RH: você busca por profissionais ativos ou passivos?

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Para estabelecer estratégias eficazes de recrutamento em um mercado cada vez mais competitivo é preciso, antes de tudo, entender os perfis dos candidatos que estão no mercado e, assim, inovar as estratégias para atrair o perfil desejado para sua vaga. Podemos dividir estes perfis em quatro grupos diferentes, usando como critério a relação estabelecida com as oportunidades de emprego.

Os ativos são aqueles que precisam de um emprego e estão em busca de oportunidades. Esta parcela representa de 10% a 15% dos profissionais e não reúne os melhores profissionais do mercado, por serem inexperientes ou terem pouco conhecimento da área em que atuam.

Já os semi-ativos estão empregados, mas não totalmente satisfeitos com seu trabalho. Verificam raramente as oportunidades e, geralmente, em momentos difíceis e estressantes. Utilizam as mesmas técnicas dos candidatos ativos, mas se diferem pelo olhar mais exigente que adotam em relação às vagas. Representam de 30% a 40% dos trabalhadores e esta parcela concentra profissionais bons e experientes.

Profissionais empregados e satisfeitos com seu trabalho podem ser chamados de semi-passivos. Existem muitas pessoas boas e experientes neste grupo e o nível de qualidade e maturidade é alto. Mas mesmo satisfeitos, não deixam de se interessar por boas oportunidades. No entanto, qualquer deslize por parte do recrutador durante o processo de recrutamento e seleção pode fazê-los desistir da vaga. Esse grupo representa de 20% a 30% dos trabalhadores.

Por fim, temos os passivos. Para este grupo, as empresas que querem contratar terão um desafio maior, pois são aqueles profissionais que estão muito satisfeitos com o emprego que têm. Por isso é difícil atrair esse profissional sem que haja um esforço e uma excelente estratégia por parte da empresa contratante. Esse grupo é mais confiante, experiente e agrega profissionais preparados para a função. Representam cerca de 20% dos profissionais no mercado de trabalho

Estratégias Inovadoras

Diante deste panorama, fica claro que diferentes estratégias de recrutamento devem ser adotadas para atrair e contratar os candidatos, conforme as características individuais.
Uma vez que a meta de toda empresa é a busca pela eficiência, a missão de todo departamento de recrutamento deve ser a de pesquisar, encontrar e contratar candidatos melhor qualificados, com o menor custo possível e no menor período de tempo.

No entanto, para o empregador não errar, é necessário que seu esforço esteja voltado para o grupo dos passivos, pois desempenham o trabalho com mais assertividade, são reconhecidos por seu alto desempenho e garantem os melhores resultados para a empresa. Por isso, não conte com a sorte na hora de buscar um profissional qualificado e crie estratégias inovadoras.

No Brasil, o mercado de recrutamento e seleção enfrenta uma situação nova que passou a ser um problema para as empresas que ainda agem e trabalham como se no país houvesse abundância de mão de obra qualificada, antes propiciada por décadas de recessão e nas quais a taxa de desemprego pairava na casa de 25% a 30%. Naquela época, por questões óbvias, as pessoas estavam ávidas por uma oportunidade de emprego e as empregadas temiam ser demitidas.

A realidade atual desse mercado é completamente diferente e, mesmo assim, as empresas mantêm-se com a mesma filosofia ultrapassada de esperar que um bom profissional as procure e não o contrário.

Por esta razão, precisamos de uma transformação nos departamentos de recrutamento em termos de estratégias de trabalho, que devem ganhar novas competências e empregar técnicas inovadoras para atuar em um mercado aquecido e hipercompetitivo.

Com o propósito de analisar o mercado, cada vez mais concorrido, a empresa norte-americana Job Smart Recruiting, especializada no assunto, realizou uma pesquisa nos EUA, em 2011, com cerca de 100 gestores de recursos humanos das empresas que compõe a lista das 1.000 Maiores Empresas da revista Fortune. Os dados da pesquisa revelam que 75% do tempo e esforço desses gestores estão concentrados na busca de candidatos ativos.

E esse é um processo comum ao Brasil também. A maioria das empresas projeta suas ações – pesquisa e contratação, em torno das necessidades dos candidatos ativos. Desta forma, se sua empresa não está encontrando muitos candidatos talentosos, provavelmente esta é a razão.

É claro: as organizações não precisam apenas de profissionais excelentes e de alto desempenho. No entanto, em um mercado com forte escassez de mão de obra qualificada e caminhando rapidamente para o chamado emprego pleno, as empresas terão que se preparar e pensar em como contratar os melhores profissionais, pois os candidatos estão menos receptivos às propostas medíocres de emprego.

Proponho aos recrutadores duas perguntas: sua empresa está pronta para contratar candidatos passivos? Sua equipe está qualificada para liderar esta ação?

O ponto que merece atenção e reflexão é: para contratar candidatos passivos, é necessário que existam recursos adicionais, descrições de competências por cargo, formação e compromisso dos recrutadores e muito esforço e empenho dos líderes da empresa, só assim será possível escolher qual estratégia é a ideal para contratar os candidatos de alto desempenho. [Webinsider]

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Avatar de Cezar Antonio Tegon

Cezar Antonio Tegon é graduado em estudos sociais, administração de empresas e direito. É presidente da Elancers e sócio diretor da Consultants Group by Tegon.

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