Vivemos em um mundo em que o excesso é comum: excesso de trabalho, excesso de consumo, excesso em tudo. Mais pode parecer “melhor”, mas o desnecessário muitas vezes atrapalha o necessário. Por que não viver com o essencial, com o simples e atingir o objetivo com mais precisão, sem voltas, sem floreios?
O minimalismo surgiu nos Estados Unidos por volta de 1960 e tinha como objetivo fazer com que a arte (pinturas, esculturas etc.) pudesse usar formas e cores com foco no essencial.
Na web também vemos muitos excessos – muita propaganda, imagens em movimento, conteúdo comprimido, apertado e letras miúdas. Por que não fazer o usuário navegar em um caminho limpo e focado nas informações precisas que ele realmente procura? Devemos evitar que o usuário perca o foco em suas tarefas.
Segundo o Six Revisions, quem projeta sites deve pensar em três palavras simples, mas de muito significado e força: assunto, usabilidade e equilíbrio.
Por esta ótica, devemos fazer com que o visitante fique focado nas informações que o site pretende transmitir, fazê-lo usar elementos e recursos que permitam a “facilidade” do uso das páginas. O equilíbrio de cores, tamanhos de fontes e posicionamento de imagens pode melhorar isso.
Sites minimalistas têm inúmeros benefícios – possuem menos código, imagens e textos distanciadas de forma adequada, em background simples que combina com o conteúdo. Um exemplo é o Visual Craftman, com visual clássico, detalhamento simples e cores suaves. Elementos gráficos contrastando com a cor de fundo, centralizados e boa usabilidade.
A tipografia pode ser uma aliada para se criar um site minimalista. São muitos tipos de fontes, cada uma com características específicas e que podem melhorar a aparência do que se quer transmitir.
Outro exemplo é o site do designer Daniel Gray, com bom distanciamento dos elementos, fundo branco e figuras dessaturadas. Tipografia clássica com um bom distanciamento entre linhas, tamanho de fonte maior que o convencional, informação necessária com pouca rolagem. No link “About” ele resume quem é, o que faz e como ser contactado.
A web é usada por todas as idades e dispositivos. Sites simples, com fontes grandes, links coloridos, fotos e/ou vídeos que transmitam a informação rapidamente e um conteúdo de texto resumido podem fazer a diferença.
Além disso, uma área na página com conteúdos relacionados ou complementares também é importante. O usuário navega sem se cansar e fica mais tempo no site sabendo onde está. Links que permitam o usuário voltar para o seu ponto de partida e locais específicos melhoram a usabilidade. Não fique limitado ao modelo vertical ou horizontal da barra de navegação; se quiser fazer algo novo, seja simples e prático.
O usuário busca informação ou mesmo diversão. E não quer ficar confuso, portanto seja prático. Deixá-lo navegando no seu site “perdido” entre as informações não é a forma mais coerente de mantê-lo.
As equipes que desenvolvem sites minimalistas têm no wireframe um desafio e um aliado para estruturar o conteúdo de cada página. A ferramenta marca o posicionamento de textos, imagens, navegação, links, formulários e outros elementos da página e facilitam o trabalho de design.
Ao iniciar, podemos estruturar uma página de forma superficial, com as áreas principais, o que seria um wireframe de primeira instância. E aumentar o nível de detalhamento para cada área relacionada na segunda instância.
É nessa etapa que devemos tomar cuidado para não exceder nas informações que o site deseja proporcionar. Decida o conteúdo essencial. Veja um exemplo interessante de navegação usado no site Corporate Risk Watch.
Para encerrar outro exemplo de simplicidade é o notepad.cc: uma página em branco que limita-se a informações de texto. Permite compartilhamento de forma simples, adicionar uma senha para proteger o conteúdo da url e trocar a url. Seu criador foi Marco Arment que escreve sobre tecnologia e pode ser encontrado em um site minimalista. [Webinsider]
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Leia também:
- Ser minimalista
- Cinco ferramentas para a produção de wireframes
- Tipologia ou tipografia? Não use o termo errado.
- Conceitos de design: função, letras, cores e formas
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Armando Corujeira Jr
Armando Corujeira Jr (corujeira@gmail.com) é professor e bacharel em ciências da computação e pós-graduado em marketing digital. Mantém um blog e o Tumblr Corujeira.