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Estamos vivendo uma volta forte dos anjos investidores no mercado, mas agora sobre o forte conceito de startup. Isso é bom para o mercado, mas da geração de uma ideia à apresentação de um produto ou serviço ao potencial investidor existe antes de tudo a validação básica de uma ideia.

Sei que todo o empreendedor sonha com o investidor; eu também já sonhei e sei como é difícil conseguir um. Pior é que tenho visto que alguns conseguem e perdem a oportunidade, levando para a apresentação uma ideia mal trabalhada, boa, mas mal explicada. Isso faz com que o investidor não sinta segurança, na ideia, no empreendedor ou em ambos e o resultado é a perda de uma oportunidade que muitas vezes não se repete.

Sei quanto é difícil começar um empreendimento e em minhas palestras a maioria das vezes a principal pergunta é:

− É muito difícil montar o negócio, eu não tenho dinheiro, preciso do salário do meu trabalho, não consigo um investidor etc.

Concordo que realmente é difícil, mas já há mais de 10 anos convivendo com empreendedores, notei que a grande maioria começou com muito pouco, com dificuldade e quase nenhum deles com dinheiro de investidores e sim de amigos e familiares, o que é chamado nos EUA de “love money”. Setenta por cento dos negócios no Brasil entre 2002 e 2010 começaram usando o lovemoney.

Outro fato legal de lembrar é que tendemos a acreditar que para começar precisamos ter tudo definido e certo do início ao fim. Não existe certeza em nada, muito menos em negócios. O risco é um fator com o qual o empreendedor precisa aprender a lidar. Minimizando riscos e maximizando resultados.

Segundo a pesquisa GEM, apoiada pelo Sebrae e IBPQ, 61,6% dos empreendedores pesquisados entre 2002 e 2010 afirmaram ser a quantia entre R$ 2000,00 a R$ 10.000,00 de recursos próprios para iniciar um negócio.

O que leva as pessoas então a não iniciar seu próprio negócio, mesmo muitas vezes tendo conhecimento sobre o negócio e capacidade financeira para tal? Alguns motivos abaixo:

  • Vontade de ter certeza de retorno do investimento;
  • Dificuldade de lidar com riscos;
  • Medo de fracassar.

Montar um plano de negócio não é obrigatório, mas é altamente recomendado e existem outros métodos interessantes que não o plano de negócios, mas não é disso que quero falar.

Quero falar de um passo antes do plano de negócios, momento em que empreendedor teve a ideia e nem sabe por onde começar. Neste momento o plano de negócios é algo muito difícil de fazer, diria distante do ponto onde o empreendedor está.

Um roteiro de dicas que podem ajudar a elaborar e validar uma ideia:

Ideia

A ideia é diferente da oportunidade; uma oportunidade pode gerar uma ideia de negócio, mas nem sempre a ideia gera uma oportunidade de negócio. Você pode ter uma ideia excelente, inovadora e até mesmo inventiva, ou seja, que ainda não existe.

Avaliar

Avalie a ideia e se ela oferece solução a uma necessidade, ou seja, se atende uma expectativa do consumidor. Não adianta a ideia ser maravilhosa se não cumprir uma necessidade. Claro, criar necessidade de consumo é válido, mas para isso sua ideia tem que preencher um espaço vazio.

Pesquisar

Muitas vezes pecamos por não avaliar o mercado, ou pior, avaliar pela nossa ótica e não pela do consumidor. Não tem como você saber o que o outro deseja se não perguntar, então pesquise.

Teste

Depois de ter a ideia, avaliar, pesquisar o mercado, é hora de testar se o seu produto ou serviço vai estimular interesse e como será praticado – ou seja, como será vendido, distribuído e etc. Da produção ou execução à entrega ou venda.

As respostas mais simples são as mais complexas de se formular. O maior diferencial de uma empresa que está começando é a simplicidade. Seja simples e eficiente. O desdobrar destas pequenas dicas acima sobre a ideia te levam a muitos passos à frente na hora de montar seu plano de negócios.

Uma forma bem simples de questionar uma ideia para aprimorá-la é fazendo as perguntas abaixo:

  • 1. Como será produzido ou executado
  • 2. Onde será feito ou executado
  • 3. Qual capacidade de produção ou execução do serviços mínima para iniciar o negócio?
  • 4. Quanto tempo eu pretendo iniciar e como?
  • 5. Quem vai consumir?
  • 6. Quem vai produzir?
  • 7. Como será produzido (métodos de fabricação ou tipo de profissional que executará)?
  • 8. Quanto custa produzir (unidade) ou executar (custo hora)?

“O ingrediente crítico é arregaçar as mangas e fazer algo. É tão simples quanto isso. Um monte de pessoas tem ideias, mas existem poucas que decidem fazer algo em relação a elas agora. Não amanhã. Não na semana que vem. Mas hoje. O verdadeiro empreendedor é um realizador.”
Nolan Bushnell

Mais ideias no livro 20 Regras de Sucesso do Pequeno Empreendedor. [Webinsider]

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Leia também:
O perfil do empreendedor digital brasileiro
Empreendedorismo: autoconhecimento é o caminho
O que as pessoas esperam de sua startup

Avatar de Ricardo Veríssimo

Ricardo Veríssimo (ricardo@rverissimo.com.br), é escritor, palestrante e presidente da RVeríssimo Suporte e Tecnologia. Membro do Conselho de Jovens Empresários da Firjan e da rede de empreendimentos Iniciativa Jovem. Autor do livro "20 Regras de Sucesso do Pequeno Empreendedor".

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2 respostas

  1. Gosto muito de tudo que é ligado ao Empreendedorismo, e muitas vezes na pressa em abrir o próprio negócio, as perguntas mais simples que não se fazem geram consequências fatais, à falência.
    Gostei muito da simplicidade de suas sugestões e do quanto elas são valiosa se observadas antes de cometerem os erros.
    Sucesso sempre!

  2. Ricardo, excelente post! Na maior parte das vezes essa “ideia” citada em seu texto, é justamente o maior ativo do empreendedor iniciante.
    Abraços

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