Mobile ganha espaço nas transações financeiras

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Há algum tempo, especula-se sobre a utilização do celular como meio de pagamento, mas essa realidade parece mais próxima do que nunca. Nos jogos Olímpicos realizados esse ano em Londres, a Visa, patrocinadora oficial da competição, apresentou o Visa payWave, aplicativo de pagamento móvel, no qual os consumidores apenas selecionavam o ícone do app no dispositivo e aproximavam o telefone de um terminal de pagamento para completar a transação.

Outros sistemas como SMS ou URA (Unidade de Resposta Audível) já estão sendo utilizados por algumas empresas no Brasil, mas o principal entrave para a disseminação dessa tecnologia é conseguir equilibrar a equação entre segurança do pagamento e a usabilidade do consumidor. Hoje, os smartphones representam apenas 26% do mercado total de celulares e mais de 80% da população possui aparelhos pré-pagos.

Em paralelo, os padrões de segurança vêm evoluindo nos últimos anos, mas por ser um mercado relativamente novo, o setor ainda não possui os mesmos padrões de segurança que outros meios de pagamento que estão no mercado há mais tempo, como os cartões de crédito. Entretanto, se adotados os padrões corretos, é possível que o pagamento móvel seja muito mais seguro do que os cartões, cheques ou dinheiro, por exemplo.

Há basicamente duas pontas a serem fechadas em termos de segurança: o consumidor final e a segurança da transação. Isso porque qualquer pessoa pode tentar fraudar o sistema, então é preciso desenvolver mecanismos para evitar isso, como a checagem dos dados do consumidor, tokens similares com os dos bancos, ou confirmações via SMS ou call-back (ligação feita por uma URA).

Na outra ponta é preciso que as empresas do setor façam investimentos para garantir a segurança da transação, sobretudo dos dados do consumidor, como por exemplo, número do cartão de crédito/débito e código de segurança, principalmente. Em um futuro próximo, vai ser mandatório que as empresas do segmento sigam normas rígidas de segurança, como o PCI DSS, padrão internacional de controle de qualidade e segurança, que vem sendo adotado pelas principais empresas do setor no mundo.

A evolução do mercado poderá dar uma série de benefícios aos consumidores, desde os mais óbvios, como a maior praticidade na hora de comprar, como outros mais criativos, como o desenvolvimento de serviços agregados ao celular. Por exemplo, o uso de aplicativos que mostrem aos usuários por meio de geolocalização as promoções mais próximas e naquele mesmo momento ele poder fechar a compra dentro do próprio aplicativo de uma forma segura. Dessa forma, o pagamento móvel não funciona apenas como um meio de pagamento pura e simplesmente, mas como um viabilizador de uma série de serviços pelo celular.

Entretanto, o grande desafio do mercado é conseguir proporcionar segurança sem que a tecnologia torne a vida do consumidor pouco prática. Se esta equação conseguir ser equilibrada, já é meio caminho andado para que haja uma boa receptividade do mercado pela novidade. Caso contrário, ela estará certamente fadada ao fracasso, pois dificilmente o consumidor vai substituir o meio de pagamento atual por outro menos prático. Tecnologia boa é aquela que se torna quase imperceptível no dia a dia das pessoas. [Webinsider]

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Felipe Regis Lessa é sócio e diretor de marketing da Pagtel.

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