Incentivar o diálogo é o papel do gestor de redes sociais

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Muito se fala dos benefícios e malefícios da internet.

Porém, para analisar melhor é preciso distinguir estes três conceitos sobre a comunicação ou a in-comunicação humana: silêncio, conversa e diálogo.

  • O silêncio é a ausência de conversa;
  • A conversa é apenas troca de palavras;
  • O diálogo pressupõe a troca de sentimentos e sofrimentos.

Obviamente, que há momentos que cada um se encaixa como uma luva, porém, tratamos aqui de analisar quando há uma disfunção, principalmente, no silêncio forçado, ou na conversa em demasia e a falta de diálogo.

Podemos dizer que um ambiente disfuncional é próximo do silêncio e da conversa vazia. E um mais saudável se dá quando as pessoas podem falar abertamente de sentimentos e sofrimentos sem receio, quando há confiança, segurança, espaço e vontade para isso.

A internet, por enquanto, conseguiu superar e quebrar o silêncio da mídia de massa e da urbanização acelerada, ao longo das últimas décadas.

O novo ambiente cognitivo trouxe uma alta taxa de conversa para a sociedade, abriu uma porteira fechada e quem não tinha condições de falar, saiu falando.

É um surto da conversa, da fofoca, estreitando laços, criação de novas conexões, fortalecendo antigas que estavam desconectadas.

Porém, estamos hoje mais conectados, mas não necessariamente mais dialógicos.

A conversa online não nos leva necessariamente ao diálogo. Obviamente, que um ambiente de conversa é melhor do que o do silêncio e cria um ambiente propício ao diálogo.

Diria que o diálogo é uma etapa superior da conversa e não ocorre naturalmente, principalmente em grupos maiores, muitas vezes de desconhecidos. Há momentos em que pode acontecer de forma espontânea, porém pode-se estimular também, através de métodos para que o diálogo ocorra com mais frequência, aprofundando relações.

Este é o papel daqueles que trabalham com comunicação, educação, arte, saúde mental.

Geralmente, são métodos focados para resolver problemas, que incorporam o diálogo construtivo, no qual cada um fala de si, de seus sentimentos em relação a dada dificuldade.

E essa construção permite que se supere o silêncio, a conversa vazia e se abra um rico canal de troca mais profundo, que permita perceber os sofrimentos e construir alternativas para reduzi-lo, pois viver é sofrer em alguma escala.

É esse o salto de qualidade que se pode ter na relação das pessoas com pessoas e das organizações com seus clientes.

É esse o salto que é preciso dar para que possamos sair das conversas vazias para algo além.

Podemos citar alguns métodos conhecidos, como o de Paulo Freire (educação), do Boal (via teatro), dos grupos de mútuo ajuda dos anônimos, o mais conhecido AA (via partilhas), terapias de grupo (via encontros) e vários métodos de gestão que incentivam as pessoas a dialogarem para superar crises.

O diálogo é um espaço nobre do contato humano, que supera o falso-eu.

Através do diálogo, pessoas conseguem superar problemas, através da conversa sobre sentimentos.

A internet, assim, rompe o silêncio que a mídia de massa e as grandes cidades impuseram à sociedade, resgata a conversa, mas não necessariamente nos leva ao diálogo, pois esse nem sempre é natural, fácil e fluente, principalmente em grupo.

É preciso que se criem canais e métodos para que ocorram.

E esse acredito é o papel principal dos gestores de redes sociais. Que são principalmente profissionais que têm um pouco de comunicadores, educadores, psicólogos, artistas. Visam não mais repassar informações de “A” para “B”, de forma mecânica, autoritária, mas fazem “A” e “B” dialogarem para valer para superar seus sofrimentos, num processo de ganha-ganha.

É isso! Que dizes? [Webinsider]

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Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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