Esta matéria fala diretamente com você e influenciará o seu trabalho hoje.
Com certeza, a necessidade de uma boa comunicação não se limita somente aos profissionais de marketing. Todos nós precisamos nos comunicar de forma eficaz, seja com nossos superiores, nossos pares ou clientes.
Comunicar-se é uma arte cada vez mais desafiadora. No passado as pessoas eram muito pacientes e crédulas, dispunham de tempo. Qualquer coisa que era apresentada em uma mídia impressa ou televisiva tinha grande credibilidade, causando o desejo de consumo imediato. Em nossos dias tudo isso mudou. As pessoas são desconfiadas, não dispõem de tempo e sua atenção é divida com mil estímulos diferentes.
Teria isso começado com o advento do controle remoto, que permitia a troca rápida de canais durante os comerciais? Na verdade isso não nos importa muito agora, mas vale a reflexão.
Então, a necessidade de uma comunicação direta que expresse as ideias em poucas palavras, consumindo pouco tempo pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso.
Um grande exemplo desta necessidade são as recentes propagandas nos vídeos do YouTube. Ao clicar em algo que se queira assistir, alguns vídeos mostram um comercial e você tem que aguardar cinco segundos até aparecer a opção de “pular anúncio”. O desafio é fazer o espectador se interessar pelo que está sendo mostrado neste curtíssimo espaço de tempo. Por outro lado, nós, os espectadores, temos que suportar “cinco eternos segundos” para retirar de nossa frente algo que está nos impedindo de ver o que desejamos.
Posto desta forma, o desafio é muito maior, pois além do ínfimo espaço de tempo, temos que lutar contra o desejo que a pessoa tem de não ver o que temos para mostrar.
Então, o que fazer?
Seja direto! Em seus textos, aulas, palestras, relatórios ou qualquer comunicação, mostre com clareza logo no início do que está falando. Evite a todo custo aberturas como:
“Viemos aqui, nesta manhã maravilhosa, deste dia ensolarado para tratar de um assunto que, por muitos de nós, é considerado como algo que pode ser discutido em esferas mais intimistas, porém que depois de uma longa reflexão, entendemos que…” (neste momento, quem não foi embora, já está dormindo)
Mesmo com uma grande quantidade de informações a passar, seja sucinto e claro logo no início. Por exemplo, em um relatório com muitas planilhas e gráficos que demandam uma análise cuidadosa, inicie dizendo o que é e as principais conclusões:
“Relatório de progresso do Projeto XPTO referente ao 1º trimestre de 2012”.
As análises dos dados indicam que:
- As atividades do caminho XYZ estão atrasadas em três dias.
- As mudanças solicitadas pelo diretor impactarão em 5% do custo…
Depois coloque os gráficos, cálculos racionais e demais dados que darão credibilidade ao que está sendo dito no resumo.
Corte o “bla bla bla”, mostre os dados, agregue valor, transforme-os em informações, algo útil para quem receberá a mensagem.
Nunca confunda escrever pouco com escrita pobre. Ser sucinto não é simples, é uma arte que precisa ser constantemente exercitada.
Atribui-se ao físico e matemático francês Blaise Pascal, uma frase que expressa bem esta ideia.
“Fiz esta carta tão longa porque não tive tempo de fazê-la mais curta.”
[Webinsider]
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Fábio Ayçar
Fábio Ayçar (@aycar) é consultor, professor e podcaster, trabalha com TI há mais de 25 anos. Amante de Gerenciamento de Projetos e Marketing Digital. CEO da AYC Management.
Uma resposta
Olá, Fábio. Está certíssimo tudo que você escreveu, o cliente atual tem muita pressa, sim, mas isso acontece com qualquer pessoa nesse mundo corrido! E sem contar que, realmente, o controle remoto da TV não ajuda muito… Um bom anúncio deve prender a atenção do começo ao fim, como foi o caso do comercial da Johnnie Walker (Keep Walking, Brazil) lançado em rede nacional em outubro do ano passado, muitas pessoas ficaram curiosas nos primeiros segundos, acreditando que era alguma catástrofe ou algo parecido, até que lá pelo 15º segundo o teor lúdico da marca entrava em cena. Nota 10! Abraços.