É impressionante como, nos dias de hoje, estamos cercados por baboseiras corporativas. Todos os produtos são ótimos e vão revolucionar sua vida. Todas as empresas fazem um excelente trabalho e mudarão o futuro da humanidade. Perfeito, mas até que ponto tudo isso é real?
A resposta é preocupante, pois a esmagadora maioria de todos os argumentos utilizados hoje para diferenciação são no mínimo, muito distantes da realidade.
Nos últimos 50 anos, o mercado passou por diversas alterações por conta da necessidade cada vez mais latente do consumidor em ter algo bom, diferente de tudo o que sempre teve, que resolvesse seus problemas. Essa exigência abriu espaço para outras empresas oferecerem os mesmos produtos e serviços, abrindo espaço para a livre concorrência.
Antigamente, o cenário era outro: “preciso de um desodorante”, alerta o consumidor; “aqui está”, responde a empresa. Com a evolução do mercado, esse desodorante passou a ter concorrentes. Agora, ele pode ou não ter cheiro. Ok, factível e útil. O tempo passou e, hoje, temos mil tipos de desodorantes para 72 horas, com ou sem cheiro, aerosol, spray ou rollon, pequenos e grandes, de embalagens e cores diferentes.
Como os atributos deixaram de ser decisores de compra, começamos a ter argumentos extra benefícios. Por exemplo: “esse desodorante faz de você o homem mais interessante. Com ele, as mulheres cairão aos seus pés”. Ok, apelo de comunicação. Mas onde está a verdade nesse discurso?
Storytelling é uma estratégia interessante e nunca deve deixar de existir, mas podemos e devemos, comunicar o verdadeiro potencial de uma marca.
Veja a Pepsi com a campanha “Pode ser?”: aceitaram a posição de mercado em que ocupam frente a concorrência, preencheram-na com argumentos reais e reforçaram o mindset (aceitação) do consumidor com um tom bem-humorado.
O resultado?
Excelente estratégia e aceitação do público, comunicando nada mais que a verdade. “Ok. Somos tratados como opção. Então, que sejamos a melhor opção para nos tornamos a opção”.
Não é um trabalho fácil, mas qualquer grande marca ocupa um lugar na mente do consumidor. Saber qual é esse lugar e tomá-lo como ponto de partida na construção de seu discurso, é a base para um relacionamento sólido e transparente com os consumidores.
Vender é fácil. Continuar vendendo é o desafio. Esse é o princípio do true marketing: transparência, verdade, honestidade e carinho com quem mantém sua empresa existindo.
Nem de longe tenho a pretensão de acreditar que o que vemos todos os dias irá mudar do dia para noite. Mas fica mais um ponto para refletirmos. [Webinsider]
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