As revistas especializadas divulgam a todo o momento: mais uma agência de mídias sociais surge no mercado. Muitas delas já nascem com um discurso afinado. Falam sobre a necessidade de inovação em campanhas, humanização das marcas e conexão entre pessoas e empresas – uma retórica já totalmente incorporada ao bê a bá da maior parte dos profissionais de marketing.
O problema consiste na aplicação prática disso tudo. Em 2012, pelo menos até o presente momento, algumas grandes datas comemorativas como Carnaval, Dia das Mães e Namorados mostraram que o discurso das agências está a anos-luz da realidade. Nada muito interessante aconteceu no Brasil durante este período. Salvo raríssimas exceções.
A culpa, na verdade, é de todos nós – universidades, agências e empresas – que perpetuamos um modelo de trabalho em marketing aplicado desde no século passado. É desolador ver estagiários estudando disciplinas que jamais utilizarão em toda a carreira; chocante, perceber agências vendendo trabalhos que, em muitos casos, não produzirão nenhum resultado.
Pior ainda: é assustador reparar que alguns gestores de marketing de diversas empresas ainda não compreendem o meio digital.
O Brasil é a grande bola da vez no cenário mundial, não há discussão. Mas estamos atrasados em matéria de comunicação e marketing digital. Por aqui, ainda fala-se muito em encomendar ações para sortear produtos e conceder descontos ao público na internet. Repito: salvo pouquíssimas exceções. Tudo para aumentar a base de fãs no Facebook e seguidores no Twitter. Enxergam apenas as metas quantitativas. Ignoram índices qualitativos.
Não se trata de complexo de vira-latas, mas uma simples folheada na imprensa especializada internacional já é suficiente para perceber o abismo que nos separa do resto do mundo. Lá fora se discute (e se aplica) estratégias que de fato produzam resultados:
- Engajamento e construção de marca;
- Relacionamento e fidelização do público (CRM Social);
- E, em alguns casos, já se comenta sobre ROI.
Até parece outro planeta.
Os números mostram que o marketing digital amadureceu e possui ótimas perspectivas no país. Mas agências, empresas e escolas de comunicação ainda precisam absorver por completo a cultura digital. E grande parte dos gestores ainda necessita assumir a responsabilidade de manter-se atualizado, observar as tendências e vivenciar as novas tecnologias. O caminho é longo e ainda há muito trabalho pela frente.
Ser da geração dos Baby Bommers não é pecado. O pecado é permanecer arcaico. [Webinsider]
…………………………
Acompanhe o Webinsider no Twitter e no Facebook.
Assine nossa newsletter e não perca nenhum conteúdo.
Vicente Tardin
Vicente Tardin (vtardin@webinsider.com.br) é jornalista e criador do Webinsider. É editor experiente, consultor de conteúdo e especialista em gestão de conteúdo para portais e projetos online.