Se o seu produto é maravilhoso, não precisa gritar

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Imagine a seguinte cena: você chega numa sala em que todos estão falando alto. Para alguém lhe ouvir, você precisará falar alto ou praticamente gritar, tamanho é o barulho.

Correto?

Bem, você pode até tentar. Mas, quanto mais alto você falar, mais sua voz vai se misturar na multidão e ninguém lhe ouvirá.

Então, resta a você apenas esperar. Quando todo mundo terminar de falar, você passa o seu recado. Ou tentar outra técnica, como falar baixo.

Como na sala de aula

Você se lembra de quando aquele seu professor queria dar uma explicação importante e ninguém fazia silêncio para que ele pudesse iniciar a aula? Ao invés de simplesmente gritar ou se calar, ele simplesmente falava bem baixo, quase cochichando, como se tivesse contando um segredo a alguém, não é mesmo?

E, quase que milagrosamente, o tumulto acabava. No fim das contas, ele simplesmente conseguiu o que queria: atrair a atenção para as suas explicações.

Mas, até mesmo esse professor sabichão é uma exceção entre seus colegas. A maioria berra pedindo atenção. E esse pedido – muitas vezes uma ordem – acaba sumindo no meio da gritaria da multidão.

Mas, o que isso tem a ver com marcas, vendas, discurso e marketing?

Há aproximadamente quinze ou vinte anos, a televisão foi bombardeada por uma propaganda comercial que dizia: “compre batom, compre batom, seu filho merece batom”. Simulava até uma hipnose no consumidor

A verdade é: hoje, não adianta forçar seu consumidor. É preciso parar de “gritar”. Caso contrário sua mensagem vai se perder na multidão.

A palavra comunicação engloba não apenas a comunicação entre pessoas. Mas também entre empresas (marcas) e clientes.

Se falar baixo funciona na comunicação entre pessoas, por que não mudar o tom na hora de comunicar produtos, marcas, eventos e promoções?

Talvez porque falar baixo seja difícil. Tanto para pessoas quanto para marcas. O professor começa falando baixo e chama a atenção, mas, em menos de um minuto, já discursa normalmente, em seu tom de voz habitual.

O mesmo acontece com a sua marca.

Ela pode começar falando baixo, mas no meio do caminho volta ao tom de voz habitual e novamente se perde na multidão.

E quando eu digo falar baixo, falo sobre se diferenciar na comunicação, mudar a frequência. E não simplesmente veicular um comercial sussurrando.

“Compre batom” não funciona mais. Nem o “quer pagar quanto?”.

Criatividade, inovação e planejamento encurtam o caminho para o sucesso

No lançamento do Macintosh, a Apple simplesmente fez um comercial em um tom de voz totalmente diferente, falou em outra frequência e bombou de vender computador enquanto a concorrência corria atrás do prejuízo.

Mais de vinte anos depois, a Motorola se utilizou dessa estratégia para promover seu tablet, o Motorola Xoom e, um pouco depois, a Samsung fez o mesmo para o lançamento do Galaxy S2.

Outro exemplo é o fato do Papai-Noel como conhecemos hoje trajar as cores da Coca-Cola.

A vestimenta do Papai-Noel era, originalmente, verde e foi a Coca-Cola em um comercial natalino que começou a colocá-los vestidos com roupas vermelhas e brancas – as cores da marca.

Funcionou!

Mude a frequência. Berrar no meio da gritaria não vai adiantar muito. Na verdade, essa postura pode estimular alguém a mudar de canal.

Olha aí a TiVo que não me deixa mentir. Se o comercial fosse bom e funcionasse, a galera não pagaria para pulá-los.

Mas, quando você parte para alternativas, um-a-um utilizando as estratégias certas e adaptando um discurso original e criativo, você começa a chamar atenção e muda a frequência da brincadeira.

Assim, vale a pena ouvir seu recado, afinal, você fala baixo, é diferente e, mesmo que inconscientemente, as pessoas vão dar outro valor ao seu logotipo, à sua marca.

É só?

Sim. É só. Concentre-se em falar baixo. É isso que a sua marca tem que fazer. E, é justamente por ser mais difícil de fazer, que ninguém faz e, quando alguém faz… bem, experimente!

Gritar no ouvido das pessoas que seu produto é ótimo, lindo e maravilhoso não é legal. Muito pelo contrário!

Você pode, por meio do seu discurso, broxar ou excitar os consumidores. Aposto que é muito mais proveitosa a segunda opção! E a prática confirma isso.

Mas, lembre-se: temos a tendência de voltar ao senso comum e status quo. Não ceda ao lado negro da comunicação.

Gritaria é ruído! Falar baixo permite mostrar que a sua marca é diferente e gerar bons negócios.

Geralmente, em um diálogo, quem grita acaba perdendo a razão e perde totalmente a credibilidade.

Mas, mesmo assim isso ainda é uma escolha. Ou sua, ou dos consumidores. Se você não se posicionar, alguém vai fazer isso por você. [Webinsider]

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Avatar de Enrico Cardoso

Enrico Cardoso (@enricocardozo) é blogueiro apaixonado e estudante voraz de Marketing. Mercadólogo, especialista em contar histórias. Apaixonado por marketing & vendas, focado em empreendedorismo e inovação. Blogs: Think|Outside e 1 imagem vale mais que 1000 palavras .

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3 respostas

  1. Se encher o saco enviando mensagens, emails oferecendo produtos eu me descadastro na hora. Eu já sei que você vende um produto “X” e não adianta falar sempre… Eu confesso que já fiz isso mas depois vi que não tinha sentido algum. Haja paciência pra aguentar! kkkk

  2. Verdade verdadeira. Não adianta gritar também na web. Recentemente eu fui obrigado a dar “unfollow” em uma empresa de ar condicionado de Campinas, simplesmente eles me mandavam 2 mensagem diretas por dia para curtir a página deles no Facebook. O que aconteceu? Não curti a página no Face e não sigo mais eles no Twitter. Muito provavelmente eles não estarão entre minhas escolhas na compra de um aparelho de ar condicionado. Conquiste clientes pelo valor que você tem como conhecedor do seu segmento. Mostre que você sabe e tem autoridade no que diz, aceite criticas, reveja seus conceitos e não faça SPAM, é muito feio.

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