Utilidade está ligada à necessidade. Para entender os anseios de informação de um público, não basta imaginá-lo indo às compras em um mercado, por exemplo. É uma visão simplista que na maioria das vezes nos faz dar com os burros n’água. ‘Eu preciso, procuro, acho e pronto’ – não é assim.
Necessidade de informação é o encaixe perfeito entre quem a anseia, por que a informação é procurada e o que com ela se deseja fazer.
Entender esta combinação nos permite dar um passo adiante na gestão de conteúdo: produzo com conhecimento de causa e acerto no alvo com pouca margem de erro.
Vamos estudar, então, cada peça do quebra-cabeça:
. Quem quer a informação
Vá além de recortes habituais como idade, sexo e formação acadêmica. Na necessidade da informação, o foco essencial deve ser a profundidade com que o visitante de um site deseja uma informação.
Há o superficial, o que deseja a informação básica e o que quer o ‘pacote’ completo, com todo o detalhamento possível.
O pulo do gato não é conseguir atender todos estes, mas suar para conseguir entender qual entre os três é o mais constante.
Se você descobrir que o perfil ‘pesquisador’ é o mais usual, então o conceito de utilidade de conteúdo em seu site deve se sofisticar. Neste caso, informação útil é informação com todos os ‘opcionais’ possíveis.
A necessidade de informação é superficial? Então entenda que seu visitante deseja mais ‘pílulas’ de informação que conteúdo aprofundado. Mais assuntos, temas variados, uso de outros formatos que não texto são ferramentas que devem ser utilizadas para tornar seu conteúdo mais útil.
. Porque a informação é desejada
Prazer ou obrigação? Urgência ou todo o tempo do mundo? Conhecer o porquê de seu visitante querer uma informação muda a estratégia que você irá desenvolver para trabalhá-la.
Se boa parte do público vai ao seu portal em busca de conteúdo que irá apoiá-lo no trabalho, objetividade deve ser o conceito ‘âncora’ a guiar o trabalho de utilidade da informação. Como não há tempo para o consumo, então o sucesso está em dar exatamente o que se quer.
Se não há tensão envolvida no acesso ao seu conteúdo, então a persuasão é seu instrumento. Aproveite que o visitante está aberto a receber mais informações do que ele mesmo se propôs a consumir quando entrou no portal e envolva-o com outras informações.
. Para que é a informação
Seu visitante pode precisar de apenas uma informação e nada mais – e, neste caso, não adianta apresentar detalhamento ou informações semelhantes. Ele começará e terminará a visita pelo que está procurando.
Por isso, pense em cada informação como se em seu site só houvesse ela. Você iria elaborá-la com um capricho que, naturalmente, não iria despender em um site com milhares de páginas, não é?
Pois cada vez mais teremos este desafio: visitantes que acessam, via buscadores, um conteúdo específico. Seu site, para ele, é aquela informação. Sua marca cada vez mais será cada página separadamente. Um desafio e tanto.
Contudo, um usuário pode ter o objetivo de juntar a informação que procura a outras para construir conhecimento. Neste caso, você deve servir de ‘agulha’, ajudando o visitante a criar uma ‘tapeçaria’ com informações que ele deseja costurar para criar algo mais consistente. Neste caso, informação é alimento para criar conhecimento. Quanto mais, melhor.
Criar e gerir conteúdo depende muito de conhecer quem está do outro lado. Trabalhar por intuição é gasto de tempo e dinheiro.
Será que seguimos esta lógica à risca?
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Bruno Rodrigues
Bruno Rodrigues (bruno-rodrigues@uol.com.br) é autor do livro 'Webwriting' e de 'Cartilha de Redação Web', padrão brasileiro de redação online'.