem e áudio, o Blu-Ray está aí, cada vez mais presente em lançamentos de filmes clássicos e atuais, cuja excelência de reprodução só é limitada pelo equipamento do usuário!
Entre o analógico e o digital
O virtual abandono do ambiente analógico foi o que, em última análise, permitiu que a tecnologia de áudio e vídeo avançasse desta maneira.
Entretanto, em momento algum estes avanços fizeram por ignorar as leis da física e da necessidade de se manter ainda parte da cadeia de captura e reprodução em ambiente analógico. Por exemplo: a captura de áudio por um microfone qualquer é analógica e a reprodução deste mesmo som por um alto-falante também.
Então, o que mudou de fato foi trocar a maneira como a informação de áudio (e vídeo, neste caso) é armazenada e transportada ao seu destino. Em casos extremos, como nas atuais telas de LCD e plasma, a reprodução continua digital até o acendimento do último pixel!
O uso de meios analógicos se provou útil no estágio evolutivo de tecnologias modernas. E os exemplos disto estão à disposição de qualquer um que quiser entender por que:
Na linha telefônica da casa da gente corre um par trançado analógico, carregando um sinal quase tão primitivo como nos tempos de Graham Bell. No entanto, modulando-se alta freqüência neste sinal é possível carregar uma linha de banda larga, em velocidades bastante altas. Para se falar ao telefone, um filtro super simples, tipo passa baixa, analógico, é usado.
Um outro momento interessante foi quando os primeiros videodiscos com Dolby Digital apareceram na década de 1990: apesar de ser lido por um raio laser (precursor do CD), o videodisco era totalmente analógico. O máximo que se havia conseguido foi incluir nele uma portadora contendo uma trilha PCM estéreo (muito boa, por sinal), usada para filmes com trilha Dolby ProLogic (Dolby Surround matricial).
O PCM estéreo não era suficiente para ser adaptado para 5.1 canais. Então, o que a Dolby fez foi sequestrar uma das trilhas de áudio analógicas e no lugar dela gravar uma trilha modulada em rádio freqüência, contendo as cinco faixas de áudio e mais o LFE do Dolby Digital. Para a reprodução era necessário interpolar um demodulador que operava em 2.88 MHz. Este demodulador era adaptado em processadores externos (A/V receivers e assemelhados), que depois entregavam o sinal para ser decodificado. O codec nem era chamado de Dolby Digital, e sim AC-3. Nas últimas edições em laserdisc, o formato chegou a 6.1 canais de reprodução.
Esta etapa foi importante na evolução do vídeo doméstico, já que na seguinte, com o DVD, a trilha AC-3 foi gravada literalmente como ela de fato é: um bitstream digital!
A mudança do ambiente analógico (videodisco) para o digital (DVD) foi o que, em última análise, permitiu a evolução de qualidade para o estágio onde nos encontramos hoje.
E neste particular, o DVD foi apenas uma etapa. Na época em que ele foi desenvolvido, alguns benefícios importantes foram notados, como por exemplo, a melhora considerável na relação sinal/ruído na imagem de vídeo e a reprodução por vídeo componente, ainda que convertido para uma forma analógica (YPbPr).
Mas o DVD se baseou no padrão de vídeo vigente na década de 1990: 16 x 9, com 480 linhas entrelaçadas. Mesmo com a introdução da codificação para imagem anamórfica (com um aumento de cerca de 33% na resolução), ainda assim não foi suficiente para permitir o progresso que estava por vir.
Em termos de áudio, o DVD nos mostrou uma evolução considerável. Nas trilhas de cinema, Dolby e DTS até 6.1 canais, e PCM 2.0 até 96 kHz/24 bits. Na configuração de DVD-Audio (muito mal explorada, por sinal) foi demonstrada a possibilidade de reprodução de até 5.1 canais de áudio de alta resolução, em PCM linear ou comprimido (MLP).
O DVD como mídia foi também a base física na qual o SACD (Super Audio Compact Disc) foi montado. Embora DVD-Audio e SACD sejam totalmente incompatíveis, a diferença de leitura entre ambos é apenas em nível de software. Por causa disso, os primeiros SACD players eram todos DVD players modificados.
O Blu-Ray, a evolução que se pretendia
No home theater moderno, não é mais possível se admitir a falta de alguns recursos. E não me refiro apenas à reprodução de material de alta resolução, mas à falta de acesso ao mesmo, em tempo real de execução. E na mídia Blu-Ray estes recursos existem em profusão.
Mas, para isto foi necessário acrescentar uma linguagem de programação própria: o BD-Java. Com ele, o conteúdo do disco é acessível pelo controle remoto, e deste para a internet, conforme a programação contida no disco.
O Blu-Ray como mídia de transporte só foi possível por causa da mudança do comprimento de onda usado no diodo emissor de raio laser do drive ótico. Estudos em mídia assemelhada demonstraram que o comprimento de onda usado no DVD (650 nanômetros ou, abreviadamente, 650 nm) era inadequado para a armazenagem de maiores quantidades de informação (dados). Trabalhando no lado oposto do espectro (650 nm está na região do vermelho), estas pesquisas terminaram por consagrar o uso da luz azul (405 nm) como a melhor candidata para a leitura de mídia ótica com alta densidade de dados.
A luz do diodo azul, em uma região mais próxima do ultra-violeta (340 nm e abaixo), já tem um grau de penetrabilidade e seletividade de leitura na mídia ótica, o que permite a construção de discos com cavidades (“pits”) com tamanho bem menor da usada no DVD. A redução vai de um espaço de 400 nm para apenas 150 nm no Blu-Ray. E a redução de passo (“pitch”) cai, em conseqüência, dos 740 nm do DVD para 320 nm no Blu-Ray, o que permite um maior número de trilhas por disco.
Olhando tudo isto, sob o ponto de vista evolutivo, é possível perceber a mudança de estratégia e de recursos, na gravação e leitura da mídia ótica: começando pelo CD, lido em 780 nm (bem próximo do infra-vermelho), indo para 650 nm no DVD e finalmente 320 nm no Blu-Ray. Esteticamente, a evolução começou com a seleção instantânea de faixas ou índices (CD), para capítulos (no lugar das faixas) e títulos (agrupamentos de capítulos) no DVD (estrutura baseada no videodisco), e finalmente a mesma estrutura do DVD, porém com vantagem de escolha de parâmetros diversos (áudio, títulos, capítulos, etc.) on the fly, ou seja, em tempo real de execução.
A imagem que todo aficionado quer ver
O Blu-Ray é o epítome e a nova referência de um material em vídeo que só podia ser visto anteriormente dentro de um laboratório de pesquisa. As conseqüências, no que concerne à possibilidade de levar ao home video uma imagem na cadência real do cinema (24 qps), e com resolução próxima ao fotograma do filme 35 mm, foram imediatas: verificou-se a necessidade de aumentar a resolução da captura e do processamento da película (35 ou 70 mm) dentro do laboratório de telecinagem. Na prática, isto resultou no abandono dos antigos métodos de restauração digital, usados para o DVD.
Não é à toa que vários dos títulos clássicos de cinema custaram a sair em Blu-Ray, pela ausência de matrizes à altura da capacidade do formato. E, neste particular, 2011 viu uma quantidade significativa do resultado deste novo trabalho de restauração:
Acima se vê uma cena da espetacular saída do porto do Bounty em O Grande Motim, de 1962, uma das mais fantásticas cenas reais já filmadas, usando-se o processo Ultra Panavision 70©, na relação de aspecto 2.75:1. No Blu-Ray a renderização de cores atinge a um nível nunca antes sonhado para filme em vídeo, a partir de um fotograma deste tipo. O resultado é ainda mais impressionante se o conjunto Blu-Ray player – display tiver capacidade para emular Deep Color, que é um upsampling da imagem digital nativa (YCbCr 4:2:0) para 12 bits de cor por canal, dando um total de 36 bits na saída.
A gama de cores obtida durante o processamento no laboratório, seja lá qual for o método de transcrição usado, é fielmente reproduzido pelo disco Blu-Ray. Eis aí um exemplo da saturação Technicolor, usada amplamente pelos estúdios nas décadas de 30, 40 e 50, e demonstrada na captura de uma cena do filme Sinfonia de Paris, da M-G-M:
Com o Blu-Ray os trabalhos experimentais do formato Smilebox puderam finalmente ser observados, com a fidelidade que mereciam, como demonstrado pela captura de uma cena de A Conquista do Oeste, fotografado em Cinerama, pela M-G-M:
Filmes que nunca atingiram, por qualquer motivo, uma transcrição satisfatória em DVD, tiveram a sua chance de redenção, quando chegaram à sua edição em Blu-Ray. E para demonstrar esta diferença, diversos sites na Internet tem comparado estas versões. Aqui, nós também damos um exemplo que bem poderia ilustrar esta evolução.
Abaixo, se vê uma cena do início do filme “Jurassic Park”, em DVD anamórfico:
A imagem parece boa, mas ao descer aos detalhes, a resolução é completamente perdida. Na versão em Blu-Ray é possível notar a diferença:
A resolução no Blu-Ray, quando bem transcrito, é consistente com os planos de fundo, enquanto que no DVD o máximo que se consegue é alguma resolução no primeiro plano (rosto dos atores acima, por exemplo) e com muito boa vontade, no segundo plano.
Antes do Blu-Ray aparecer, principalmente com filmes cujo sucesso de transcrição no DVD os tornaram referência para críticos e hobbyistas, não era possível fazer este tipo de análise. E uma vez chegando lá, é quase inevitável entrar em um caminho sem retorno, quer dizer, o usuário que gosta de cinema irá sempre preferir a versão em Blu-Ray!
E a diferença observada não é só na resolução. Ela se refere também a contraste e reprodução de matizes de cor, e no detalhamento de informações contidas na imagem só possíveis de serem percebidas nas projeções de filmes em películas.
A presença do Blu-Ray no mercado tornou o vídeo high end acessível ao espectador comum. E estimulou pesquisadores para continuar o seu trabalho em busca de melhores níveis de resolução, tanto na transcrição quanto na reprodução (2 K, 4 K, 8 K, etc.).
Não há, por outro lado, necessidade de se chegar a tanto na mídia doméstica. Para os tamanhos de tela usados em casa, os 1080p do Blu-Ray dão e sobram.
Em recente entrevista a um jornal americano, o cineasta Ridley Scott declarou que o Blu-Ray é a única forma de se assistir aquilo que o diretor filmou, dentro das características de qualidade como clareza da imagem, cores, relação de aspecto, etc. E eu sou um que assino em baixo, pacificamente, não só quanto às qualidades do formato, como também ao Blu-Ray como mídia do colecionador.
Diante de tantas vertentes e estratégias para se conseguir produtos ainda melhores, eu creio que a evolução daqui para frente irá se concentrar muito mais nos displays e projetores, do que na mídia propriamente dita. Isto nos dá tempo de colecionar nossos filmes, sem receio da famigerada obsolescência que arruinou todas as nossas coleções anteriores! [Webinsider]
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Paulo Roberto Elias
Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.
8 respostas
Olá, Rogério,
Um bom Ano Novo para você e a todos os seus também.
Na época em que começou aquela guerrinha suja entre HD-DVD e Blu-Ray ficou bastante óbvio qual das duas mídias tinha maior potencial de qualidade, e a mim me causou espécie as manobras que Microsoft e companhia fizeram para dizer o contrário. A ponto do forum da AVS forçar a identificação de funcionários da Microsoft e de qualquer outra que fosse lá “lecionar” os outros, como se todos fossem idiotas o bastante para não perceber a diferença entre uma mídia e outra.
Eu, por exemplo, não cai nesta, não só pelo estudo das especificações que haviam sido publicadas, mas também porque, naquela época eu tinha algum contato com o pessoal da Sony aqui no Rio, por causa da HDTV, e eu tive chance de ver os equipamentos de vídeo profissional, que já usavam uma mídia semelhante, para fins de brodcasting. Então, meu caro, eu sou um que não tomei partido por causa de marca, mas pela qualidade do projeto.
Na época em que o Blu-Ray saiu aqui, um amigo meu, que tinha visto o HD-DVD, me perguntou se eu ia perder tempo e dinheiro (que eu não tenho!) com isto. E eu fui taxativo em dizer que sim, e nós ambos investimos em equipamento e mídia, e nunca nos arrependemos disto.
O HD-DVD tem boa imagem, mas ele peca em dois quesitos importantíssimos: primeiro, o disco não tem muita capacidade de memória (ele trabalha no comprimento de onda do DVD) e segundo (uma coisa conseqüente da outra) o bitrate final é muito baixo. Por causa disto, muitas das matrizes originalmente feitas para HD-DVD tiveram que ser refeitas para o Blu-Ray, sob pena de não fazer uso do potencial deste último.
Muita gente acha que, pelo fato do usuário ser capaz de colocar alta definição em um pen-drive, que qualquer coisa além disto é um desperdício. Mas, ignora-se o fator resolução de imagem, onde não basta só ter um número de pixels alto, é preciso que eles tenham resolução suficiente para expor detalhes.
E é por isso que os laboratórios tiveram dificuldade de transferir negativos de bitola larga e que depois perceberam que matrizes de definição alta podem ser convertidas para Blu-Ray, sem perda de resolução. Daí, o investimento em varreduras a 4K, 6K e 8K.
Eu assisti a uma projeção em 4K em uma tela pequena. Achei a imagem do Blu-Ray na minha casa tão boa ou melhor, porque eu posso ter controle sobre a disposição e alinhamento de pixels que um projetor não tem.
Tudo isto é diferente da situação Betamax-VHS, porque o que prevaleceu naquele momento foi a guerra de mercado, vencida pelo formato de qualidade inferior, o VHS.
Eu nunca tive dúvidas sobre a superioridade do Blu-Ray, só acho profundamente lamentável que se tenha proposto a adoção de códigos de região, para agradar alguns dos poderosos de Hollywood. Felizmente, já está saindo muito disco sem código, mesmo entre aqueles que defenderam esta bandeira infame e anti-cultural!
Olá Paulo, um feliz ano novo para voê e todos os leitores desta coluna.
Sabe Paulo, na repostagem de número 1 sobre os Home Theaters modernos, comentei com você sobre as Tvs de Led, e sobre os aprimoramentos e evolução delas, algo que seria como a evolução natural das LCD’s.
Diante dessa linha de raciocínio, ou seja uma evolução natural de um produto e diante de todas informações aqui colocadas em sua coluna, tenho uma dúvida e ao mesmo tempo levantar uma velha discução(que provavelmente já está sepultada), mas de qualquer forma vou levaltar essa “lebre”
O HD-DVD foi realmente vencido pelo Blu-Ray pelas suas especificações técnicas, ou pelo lobby do mercado cinematográfico e pela pressão da Sony em torno do Play Station III ?
Você hoje teria a mesma opinião sobre o Blu-Ray caso o HD-DVD tivesse ganho a disputa pelo novo tipo de mídia de alta resolução ?
Lembro-me de ter lido que vários entusiastas questionáram sobre a superioridade técnica do HD-DVD, mas que havia alguns problemas com esse formato que teriam impedido que ganhasse o mercado.
Eu mesmo vivi uma discussão desse tipo a décadas atrás quando a Sony (com o Betamax), tentou a todo custo vencer a disputa com a JVC (VHS), pela disputa do formato de vídeo doméstico que seria adotado pelo mercado consumidor.
Diante disso, em matéria exclusivamente de qualidade de vídeo e audio qual das duas mídias teria a sua predileção, independente de quem ganhou ? Blu-ray ou HD-DVD ?
Um abraço
Rogério
Oi, Nolan,
Como você já está cansado de saber a minha opinião sobre estas coisas de vídeo e áudio comprimido, eu não vou repetir aqui.
Basta dizer que notícias recentes dão conta de que dois dos mais importantes cinemas de Los Angeles, um deles o famoso Egyptian Theater, uma vez obrigados a equipar suas salas com projetor digital, estão hoje, acredite se quiser, fazendo sessões com… exibição de discos Blu-Ray! E, segundo quem já viu, não fica nada a dever às projeções digitais convencionais.
De resto, obrigado pelo prestígio e pela leitura, desejando, como você, um Ano Novo com muita (e boa) tecnologia, extensivo de paz e saúde a todos os seus.
Olá Paulo:
Primeiro, desejo a ti e a tua turma de um 2012 repleto de saude,paz e…tecnologia.
Concordo com a tua opinião sobre o bluray,mas faltou dizer:
O DVD foi criado para telas convencionais de até 29 polegadas,ou pelo menos era o que havia na epoca do seu lançamento,e pior,em televisores com tubo,padecendo todos eles das doenças cronicas daquela tecnologia primitiva,tais como convergencia horrível e cantos distorcidos.É óbvio que o DVD falharia em telas maiores,pois mantendo-se a resolução da fonte geradora do sinal,a falta de nitidez expressa em quantidade de pixels se tornaria evidente.O bluray apenas consertou as coisas e não fez mais do que a sua obrigação:colocou na tela de digamos,46 polegadas,aquilo para qual esta tela foi projetada.Caso contrario,as TVs de tela grande não fariam sentido.E eu acho que a coisa já está ficando obsoleta…O fato do player ser mecânico o transforma numa…trapizonga( ! )Isso mesmo:No YouTube e no Vimeo já temos videos em 1080p e em 4k!Este ultimo formato ainda não me serve para nada,mas é um prenuncio.E eu ponho muita coisa em pendrive,coisa que no passado me disseram ser impossível por causa da velocidade de transferência,mas que tem funcionado muito bem.Tenho videos da Vimeo de resolução estonteante e pior(ou melhor),meu televisor recebe direto da Internet,como se fosse um canal de TV extra em HD,documentarios e clips de animação,os quais coleciono,sem travar um segundo sequer.Em,digamos,dois anos,pendrives com 500 gigas irão varios armazenar filmes inteiros em 1080p+DTS,que poderão inclusive ser alugados on line ou vendidos neste formato físico.Aí acontece algo divertido,Paulo…Como hoje praticamente todos os televisores estão equipados com USB (em breve USB 3.0,como o laptop do meu filho)todos os televisores,repito,poderão reproduzir diretamente pendrives e HDs (SSDs)externos,sem mais qualquer aparelho extra! Basta um televisor e um sistema de audio respeitável em 5 ou 7.1 para fazer a festa! Players,sejam eles de bluray,DVDs ou ainda VHS estão definitivamente condenados.Nunca mais um motorzinho elétrico vai “zumbir”perto domeu digamos,Home TV Theather…
Abração,
Nolan
Oi, Celso,
Via-de-regra, os filmes para TV são “formatados” (ou adaptados) para a transmissão pelas emissoras, e neste processo eles perdem em qualidade.
Basta você ver os filmes em HD que são originariamente Panavision e chegam até nós em 1.78:1. Apenas algumas emissoras, como a HBO, por exemplo, deixam o filme ser transmitido na sua relação de aspecto original.
Outro fator que afeta as imagens de filmes é o processamento dentro das emissoras e da própria rede de transmissão. Neste particular, a TV Digital que nós temos é, relativamente, melhor do que a TV a cabo ou satélite, mas cabe à geradora ser capaz e ter interesse de aproveitar isto.
Olá, Paulo,
Grande artigo para nós admiradores do cinema nas telonas ou em aparelhos domésticos.
Uma curiosidade: a emissora de TV TCM aqui no Estado de S.Paulo, volta e meia exibi dois filmes citados no seu texto, “A Conquista do Oeste” e “O Grande Motim”. Como foram fotografados em 70 m/m e em Cinerama, os filmes são apresentados no formato original, sem os cortes laterais que as emissoras costumam fazer. Ocorre que a qualidade da imagem é muito ruim. Será que as cópias que eles possuem são de baixa qualidade? Como tudo isso é feito?
Grato pela acolhida.
Oi, Leeosvald,
Eu assisti projeção de 4K no recente Cinegrid e fui testemunha das dificuldades ainda encontradas neste tipo de tecnologia. Nada que não possa ser vencido em futuro próximo, mas cabe a pergunta se, a nível doméstico, compensa ou não. Por enquanto, eu entendo que não, mas isto é apenas o meu ponto de vista.
Existe uma coisa altamente positiva que vem acontecendo desde que o Blu-Ray foi lançado: a constatação da inadequação das antigas matrizes de vídeo em alta definição, para aplicação no Blu-Ray.
Isto porque o nível de demanda aumentou significativamente, em função do potencial desta mídia, ou seja, nós já vimos do que ela é capaz e não nos conformamos com qualquer coisa inferior.
E um exemplo disto foi a recente choradeira em torno da edição de My Fair Lady. O restaurador da película foi o primeiro que saiu apontando falhas nas laterais do fotograma, e constatando que a fonte deste material é muito aquém do que se poderia fazer hoje. Ele praticamente acusou a CBS de ter usado uma master feita para o DVD.
Então, é importante que pessoas ligadas ao cinema venham à público falar e discutir coisas deste tipo, pois ajuda a conscientizar os leigos e pressiona a indústria, que é tão zelosa de suas propriedades, a não vender gato por lebre!
Olá Paulo,
Ótimo artigo Paulo,Também concordo com o diretor, e mesmo com resoluçao 4k, 8k,é claro que precisava de uma tela mais de 100 polegadas para ver os detalhes possiveis,e como você mesmo disse 1080 da e sobra pra nossas telas de hoje e,com certesa na mesma proporção de 4k ou mais,ja que pelo tamanho da tela e distancia não se nota diferença alguma,ja podemos desfrutar de toda fotografia de um Ben-Hur e todos os detalhes de um dinossauro e de toda magia de um back to the future,E acho que mais do que isso não vejo necessidade em home domestico,ou só em projetores e no cinema imax,mas prefiro no conforto de uma sala e o Blu-ray ja da conta disso.
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